2010 – Polémica no FC, boa classificação no ESC
2010 foi mais um ano com polémica no Festival da Canção. O júri voltou a definir um vencedor diferente daquele que o público queria, mas, se em 2009 o público nada disse pois tinha dado 10 pontos à música vencedora, em 2010 ouviram-se assobios. Filipa Azevedo venceu o FC, ficando à frente da preferida do público, Catarina Pereira, o que deu origem a inúmeros pedidos para que a RTP enviasse “Canta Por Mim” a Oslo.
O FC de 2010 esteve dividido em duas semifinais e teve lugar no Campo Pequeno. Em cada semifinal apresentavam-se 12 canções, das quais apenas metade eram eleitas pelo televoto para ir à grande final, onde poderiam competir pelo sonho de representar Portugal em Oslo. Ao todo, neste ano, a RTP recebeu “420 canções das quais 30 foram selecionadas por um júri constituído por Tozé Brito, Fernando Martins e Ramon Galarza”. As 30 canções foram submetidas a uma votação online, da qual se qualificaram 24. Na final estiveram:
Canção nº 1 – “O Amor Não Sabe” – Filipa Galvão Telles
Canção nº 2 – “O Mundo De Pernas Para O Ar” – Banda Trocopasso
Canção nº 3 – “Ai Lisboa” – Jorge Guerreiro
Canção nº 4 – “Caminheiro De Mim” – Ricardo Martins
Canção nº 5 – “É Assim Que As Coisas São” – The Agency
Canção nº 6 – “Pássaro Saudade” – Seis P’ro Meia Dúzia
Canção nº 7 – “Fogo Lento” – Nuno Pinto
Canção nº 8 – “Canta Por Mim” – Catarina Pereira
Canção nº 9 – “Há Dias Assim” – Filipa Azevedo
Canção nº 10 – “Rios” – Gonçalo Tavares
Canção nº 11 – “Alvorada” – Vanessa
Canção nº 12 – “Uma Canção À Cid (O Sol E As Estrelas)” – Rui Nova
Inicialmente, a concurso estava também uma canção dos Homens da Luta, “Luta assim não dá”. Contudo, a proposta da banda acabou por ser desclassificada, uma vez que já tinha sido apresentada “dezenas de vezes em público”, como confirmou o próprio Jel ao 24 Horas.
Jel disse ainda ao mesmo jornal que não tinha lido o regulamento do Festival e que, por isso, não fazia ideia de que não podia enviar uma música que já tivesse sido comercializada e não fosse original. Na mesma página, o homem que dá a cara pelos Homens da Luta diz que poderia perfeitamente vencer, já que estava em primeiro lugar da votação online com o dobro de pontos do segundo. O cantor prometeu ainda regressar em 2011 (o que se veio a concretizar).
Este foi uma edição invadida por ex-concorrentes do programa da SIC "Família Superstar" (as duas primeiras classificadas, como já foi referido anteriormente, saíram deste concurso, bem como Nuno e Fábia, Gonçalo Madruga e João Pedreira) e da "Operação Triunfo", da RTP (Evelyne, Dennisa, Nuno Pinto). Além deles, o Festival contou com alguns nomes conhecidos, como Nucha, Claudisabel e Vanessa.
Jel disse ainda ao mesmo jornal que não tinha lido o regulamento do Festival e que, por isso, não fazia ideia de que não podia enviar uma música que já tivesse sido comercializada e não fosse original. Na mesma página, o homem que dá a cara pelos Homens da Luta diz que poderia perfeitamente vencer, já que estava em primeiro lugar da votação online com o dobro de pontos do segundo. O cantor prometeu ainda regressar em 2011 (o que se veio a concretizar).
Este foi uma edição invadida por ex-concorrentes do programa da SIC "Família Superstar" (as duas primeiras classificadas, como já foi referido anteriormente, saíram deste concurso, bem como Nuno e Fábia, Gonçalo Madruga e João Pedreira) e da "Operação Triunfo", da RTP (Evelyne, Dennisa, Nuno Pinto). Além deles, o Festival contou com alguns nomes conhecidos, como Nucha, Claudisabel e Vanessa.
