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FC 2014: Crónica por Catarina Gouveia



      Uma semana depois de findada mais uma edição do Festival da Canção, penso que é correto dizer que esta foi uma das edições mais polémicas de sempre. Redes sociais inundadas de revoltados, de fãs da Suzy e de uns “gatos pingados” que nunca ligam meia ao festival, nem sequer têm o hábito de ver a Eurovisão, mas que se acham no direito de reclamar da “Quero ser tua”, apenas e só por que sim e porque português que é português não perde uma oportunidade para mandar uma “posta de pescada” sobre qualquer coisa. E porque português que é português pelos vistos tem repúdio por um género de música que é tradicional do nosso país, mas adiante. Mixórdia de temáticas, Tubo de ensaio, Você na TV, entre outros, decidiram comentar o festival. Tudo muito bem, mesmo que falem mal, o que interessa é que falem e que voltem a dar a relevância que o Festival da Canção merece. Ah, e por favor não nos esqueçamos da marcante manifestação em frente à RTP. Foi lindo ver aquilo, a união dos seis ou sete fãs da “Mea Culpa”. Breathtaking!


      O local escolhido para abrigar o evento pode não ter sido o melhor em termos de acústica e de tamanho do espaço, mas sem dúvida que o espaço do Convento do Beato era lindíssimo e emanava uma harmonia fantástica – apesar do ambiente pesado que lá se fazia sentir, pois entre os presentes só se falava em rumores e mais rumores.
      Numa perspetiva geral, apesar dos problemas na organização dos convidados e respetivos lugares a sentar, foi um bom festival, dos melhores dos últimos anos. Bons concorrentes e boas propostas – todos os finalistas tinham uma boa música para nos representar em Copenhaga.
      Tenho de destacar os números preparados pelo grande Henrique Feist, cada um deles trabalhado ao mais pequeno pormenor, tudo impecável. Aqueles que deviam ser os momentos para encher “chouriços” acabaram por ser os melhores da noite. O Henrique, todos os bailarinos e os cantores que nos relembraram com saudade de algumas músicas de festivais anteriores estão todos de parabéns.


      A Sílvia Alberto e o José Carlos Malato funcionaram muito bem como dupla, com algumas piadas forçadas mas tudo bem. Terei todo o gosto em ouvi-los a comentar a Eurovisão, desde que se eduquem acerca dos concorrentes previamente e que tenham cuidado com as críticas fáceis e constrangedoras.
      Os concorrentes, na medida dos possíveis, estiveram todos bem. Na final, notou-se melhorias em quase todas as atuações, o que só prova que a RTP não deu aos artistas o tempo que eles precisavam para se preparar para este certame. O Rui abriu o desfilar das canções com uma excelente performance vocal. Seguiu-se a Catarina, com um vestido muito melhor que o anterior e com uma coreografia brilhante. A Zana esteve igualmente bem, apesar de preferir a atuação da semifinal. Quanto à Raquel, era a minha favorita e apresentou a canção mais potente deste festival. Aqui notou-se que foi vítima dos problemas técnicos na semifinal, sendo esta a atuação com mais melhorias. Por fim, a nossa Suzy, onde as mudanças foram poucas, visto que se continuou a notar o nervosismo da cantora.


      Aos poucos, todos fomos começando a acreditar que seria realmente a Suzy a vencer. E a audiência no Convento do Beato estava ao rubro devido a isso: bastava a Suzy aparecer, em palco ou nos ecrãs, para começarem com os apupos. Quando se soube que tinha sido a canção nº5 a vencer, então foi o descalabro total. Uma autêntica selvajaria. Assobios, apupos, claques de uns a gritarem pelos outros, sensivelmente metade da sala a ir embora, pessoas a falarem diretamente para a Suzy, manifestando a injustiça… Enfim. Gostava de saber para que serviram os fatos de gala, os saltos altos e as horas no cabeleireiro, para ir àquele “arraial chique”, se, no fim, aquilo mais parecia a festa da aldeia depois de uma bebedeira em bando? Presenciou-se a uma autêntica falta de respeito e educação para com a nossa representante, que, julgo eu, nada teve a ver com o que aconteceu e foi quem levou com a indignação toda.


      Desde sábado passado que não se pára de falar neste assunto, com mil e uma suposições baseadas em fontes de “diz que disse”. Quero só frisar que, há quatro anos atrás, foi um escabeche total porque a votação do júri valia demasiado. Este ano, fizeram a vontade de ser o público apenas a escolher e aconteceu o que se sabe. Por onde ficamos, então? Enquanto não conseguirem ver que o único interesse da RTP é fazer dinheiro com isto, nunca irão perceber o que se passa no Festival da Canção, porque o que aconteceu foi mau, sim, talvez injusto para alguns, mas as regras não foram quebradas.
     Penso que a Suzy nos irá dar um bom espetáculo, a partir de Copenhaga. O Emanuel já nos deu provas suficientes de que sabe muito bem para onde vai e o que faz. Muitos parabéns, e que venha a Eurovisão 2014!

Video: Youtube

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