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Eurovisão Virada do Avesso 2 - Primeiro tema: E se todas as vencedoras fossem barbudas?


Primeiro tema: 

E SE TODAS AS VENCEDORAS FOSSEM BARBUDAS?


E, quando pouca gente acreditava, Conchita Wurst renasceu das cinzas e tornou-se a vencedora da 59ª edição do Festival Eurovisão da Canção. Por isso, não há melhor forma d' "Eurovisão Virada do Avesso 2" regressar, também, das cinzas! E é com a imagem de marca da querida Conchita que damos início à segunda volta da rubrica que coloca o mundo eurovisivo ao contrário. 


"Mulher barbuda" era a expressão pela qual a maioria dos meios de comunicação social se referia à vencedora da Eurovisão. Então e se todas as mulheres que pisam o palco eurovisivo tivessem barba? E se esse deixasse de ser o fator distintivo de Conchita? A primeira questão que nos vem à cabeça é se a Conchita teria, de facto, ganho a Eurovisão na mesma.


Por via da normalidade, possivelmente não teria alcançado a vitória. A última vitória que questionava a diversidade de escolhas e a aceitação de diferentes opções sexuais deu-se há 16 anos com Dana International e o seu “Diva” – vitória, novamente, relembrada pelos media após o sucesso de Conchita. No entanto, 16 anos, parecendo que não, já são alguns anos e as pessoas tendem a esquecer rapidamente vitórias polémicas – e, por isso, não tenham havido tantas recordações e comparações entre Conchita e Dana, antes de a primeira se ter tornado vencedora. Além disso, uma é transsexual e outra drag queen – mesmo assim, a mensagem é inerente é perfeitamente passada pelas duas. 


Pensando numa "Rise Like a Phoenix" interpretada pelo Tom Neuwirth e não por Conchita Wurst - e com isto não querendo dizer que a canção não tem o seu mérito - é difícil posicioná-la para cima do top5. Isto porque, queiramos ou não, a Eurovisão ainda é um concurso que agrupa grande parte dos seus adeptos na comunidade LGBT, e todos sabemos que os discursos da vencedora foram direcionados para essa mesma comunidade. 


Mas imaginemos que não só Conchita Wurst era uma drag queen com barba, como também Emmelie de Forest, Loreen, Lena, Marija Serifovic... Por mais aberta que seja a nossa mentalidade, só conseguimos imaginar um festival de malucos. Chamaríamos festival de malucos porque somos enquadrados numa sociedade que tem várias normas e regras sociais. No entanto, o bom senso e todas elas podem ser discutidas, porque fomos nós, humanos, que as criámos. Se fossemos criados numa sociedade em que mulheres com barba fossem completamente normais e integradas, já não poderíamos chamar o mesmo de malucos.


O que acontece é que tendo esta ideia de que se todas as vencedoras da Eurovisão fossem mulheres barbudas e olhássemos para elas com uma perspetiva de comparação, iríamos concluir que a Conchita é das vencedoras mais talentosas de sempre, com um poder vocal inegável e que, sem barba ou sem peruca, teve todo o mérito quando subiu ao palco e ergueu o troféu. Não é meia-dúzia de pêlos faciais que deve definir alguém, muito menos num concurso de canções.


Sendo um concurso de canções, a aparência devia ser um dos pontos menos importantes (ainda que em conta). Por mais estranha aparência que se tenha, é importante que uma música passe uma mensagem, e lute por uma causa – seja ela qual for. E a Conchita fez isso melhor do que ninguém

E cá por Portugal...


20/09/2014

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