“Há dias assim... em que a música vencedora do Festival da Canção não agrada a todos” – é desta maneira que o 24 Horas começa a sua publicação pós-Festival da Canção. No final do evento, Filipa Azevedo disse não se importar com os apupos, uma vez que “cada um tem os seus gostos”, e Augusto Madureira, jornalista da SIC e compositor do tema vencedor, disse o mesmo, afirmando que os seus colegas da estação de Carnaxide tinham votado no seu tema.
Sílvia Alberto explicou os assobios com o facto de haver vários apoiantes de Catarina Pereira, a vencedora do televoto, no Campo Pequeno. A sua canção, "Canta Por Mim", havia sido criada pela mesma dupla que assinou "Senhora do Mar": Andrej Babic e Carlos Coelho. A jovem, que venceu igualmente a segunda semifinal, protagonizou, com a ajuda da ventoinha, um momento bastante engraçado... pelo menos para a audiência masculina.
Sílvia Alberto explicou os assobios com o facto de haver vários apoiantes de Catarina Pereira, a vencedora do televoto, no Campo Pequeno. A sua canção, "Canta Por Mim", havia sido criada pela mesma dupla que assinou "Senhora do Mar": Andrej Babic e Carlos Coelho. A jovem, que venceu igualmente a segunda semifinal, protagonizou, com a ajuda da ventoinha, um momento bastante engraçado... pelo menos para a audiência masculina.
Quem também se mostrou bastante indignado foi o autor da novela “Meu Amor”, da TVI. António Barreira afirmou que “enquanto continuarmos a ter votos de professores de Conservatórios e pseudo-intelectuais da música, nunca iremos passar da sepa torta. Não podem ser 60 pessoas dos júris distritais a contrariar o voto dos portugueses, que terão sido bem mais”. O autor da novela (que, aliás, venceu as audiências do dia do FC) afirmou ter apupado a canção vencedora e ter sido dos primeiros a abandonar o recinto. Além disso, disse ainda que, se a TVI fosse o canal responsável pela organização do Festival, Portugal já teria vencido o ESC.
Antes do Festival em Oslo, realizado entre 25 e 29 de maio (a data mais tardia em que alguma vez se celebrou o certame), havia confiança no seio da comitiva portuguesa, como adiantava o 24 Horas. Filipa Azevedo sentia-se “uma princesa” e disse que último ensaio antes da primeira semifinal havia sido perfeito. A cantora mostrava-se feliz com o vestido desenhado propositadamente para a ocasião, enquanto o compositor do tema tecia os mais rasgados elogios à intérprete do seu tema, dizendo que ela era a “alma e a voz” da canção. A publicação refere ainda pormenores da conferência de imprensa “desprezados” pelos outros jornais, como o facto de Filipa ter cantado “Chamar a Música” de Sara Tavares e a versão inglesa de “Há Dias Assim”.
A única coisa que a RTP ganhou no dia da grande final eurovisiva foi colocar o Festival no primeiro lugar do top de audiências. É graças a este lugar cimeiro no que às audiências diz respeito que o 18º lugar conquistado por Filipa Azevedo tem lugar na parte cimeira de uma sequer página. O destaque para a final é nulo, depois de tanta euforia com a semifinal em que Portugal conseguiu qualificar-se. Ainda que só tenhamos recebido 43 pontos na finalíssima, "Há Dias Assim" conseguiu chegar à 4ª posição na semifinal, somando 89 pontos.
A vitória nesta edição foi parar à Alemanha. Ainda que tivessem vencido também em 1982, esta foi a primeira vez que os alemães festejaram uma vitória depois da queda do muro de Berlim. Lena defendeu "Satellite", uma canção que teve bastante sucesso na Europa.
2011 – Luta pela política, mas pouca pela música
Antes de mais uma edição do Festival da Canção, o destaque na imprensa portuguesa era quase nulo, com a exceção de duas páginas dadas para o anúncio dos artistas e das músicas a concurso.
Depois de um ano com duas semifinais, voltámos ao formato “original” do FC com 12 músicas selecionadas pelo público a apresentarem-se numa única gala.
