Uma semana depois de findada mais uma edição do Festival da
Canção, penso que é correto dizer que esta foi uma das edições mais polémicas
de sempre. Redes sociais inundadas de revoltados, de fãs da Suzy e de uns
“gatos pingados” que nunca ligam meia ao festival, nem sequer têm o hábito de
ver a Eurovisão, mas que se acham no direito de reclamar da “Quero ser tua”,
apenas e só por que sim e porque português que é português não perde uma
oportunidade para mandar uma “posta de pescada” sobre qualquer coisa. E porque
português que é português pelos vistos tem repúdio por um género de música que
é tradicional do nosso país, mas adiante. Mixórdia de temáticas, Tubo de
ensaio, Você na TV, entre outros, decidiram comentar o festival. Tudo muito
bem, mesmo que falem mal, o que interessa é que falem e que voltem a dar a
relevância que o Festival da Canção merece. Ah, e por favor não nos esqueçamos
da marcante manifestação em frente à RTP. Foi lindo ver aquilo, a união dos
seis ou sete fãs da “Mea Culpa”. Breathtaking!
O local escolhido para abrigar o evento pode não ter sido o
melhor em termos de acústica e de tamanho do espaço, mas sem dúvida que o
espaço do Convento do Beato era lindíssimo e emanava uma harmonia fantástica –
apesar do ambiente pesado que lá se fazia sentir, pois entre os presentes só se
falava em rumores e mais rumores.
Numa perspetiva geral, apesar dos problemas na organização
dos convidados e respetivos lugares a sentar, foi um bom festival, dos melhores
dos últimos anos. Bons concorrentes e boas propostas – todos os finalistas
tinham uma boa música para nos representar em Copenhaga.
Tenho de destacar os números preparados pelo grande Henrique
Feist, cada um deles trabalhado ao mais pequeno pormenor, tudo impecável.
Aqueles que deviam ser os momentos para encher “chouriços” acabaram por ser os
melhores da noite. O Henrique, todos os bailarinos e os cantores que nos
relembraram com saudade de algumas músicas de festivais anteriores estão todos de
parabéns.
A Sílvia Alberto e o José Carlos Malato funcionaram muito
bem como dupla, com algumas piadas forçadas mas tudo bem. Terei todo o gosto em
ouvi-los a comentar a Eurovisão, desde que se eduquem acerca dos concorrentes
previamente e que tenham cuidado com as críticas fáceis e constrangedoras.
Os concorrentes, na medida dos possíveis, estiveram todos
bem. Na final, notou-se melhorias em quase todas as atuações, o que só prova
que a RTP não deu aos artistas o tempo que eles precisavam para se preparar
para este certame. O Rui abriu o desfilar das canções com uma excelente performance vocal. Seguiu-se a Catarina,
com um vestido muito melhor que o anterior e com uma coreografia brilhante. A
Zana esteve igualmente bem, apesar de preferir a atuação da semifinal. Quanto à
Raquel, era a minha favorita e apresentou a canção mais potente deste festival.
Aqui notou-se que foi vítima dos problemas técnicos na semifinal, sendo esta a
atuação com mais melhorias. Por fim, a nossa Suzy, onde as mudanças foram
poucas, visto que se continuou a notar o nervosismo da cantora.
Aos poucos, todos fomos começando a acreditar que seria
realmente a Suzy a vencer. E a audiência no Convento do Beato estava ao rubro
devido a isso: bastava a Suzy aparecer, em palco ou nos ecrãs, para começarem
com os apupos. Quando se soube que tinha sido a canção nº5 a vencer, então foi
o descalabro total. Uma autêntica selvajaria. Assobios, apupos, claques de uns
a gritarem pelos outros, sensivelmente metade da sala a ir embora, pessoas a
falarem diretamente para a Suzy, manifestando a injustiça… Enfim. Gostava de
saber para que serviram os fatos de gala, os saltos altos e as horas no
cabeleireiro, para ir àquele “arraial chique”, se, no fim, aquilo mais parecia
a festa da aldeia depois de uma bebedeira em bando? Presenciou-se a uma
autêntica falta de respeito e educação para com a nossa representante, que, julgo eu, nada
teve a ver com o que aconteceu e foi quem levou com a indignação toda.
Desde sábado passado que não se pára de falar neste assunto,
com mil e uma suposições baseadas em fontes de “diz que disse”. Quero só frisar
que, há quatro anos atrás, foi um escabeche total porque a votação do júri
valia demasiado. Este ano, fizeram a vontade de ser o público apenas a escolher
e aconteceu o que se sabe. Por onde ficamos, então? Enquanto não conseguirem ver que o único interesse da RTP
é fazer dinheiro com isto, nunca irão perceber o que se passa no Festival da
Canção, porque o que aconteceu foi mau, sim, talvez injusto para alguns, mas as
regras não foram quebradas.
Penso que a Suzy nos irá dar um bom espetáculo, a partir de
Copenhaga. O Emanuel já nos deu provas suficientes de que sabe muito bem para onde vai e o que faz. Muitos parabéns, e que venha a Eurovisão 2014!
Video: Youtube
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