
NOVOS TALENTOS
Já aqui referi que sou uma fanática por programas musicais (ou não seria eu uma fã eurovisiva). Este fascínio existe “desde que me lembro de ser gente”, como se diz no norte. E se agora sou capaz de estar um dia inteiro com uns auriculares ao ouvido, quando era criança passava horas em frente à televisão a ver atuações, videoclips e tudo o que estivesse relacionado com a música.
Antigamente existiam numerosos programas musicais, muitos transmitidos pela RTP. Quem não se recorda do emblemático TOP +, ou do Made in Portugal. Nessa altura, a indústria musical portuguesa estava no seu auge. Lembro-me de, todas as semanas, deparar-me com um cantor novo, principalmente nos programas dedicados à musical popular portuguesa. Além disso, vincavam as girls band, as boys band, os grupos, todos com um enorme sucesso na altura. Uns não pararam durante uns anos e acabaram por extinguir-se, outros construíram uma carreira sólida e de grandes êxitos, mas estes últimos, foram raros.
Atualmente, a indústria musical portuguesa está em crise. É inegável que temos cantores de renome, que fazem até carreira internacional. Mas hoje em dia, já ninguém arrisca como se arriscava antes. A cultura está a atravessar um mau bocado no nosso país, aliás como várias outras áreas. No entanto, ainda há editoras que acreditam no talento de alguns jovens, muitos deles descobertos nos programas televisivos e acabam por “lhes dar um empurrão”.
Deste modo, o Festival da Canção poderia também ser uma rampa de lançamento para jovens artistas: cantores e compositores portugueses. Em tempos já se apostou numa selecção interna: o vencedor do programa musical, para além do prémio monetário e da gravação de um disco de originais, tinha o passaporte, naquele ano, para representar Portugal na Eurovisão, cabendo ao público decidir qual a melhor canção. Isto acontece em vários países europeus, e se tudo fosse muito bem organizado e elaborado, quem sabe se não seria esta uma hipótese a ponderar pela RTP para fazer renascer o interesse do público pela Eurovisão. Claro que, com isto, estou a defender algo que foi recentemente extinto provisoriamente: a realização de talent shows, repito, os meus amados talent shows! Mas haveria mesmo necessidade de não apostarem mais neste formato? É que mesmo não estando muito dentro deste assunto, penso que era o tipo de programa que as pessoas ainda viam… ainda se interessavam pela descoberta de novos talentos… e existem tantos neste país que devem andar por aí escondidos!
Com isto, todos ficariam a ganhar: a RTP, os jovens músicos e a visibilidade de Portugal na Eurovisão. São inúmeros os representantes de outros países europeus que construíram uma carreira de sucesso após a passagem pelo certame, e que até então eram reconhecidos no seu país por ter participado ou vencido um programa de talentos. Só na edição deste ano, nomes como Roberto Bellarosa, Dina Garipova, Marco Mengoni e tantos outros são o exemplo disso.
Imagens: Google
13/07/2013
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