Entre os concorrentes, destacavam-se alguns nomes já conhecidos de grande parte do público, como Nuno Norte (vencedor da primeira edição do "Ídolos"), Rui Andrade (que havia participado em "Morangos com Açúcar"), Henrique Feist (ator e cantor), Wanda Stuart (atriz e cantora), Axel, Sete Saias e os grandes vencedores: os Homens da Luta.
Entre os concorrentes, destacavam-se alguns nomes já conhecidos de grande parte do público, como Nuno Norte (vencedor da primeira edição do "Ídolos"), Rui Andrade (que havia participado em "Morangos com Açúcar"), Henrique Feist (ator e cantor), Wanda Stuart (atriz e cantora), Axel, Sete Saias e os grandes vencedores: os Homens da Luta.
Canção nº 1 – “Embalo Do Coração” – 7 Saias
Canção nº 2 – “Sobrevivo” – Carla Moreno
Canção nº 3 – “São Os Barcos De Lisboa” – Nuno Norte
Canção nº 4 – “Em Nome Do Amor” – Rui Andrade
Canção nº 5 – “Quase A Voar” – Henrique Feist
Canção nº 6 – “Chegar À Tua Voz” – Wanda Stuart
Canção nº 7 – “Se Esse Dia Chegar” – Tânia Tavares
Canção nº 8 – “Deixa O Meu Lugar” – Inês Bernardo
Canção nº 9 – “Tensão” – Filipa Ruas
Canção nº 10 – “A Luta É Alegria” – Homens Da Luta
Canção nº 11 – “Boom Boom Yeah” – Axel
Canção nº 12 – “O Mar, O Vento E As Estrelas” – Ricardo Sousa
"A Luta é Alegria", dos Homens da Luta, foi, então, a grande vencedora da noite, depois de receber 12 pontos do televoto e 6 do júri nacional. Quando Sílvia Alberto, a apresentadora, Filipa Azevedo e Eduardo Nascimento, os convidados especiais, anunciaram os resultados, depressa rebentaram assobios no Teatro Camões, sede do espetáculo.
Nos dias seguintes, são várias as publicações que confirmam aquilo que os portugueses viram: muitos dos espectadores que estavam no Teatro Camões levantaram-se e não esperaram pela última atuação, pois consideraram os vencedores “uma vergonha”.
Depois da polémica vitória, muito se falou na possível desclassificação dos Homens da Luta, pelo facto de a letra da música se referir claramente a matérias políticas (algo não permitido pelo regulamento da Eurovisão). No entanto, isto acabou por não acontecer.
O segundo classificado do FC 2011, Nuno Norte, disse à TV7Dias que não ia avançar com uma queixa contra os vencedores, relativamente ao conteúdo político, por ser amigo pessoal dos mesmos e não necessitar do Festival para construir uma carreira. O vencedor da primeira edição do "Ídolos" disse ainda que os Homens da Luta haviam sido os justos vencedores, uma vez que venceram o televoto. Nuno Norte afirmou também que não achava a música adequada ao festival e disse que a mesma não passava de uma sátira feita por um grupo de humoristas que não iria fazer sentido ou ser entendida pelo público externo.
O segundo classificado do FC 2011, Nuno Norte, disse à TV7Dias que não ia avançar com uma queixa contra os vencedores, relativamente ao conteúdo político, por ser amigo pessoal dos mesmos e não necessitar do Festival para construir uma carreira. O vencedor da primeira edição do "Ídolos" disse ainda que os Homens da Luta haviam sido os justos vencedores, uma vez que venceram o televoto. Nuno Norte afirmou também que não achava a música adequada ao festival e disse que a mesma não passava de uma sátira feita por um grupo de humoristas que não iria fazer sentido ou ser entendida pelo público externo.
Jel não parecia importar-se com as polémicas, tendo em conta que disse que “o conteúdo até pode ser político, mas a mensagem é de luta alegre” e afirmou querer chegar às pessoas resignadas com a situação que o país atravessava. Se fossem desclassificados, Jel adiantou que iriam na mesma à Alemanha. A TV7Dias adiantava também que o grupo já tinha sido contactado pela BBC e pela imprensa grega e checa. Jel acaba a publicação referida dizendo que “o último lugar ninguém nos tira” e pede ao público que não se esqueça de que no ESC não é só o júri que vota.
