
Para aqueles que ainda se lembram daquela que classificámos como “Melhor atuação de sempre” não é difícil adivinhar qual é, também, a nossa melhor música de sempre. Não deve haver muitos portugueses (e estrangeiros também) que discordem de nós quando dizemos que “Senhora do Mar” foi a nossa grande música no festival. Não desfazendo grandes artistas do nosso panorama musical como Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, Simone de Oliveira ou Rita Guerra, Vânia Fernandes (que não tem metade do reconhecimento que merece) foi quem esteve mais perto e ao mesmo tempo mais longe da vitória portuguesa. Uma grande música aliada a uma grande voz já prometia muito, mas tivemos uma atuação de palco como nunca havíamos visto. A grande Vânia Fernandes mostrou a todos como é que se canta e interpreta uma música do calibre desta e deixou-nos com a lágrima ao canto do olho de tanto orgulho que sentimos. Fomos injustiçados como nunca havíamos sido. Merecíamos a vitória e acabámos num mero 13º lugar que soube a muito pouco. Como é que se explica que um país fique em 2º lugar na semifinal (aquela semifinal de nervos em que esperámos até à última para que num dos envelopes estivesse a nossa bandeira) e abaixo do top 10 na final? Não se explica! Uma coisa é certa: se não ganhámos com “Senhora do Mar”, nunca havemos de ganhar.
Sérgio:
Em 2006, eu não sabia bem o que era a Eurovisão, mas segui a transmissão do Festival RTP da Canção, num ano de regresso do formato “tradicional”, com bastante entusiasmo. Achei fantástica a possibilidade de ver um desfile de canções inéditas e poder escolher a minha favorita, sendo que, na época, para um mero miúdo de 12 anos, aquela que parecia ser a melhor escolha era “Coisas de Nada”, das Nonstop, pelo ritmo “mais mexido” que apresentava face às concorrentes, tendo eu ficado satisfeitíssimo com a vitória. No entanto, com o passar dos anos e com um gosto ligeiramente mais refinado, fui-me apercebendo de que o “Sei Quem Sou (Portugal)” teria sido, de facto, um grande marco na participação de Portugal na Eurovisão e poderíamos ter feito uma grande figura. À parte disso, há a considerar que foi uma simpática edição do Festival, com uma produção cuidada e canções distintas e interessantes, marcando a minha primeira experiência como espetador destes eventos, sendo que me sinto entristecido por, ao fim de 7 anos, já não ter hipótese de assistir a uma grande festa da música portuguesa.
Jessica:
Sempre me lembro de cá em casa se ver o Festival da Canção e a Eurovisão. Acho que é um tradição que vem de família, sendo que a minha mãe também sempre se lembra de o ver. O primeiro festival que me lembro de ver, apesar de ser com muitas falhas, é o de 2003. Foi o último ano em que tivemos um grande nome do nosso panorama musical a representar-nos. Rita Guerra foi a cantora escolhida internamente pela RTP para levar a nossa bandeira até Riga, na Letónia. É talvez a parte menos relevante, mas lembro da publicidade levada a cabo pela RTP com Rita Guerra a anunciar as 3 músicas concorrentes. Escolhemos uma grande música para nos representar numa voz sem igual, e acabámos num lugar lastimável (22º). Confesso que, com 10 anos não fazia sequer ideia da dimensão da Eurovisão, nem tão pouco sabia que um dia havia de ser uma fã incondicional deste, mas lembro-me da felicidade com que fiquei por ser a grande Rita Guerra a representar-nos. 10 anos depois gostava de voltar a ver esta grande cantora que muito admiro pisar o palco eurovisivo e ensinar a muito boa gente o que é cantar e o que é interpretar uma música, mas o mais provável seria ver a Europa a ignorá-la mais uma vez!
ENGLISH VERSION
For those who still remember the song we classified as "best performance ever" is not hard to guess which is also our Portuguese best music ever. There aren’t many Portuguese people (and also foreign) who disagree with us when we say "Senhora do Mar" was our greatest music ever at the festival. Not undoing the great artists of our music scene as Paul de Carvalho, Fernando Tordo, Simone de Oliveira and Rita Guerra, Vânia Fernandes (which doesn’t have half the recognition she deserves in our country) was the one who came closest to the unique Portuguese victory. A great music combined with a great voice has promised much, but we saw a stage performance as we had never seen before. The great Vânia Fernandes showed everyone how to sing a song like this and left us with a tear of pride in the corner of our eyes. We were injured as we have never been. We deserved the win and we ended in the 13th place. How can we explain that a country that finished in the 2nd place in the semifinal doesn’t end even in the top 10 of the big final? It’s impossible to explain! One thing is for sure: if we did not win with "Senhora do Mar", we will never win.
FIRST PORTUGUESE WINNER WE SAW
Sérgio:
In 2006, I didn’t even know what was the Eurovision, but I followed the broadcast of the Festival RTP da Canção, the year that the tradition format returned with a lot of enthusiasm. I found a fantastic opportunity to see a parade of new songs and being able to choose my favorite, and, in time, to a mere 12 year old kid, the one that seemed the best choice was "Coisas de Nada", by Nonstop for the good rhythm that it presented so I was amazed with that victory. However, over the years, and with a slightly more refined taste, I realized that "Sei Quem Sou (Portugal)" would have been, in fact, a better participation of Portugal in the Eurovision and could have done a great figure. Apart from that, it was a very good edition with lots of different songs and genders that marked my first experience was this event spectator and it makes me sad that 7 years later I can’t see this great celebration of the Portuguese music.
Jessica:
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