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[Crónica] ESC 2014: final da Eurovisão - por Cláudia Peres Matos


Até à próxima, Copenhaga!

Estou com saudades, com muitas saudades, e o ESC 2014 ainda mal terminou. O que à partida seria um ESC de pior qualidade musical em relação aos anos anteriores, transformou-se num espectáculo marcante, e pelas melhores razões. E é por isto que eu sou uma fã eurovisiva: por mais que critiquemos tudo e mais alguma coisa, chegamos ao dia da grande final e ficamos rendidos, surpreendidos e emocionados.


Tive oportunidade de realizar uma das crónicas das semifinais deste ano, e por isso, já manifestei a minha opinião sobre muitos aspectos acerca da estrutura do evento: a boa organização, o soberbo palco, os fantásticos efeitos de background e os originais postcards. Faltou referir que ri-me imenso com a apresentação do livro de records, que certamente este ano estabeleceu novos históricos (pelo menos a nota mais longa pertencerá agora a Paula Seling). Notei uma melhoria na prestação dos apresentadores (e na indumentária de Lise) e gostei muito do interval act, dando destaque a Emmellie de Forest com “Only Teardrops” e “Rainmaker” e a junção de todos os intérpretes em palco com as suas bandeiras.


Quando às prestações, foi notório à vontade dos artistas em palco, com menos nervosismo e estando mais “soltos” do que nas semifinais, de um modo geral. Em relação aos resultados, não poderia deixar de transparecer a minha surpresa nas votações das semifinais, nomeadamente na posição de Israel e Bélgica, que não só mereciam presença na final como uma melhor pontuação. Portugal, mais uma vez, não deveria desistir, uma vez que foi “por um triz” que não passou à final este ano.  


Na final, gosto tanto da parte dedicada à divulgação da votação que parece que tudo passou muito rápido. Gostaria de ter usufruído mais do momento. Notou-se que estavam com o tempo apertado e os apresentadores apelaram à rapidez dos porta-vozes dos vários países na sua tarefa. Foram sendo evidentes, como sempre, a troca de pontos entre vizinhos. No entanto, fiquei boquiaberta com a votação de Portugal. Esperava que os 8, 10 ou 12 fossem atribuídos a Espanha, como é habitual, mas nem a 1 ponto teve direito. Ainda assim, obteve um bom 10º lugar. A França, ou começa e encarar seriamente a eurovisão, ou terminará sempre numa medíocre posição (este ano foram apenas 2 pontos no total). Quando à Islândia, confesso que ia ficando preocupada à medida que, em todos os países, lhe eram atribuídos votos. Para mim, juntamente com Bielorrússia, deveriam ter ficado mais no final da tabela, em detrimento de Malta, Eslovénia e Montenegro, que mereciam melhores posições. Itália e Reino Unido foram os flops que eu tinha previsto após o final das suas actuações. Não tiveram força suficiente para ficar nos lugares cimeiros. Ucrânia e Rússia, que marcaram esta edição politicamente, terminaram em excelentes posições não esperadas, mas quanto ao top 5, nada me surpreendeu. Hungria foi dona de uma importante mensagem, Arménia foi forte na sua prestação, Suécia, a par da vencedora, levou uma das vozes do ano e Holanda subiu a fasquia após a prestação na semifinal. Conchita Wurst foi a diva da noite, e a merecida sucessora de Emmelie. 


Quem diria, no dia em que a emissora austríaca revelou “Rise Like a Phoenix” que teria capacidade de chegar ao topo. No início, nem todos valorizaram esta canção, mas, como dizem os meus colegas do “Crónicas”, também é importante transmitir uma mensagem, também é importante ter algo a dizer, ter algo a defender, para além de se ser um excelente cantor, um excelente intérprete e fazer chegar às pessoas todas a emoções. Conchita é tudo isto. Foi impressionante a sua performance e o público ficou completamente rendido, entoando a canção em toda a arena. Não entendo, que em pleno século XXI, ainda exista tanto preconceito em alguns países. E como é possível que, mesmo conhecendo a história de Conchita (que também está retratada nesta canção), ainda haja insultos, ameaças de boicote à atuação e contestação para a retirada da Áustria do concurso. Como Conchita diz, e bem, na consagração da sua vitória, este troféu foi dedicado a todos os que acreditam num futuro de paz e liberdade. E ainda bem que se vai comemorar o 60º aniversário com esta mensagem, de união e de luta pelos direitos humanos, se bem que não é fácil mudar a mentalidade destas pessoas. O mais provável é que se retirem do certame por um ano.


Dou os meus parabéns a Conchita Wurst, pela coragem, pelo talento e pela amabilidade que transpareceu e conquistou a Europa. Para o ano, na Áustria, estou muito expectante que será mais um óptimo espectáculo. Esperamos todos ansiosamente. Até para o ano, Viena!

Imagens: Google/Vídeos: Youtube
12/05/2014

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