Polémica ou não, a verdade é que dias depois de vencerem o festival, os Homens da Luta eram capa da TV7Dias. Há anos que um vencedor do FC não fazia a capa de uma revista ou jornal português e, não tendo sido exatamente por vencerem o Festival, Jel e Falâncio acabaram por conseguir também essa proeza. O passado amoroso dos dois irmãos era o grande destaque da referida revista. Jel namorou com a conhecida atriz São José Correia, e Falâncio com a também atriz Ana Afonso. Além dos amores dos dois irmãos, a publicação adianta também que Falâncio é pai desde os 17 anos e que Jel já provou inúmeras drogas.
Vânia Fernandes, que, em 2008, levou Portugal ao 13º lugar, confessou à TV7Dias que se sentia um pouco envergonhada pela música vencedora. A cantora disse que seria normal que no ano seguinte ninguém se quisesse inscrever no Festival tendo em conta aquilo em que o público vota. Sem revelar a música preferida, Vânia adiantou que qualquer música era melhor que a vencedora e que Portugal ia dar uma má imagem à Europa.
Aquando da estada na Alemanha, o grupo revelou que, sempre que podia, ia para a rua tocar e cantar e em pouco mais de meia hora chegaram a fazer 100€. Jel adiantava que a ajuda monetária vinda da RTP era o suficiente apenas para comer e que tudo o que faturavam com as “cantorias” era bem-vindo.
A publicação dava ênfase à popularidade do grupo por terras alemãs e, em dia de primeira semifinal, Jel acreditava que podia alcançar a grande final e prometia que o grupo que liderava ia dar o seu melhor. O vocalista do grupo dizia ainda que se sentia muito bem no palco e que a organização do evento tinha superado as suas expectativas. Afirmava também que as pessoas sentiam que “A Luta É Alegria” era uma lufada de ar fresco e animação entre tantas músicas parecidas apresentadas pelos restantes países. Quanto às outras músicas, Jel e Falâncio diziam que “há muito azeite e muito carrinho-de-choque”.
Contudo, as melhores expetativas não se concretizaram. Portugal falhou, pela primeira vez desde o sistema de duas semifinais, o apuramento para a final. Os Homens da Luta ficaram em penúltimo na eliminatória, com 22 pontos. Pior do que nós só a Polónia.
A final decorreu dois dias depois. Ainda que a vencedora do ano anterior, Lena, estivesse novamente a representar a Alemanha para defender o seu título, o troféu foi parar à dupla do Azerbaijão, Ell/Nikki. "Running Scared" ganhou com 221 pontos. Itália, que regressava ao concurso depois de 14 anos de pausa, ficou em segundo lugar. Destaque também para o regresso de Dana International, a mítica vencedora do Festival em 1998.
A publicação dava ênfase à popularidade do grupo por terras alemãs e, em dia de primeira semifinal, Jel acreditava que podia alcançar a grande final e prometia que o grupo que liderava ia dar o seu melhor. O vocalista do grupo dizia ainda que se sentia muito bem no palco e que a organização do evento tinha superado as suas expectativas. Afirmava também que as pessoas sentiam que “A Luta É Alegria” era uma lufada de ar fresco e animação entre tantas músicas parecidas apresentadas pelos restantes países. Quanto às outras músicas, Jel e Falâncio diziam que “há muito azeite e muito carrinho-de-choque”.
Contudo, as melhores expetativas não se concretizaram. Portugal falhou, pela primeira vez desde o sistema de duas semifinais, o apuramento para a final. Os Homens da Luta ficaram em penúltimo na eliminatória, com 22 pontos. Pior do que nós só a Polónia.
A final decorreu dois dias depois. Ainda que a vencedora do ano anterior, Lena, estivesse novamente a representar a Alemanha para defender o seu título, o troféu foi parar à dupla do Azerbaijão, Ell/Nikki. "Running Scared" ganhou com 221 pontos. Itália, que regressava ao concurso depois de 14 anos de pausa, ficou em segundo lugar. Destaque também para o regresso de Dana International, a mítica vencedora do Festival em 1998.
À chegada a Lisboa, que aconteceu no domingo seguinte ao dia da final, os irmãos líderes dos Homens da Luta foram recebidos por algumas dezenas de pessoas em euforia, e Jel garantiu que em 2012 iriam participar novamente no Festival da Canção (algo que veio a não se verificar).
2012 – Um FC cheio de fado não deu os seus frutos
2012 foi o último ano em que Portugal participou na Eurovisão. Como é habitual, a RTP começou a anunciar o Festival da Canção apenas em Dezembro. Os cantores que já tinham músicas preparadas para enviar à emissora tiveram de alterar todos os seus planos, pois a RTP mudou o esquema habitual do concurso: o canal decidiu realizar audições para escolher apenas as vozes que iriam cantar os temas de compositores escolhidos posteriormente.
Os castings decorreram nos estúdios da RTP (em Lisboa e no Porto), no princípio do mês de janeiro, e foram centenas as pessoas que tentaram a sua sorte à frente de três jurados. Ainda nesse mês, foram revelados os 12 artistas que participariam no Festival da Canção, agendado para março, e os compositores envolvidos nos temas.
Os artistas envolvidos eram na sua maioria amadores, alguns tendo saído de talent shows. Rui Andrade e Ricardo Soler eram os únicos que já haviam participado antes. Na lista de compositores houve, pelo contrário, boas surpresas: nomes como Tó Zé (Per7ume), Tiago Pais Dias e Marisa Liz (Amor Electro), Nuno Feist, João Só, Menito Ramos, Pedro Marques e Daniela Varela (Flor-de-Lis) compuseram para o certame.
Os castings decorreram nos estúdios da RTP (em Lisboa e no Porto), no princípio do mês de janeiro, e foram centenas as pessoas que tentaram a sua sorte à frente de três jurados. Ainda nesse mês, foram revelados os 12 artistas que participariam no Festival da Canção, agendado para março, e os compositores envolvidos nos temas.
Os artistas envolvidos eram na sua maioria amadores, alguns tendo saído de talent shows. Rui Andrade e Ricardo Soler eram os únicos que já haviam participado antes. Na lista de compositores houve, pelo contrário, boas surpresas: nomes como Tó Zé (Per7ume), Tiago Pais Dias e Marisa Liz (Amor Electro), Nuno Feist, João Só, Menito Ramos, Pedro Marques e Daniela Varela (Flor-de-Lis) compuseram para o certame.
Apresentado por Sílvia Alberto e Pedro Granger, o FC2012 focou-se sobretudo no Fado, e a maioria das músicas eram baladas. “Vida Minha”, interpretada por Filipa Sousa, acabou por ser a grande vencedora deste ano, sendo que os compositores desta (Andrej Babic e Carlos Coelho) não eram sequer primeira opção da estação - a RTP quis Jorge Fernando.
Mais uma vez, foi pouca a imprensa a destacar o Festival da Canção e vimos novamente apenas umas páginas com fotos dos artistas e com os seus nomes e das suas canções. Se ainda se lembram, foi em 2012 que foi pedido aos participantes que mostrassem no vídeo de apresentação um produto típico da sua região, algo que não foi esquecido na hora da publicação. Os temas a concurso eram:
Canção nº 1 – “Gratia Plena” – Ricardo Soler
Canção nº 2 – “Outono Em Forma De Gente” – Pedro Macedo
Canção nº 3 – “Amanhã Começa O Meu Futuro” – Tó Martins
Canção nº 4 – “Redescobrir Portugal” – Gerson Santos
Canção nº 5 – “O Amor É Maior Que A Vida” – Joana Leite
Canção nº 6 – “Fica A Saudade” – Pamela Salvado
Canção nº 7 – “Será O Que Será” – Cúmplice’s
Canção nº 8 – “Um Poema Na Bagagem” – Arménio Pimenta
Canção nº 9 – “Queres Que Eu Dance?” – Carlos Costa
Canção nº 10 – “O Mundo Passa” – Vânia Osório
Canção nº 11 – “Amor A Preto E Branco” – Rui Andrade
Canção nº 12 – “Vida Minha” – Filipa Sousa
Todas as músicas tinham em si o som da guitarra portuguesa e a grande vencedora teve projeção apenas nas secções online dos jornais (Diário de Notícias [DN] e Correio da Manhã [CM]) mostrando assim a falta de interesse que o público português mostrou na edição de 2012 do Festival da Canção.
Antes da Eurovisão, faziam-se balanços às pontuações portuguesas em anos anteriores e chegava-se à conclusão de que França fora o país que mais nos ajudara desde 2000 e o único a dar-nos os esperados 12 pontos. Seguidamente, foram Espanha e Suíça os países que mais contribuíram para as nossas classificações. Reino Unido, Suécia, Itália, Grécia e Rússia não nos haviam dado um único ponto.
No dia da segunda semifinal, a 24 de maio, aquela em que Portugal participou, a TVGuia publicara uma entrevista feita a Filipa Sousa, a responsável pela nossa representação. Na página relativa ao efeito, a revista refere-se à canção como intitulada “Minha Vida” ao invés de “Vida Minha”. Filipa Sousa disse à revista que era Jorge Fernando o compositor original do tema que devia interpretar, no entanto, e por “motivos profissionais”, este não pode fazê-lo, tendo sido convidados Andrej Babic e Carlos Coelho, que já haviam composto “Senhora do Mar”, “Canta Por Mim” e “Sobrevivo”. Filipa disse que a vitória tinha sido surpreendente e que tinha concretizado um sonho de infância.
A cantora disse estar muito feliz e que tinha recebido imensos elogios tanto pessoalmente como por via eletrónica. A algarvia revelou também que, caso esta oportunidade não surgisse, teria aceitado o convite que lhe fizeram para ir cantar para um cruzeiro asiático. Ficou de fora da segunda edição da "Operação Triunfo" e do "Ídolos" no mesmo ano, mas isso não a demoveu do seu sonho e voltou à OT na edição seguinte. Confessou ainda ter enviado canções para as três anteriores edições do FC.
A cantora disse estar muito feliz e que tinha recebido imensos elogios tanto pessoalmente como por via eletrónica. A algarvia revelou também que, caso esta oportunidade não surgisse, teria aceitado o convite que lhe fizeram para ir cantar para um cruzeiro asiático. Ficou de fora da segunda edição da "Operação Triunfo" e do "Ídolos" no mesmo ano, mas isso não a demoveu do seu sonho e voltou à OT na edição seguinte. Confessou ainda ter enviado canções para as três anteriores edições do FC.
Também depois de conhecida a sua não passagem à final, o destaque impresso foi completamente nulo, não tendo tido importância alguma mais uma derrota no certame.
Menos destaque ainda teve a vitória sueca. Loreen somou o maior número de 12 pontos da história (foram 18) e venceu a Eurovisão com "Euphoria". Destaque para as participações de Anggun, já bem conhecida na Europa, em representação de França, e de Pastora Soler, que levou Espanha novamente ao top 10.
Menos destaque ainda teve a vitória sueca. Loreen somou o maior número de 12 pontos da história (foram 18) e venceu a Eurovisão com "Euphoria". Destaque para as participações de Anggun, já bem conhecida na Europa, em representação de França, e de Pastora Soler, que levou Espanha novamente ao top 10.
2013 – 10 anos depois, voltamos a ausentar-nos
Depois de nos ficarmos pela semifinal em 2012 e de muitas indecisões no panorama económico português, a RTP anunciou que, mais uma vez, iria prescindir do Festival Eurovisão da Canção. Em altura de grave crise internacional, mas, acima de tudo, nacional, a RTP vivia não só uma grave situação financeira como também política, uma vez que a privatização do canal público estava iminente (algo que continua a não se verificar). O Estado começou a cortar e não sobrou dinheiro para a inscrição portuguesa num concurso que faz parte da nossa história.
O interesse dos media (e da população em geral) no Eurovision Song Contest tem vindo a descer de ano para ano e, com a não participação do nosso país, foram ainda menos as notícias que encontrámos na imprensa.
O destaque vai para a participação de uma cara mundialmente famosa no certame: Bonnie Tyler. A notícia de que a intérprete de “Total Eclipse Of The Heart” era a escolhida do Reino Unido foi aquela que mais destaque teve na nossa imprensa. Desde o Público, ao gratuito Metro, muitos foram os que não deixaram escapar esta notícia.
Se já em 2012 a cobertura do festival havia sido mínima, em 2013 foi ainda pior, tendo em conta a não participação do nosso país. As audiências, que são a grande fonte de receita televisiva, eram o destaque, tendo em conta o 16º lugar que a final do ESC alcançou na lista de programas mais vistos do dia, com meio milhão de espetadores (um número bastante inferior ao registado em anteriores anos, mas não negativo, de todo).
A dinamarquesa Emmelie de Forest foi a grande figura presente nos nossos media, no entanto, o beijo lésbico finlandês mereceu também uma grande destaque desde logo no CM. Além disto, Bonnie Tyler e Anouk, por serem as figuras mais conhecidas do publico em geral, também mereceram algum protagonismo na hora de falar do Festival. Deu-se ainda a importância devida a Petra Mede, que foi a única apresentadora do ano, em detrimento dos dois habituais apresentadores.
O CM adiantava que Emmelie de Forest se tinha apresentado como tretraneta da rainha Vitória de Inglaterra, mas que a Família Real britânica já havia negado esta informação. À vitória propriamente dita, alcançada com o tema "Only Teardrops", pouco destaque se dá. A publicação destaca ainda a cantora da Estónia, Birgit Õigemeel, que estava grávida, e o gigante ucraniano.
Vale a pena destacar ainda o facto de o Record ter dado duas notícias relacionadas com o Festival, tendo em conta o facto de ser um jornal que nada tem a ver com o assunto. Dizia o diário que Caroline Wozniacki e Peter Schmeichel, dinamarqueses, tinham felicitado Emmelie pela sua conquista. A outra notícia, publicada no site do jornal, dava conta de que o gigante ucraniano tinha o sonho de ser jogador de basquetebol, no entanto esse sonho não podia ser realizado, pois não havia ténis com tamanho suficiente para o mesmo. Ainda assim, o homem mais alto dos Estados Unidos e grande amigo da cantora ucraniana, Zlata Ognevich, calça o 58 e teve a Reebok do seu lado, ao fabricar especialmente para ele 3 pares de ténis. Não podendo concretizar o seu sonho, ficou com o orgulho de ter chegado ao 3º lugar na Eurovisão, tendo ficado a poucos votos do Azerbaijão.
O DN, surpreendentemente, dedica um espaço de opinião ao Festival. Assinado por Nuno Azinheira, o texto criticava a postura adotada por Sílvia Alberto, a comentadora selecionada pela RTP para acompanhar as três galas do certame. Dizia o jornalista que a apresentadora fez por vezes comentários despropositados, estando perdida entre ser uma mera tradutora ou uma crítica de música. Ainda assim, Nuno elogiou a decisão da RTP em parar por um ano e ainda mais o facto de ter decidido transmitir o festival.
Após o festival de 2010, o autor Augusto Madurera foi 1ª pagina da revista do Diario de Noticias, criticando duramente a RTP. Voces esqueceram-se disso
ResponderEliminarVocês dao destaque sempre á OGAE, mas eles nem uma linha escrevem sobre vocês. LOL
ResponderEliminarNão é necessariamente verdade que o interesse dos portugueses na eurovisão esteja a diminuir. O facto de a impressa dar pouco destaque ao certame não significa que o público lhe dê pouca importância. Muitas vezes já se decretou a morte do Festival da Canção e o desinteresse total do público, mas o que é certo é que quando a RTP fez boas opções na promoção do mesmo, nomeadamente através da sua divulgação nas redes sociais e permitindo uma participação directa do público desde as primeiras selecções dos artistas/musicas, o público reagiu bem a aderiu ao espirito "eurovisão". Pena é que as politicas cegas dos cortes sem sentido, habituais neste governo, tivessem sacrificado o FC 2013. Esperemos agora para ver como vai a RTP promover o FC e o ESC 2014. Penso que em 90% o sucesso dos mesmos no nosso país depende das escolhas da RTP no que a eles diz respeito.
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