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ESC 2012: comentários ao 1º dia de ensaios



PRIMEIRO ENSAIO DOS PRIMEIROS NOVE PAÍSES DA PRIMEIRA SEMIFINAL

Luzes, câmara, ação! Começaram, oficial, os ensaios do Festival Eurovisão da Canção 2012! Muita expectativa no ar, mas calma… Estes são, ainda, os primeiros ensaios! Muitas arestas por limar, mas já alguns bons (e maus) apontamentos para ressaltar. Nove foram os países, da primeira semifinal, que ascenderam, este domingo, ao palco em Baku para acertar os primeiros “passos”.



Nada melhor para se começar em grande! Um tema satírico-dramático-interventivo, que lutará pelos últimos lugares, caso ainda exista um pouco de justiça no mundo! Só a entrada da música já me dá arrepios, um ambiente algo aterrador e sombrio com o intérprete a entrar em cena em forma de “alma perdida”. Em palco, para além dos elementos da banda, vislumbra-se uma espécie de “cavalo de Tróia”, também ele um pouco assustador, que se move ao longo do tema – e onde estão escondidos os dançarinos. O cenário é um pouco confuso, com uma mistura de imagens e contagens numéricas a surgir a cada instante. Quanto à coreografia, parece-me muito pouco trabalhada, mas os planos de câmara poderão disfarçar este aspeto. Já o intérprete ascende ao palco com a sua típica atitude desinteressada e envergando uma guitarra com padrões camuflados. Quanto à sua prestação vocal, não posso comentar, porque a música é mais falada do que cantada. Se querem tornar o tema menos sofrível para o espetador, têm de mudar muita coisa!



Depois de algo tão mau, e deprimente, segue-se uma das favoritas deste ano! Se em tempos os islandeses tiveram um vulcão em erupção que fez suspender o trânsito aéreo, este tema também promete parar os espetadores eurovisivos – mas por melhores motivos! Logo a início deparamo-nos com um cenário muito interessante, que faz lembrar as paisagens islandesas. As vozes não me parecem “encaixar” na perfeição, mas pode dever-se à própria gravação vídeo. O par de intérpretes interage muito bem, existe muita química entre eles. Em palco predominam as cores escuras, não só do cenário, como das indumentárias dos elementos em palco, atribuindo ao tema um ambiente quase místico. Ao longo do tema os intérpretes e os backing vocals elaboram alguns movimentos coreográficos que, mesmo sendo básicos, aumentam a interatividade do mesmo. Boa escolha do guarda-roupa, do cenário e dos backing vocals – fez esquecer por completo que existiu a interpretação montenegrina! Isto promete!



Mas que seria de nós sem o frenético e refrescante pimba grego?! Muito se especulou sobre a capacidade vocal da intérprete, mas após este ensaio penso que os mais céticos já ficaram esclarecidos. Mas qual o ponto forte da interpretação? A coreografia, pois claro! Estes gregos não param em palco… É pura energia! Alguns dos passos, que transparecem a cultura grega, fazem-me recordar a interpretação da Helena Paparizou – uma fórmula vencedora, está claro! Com toda esta elaborada coreografia pode-se questionar: mas será que a Eleftheria consegue cantar de forma satisfatória? Consegue sim! Nem quando esta é erguida, pelos seus dançarinos, compromete vocalmente. Quanto ao cenário, este apresenta cores vivas, sem padrões definidos, nada de especial, até porque o ênfase recai na coreografia. Ninguém resiste a bater o pezinho quando ouve este tema, por isso cá temos uma candidata ao Top10!



Se a intérprete nasceu no ano em que o Johnny Logan venceu, este ano completa uma década desde a primeira e última (até o momento) vitória letã. Quando a primeira versão live apareceu era medonha, no entanto, surgiu, posteriormente, uma versão estúdio melhorada que se tornou audível, e ainda bem que assim aconteceu! Muitos podem alegar que o cenário do tema é alegre, mas para mim é um pouco infantil e desprovido de bom gosto. A voz da intérprete apresenta algumas nuances que me irritam, e que a tornam desafinada, mas é bastante competente nas partes mais agudas! A interação da intérprete com as backing vocals fornece mais interatividade à interpretação, facto que me agrada bastante! Se ao início via este tema como uma tortura, com este ensaio deparei-me com um bom momento de entretenimento.



Ok! A cantora tem uma boa capacidade vocal e chega a agudos delirantes, mas tudo o que é em demasia torna-se angustiante. O tema é melancólico, mas tem de existir um melhor doseamento da carga dramática que lhe é imposta. O cenário é dominado por tons escuros, com foco central na intérprete. As cores presentes no decorrer da interpretação são o preto e o vermelho, à semelhança das cores da bandeira albanesa… Coincidência? Não me parece! Nada que me capte a atenção ou que me faça apreciar o tema… Demasiado centrado na cantora! Poderiam e deviam ter sido incluídos mais efeitos cénicos, de forma a embelezar a atuação. Desta forma, torna-se muito monótona, acabando por ficar na memória, somente, a extensão vocal de Rona. É caso para dizer: “Cantas bem, mas não me alegras!”.



Por falar em alegria, de facto, este tema promete levar os eurofãs à loucura, não pela sua qualidade, mas sim pela animação dos elementos em palco. São uma banda de romarias e na sua passagem pelo palco do ESC vão espalhar boa-disposição. No entanto, isto não é eurovisivo! O posicionamento inicial em palco, dos elementos da banda, é muito interativo e bem planeado. Se existisse um prémio de “Animação”, a Roménia já o teria garantido! No entanto, os passos coreográficos elaborados pela banda roçam, por vezes, o limiar do ridículo… Parecem um pouco amadores para a dimensão do certame. Mesmo assim, é algo que pode ser trabalhado e enaltecido por bons planos de câmara. O cenário não apresenta nada de relevo, as cores vivas com formas de coração preenchem o ambiente da interpretação. Parece-me que vamos assistir a este tema mais do que uma vez!



Uma das propostas de banda mais interessantes desta edição! O ambiente em palco não é muito diferente do proporcionado na final nacional suíça, pelo que se querem passar à final têm de introduzir algo surpreendente na atuação! O intérprete e o guitarrista são muito interativos em palco. O verde predomina no cenário, com efeitos luminosos ao ritmo da música. É uma atuação digna de um grande festival de verão. Ponto positivo para a aparente melhoria vocal do intérprete. O término do tema não é, de todo, apelativo, mas tal não deve ser melhorado a esta altura do “campeonato”. Embora a música tenha qualidade, não me parece apresentar elementos que a tornem “inquebrável” no momento da votação.



Uma balada interessante, mas com uma intérprete que não a parece “segurar” adequadamente. Este tema tem um dos cenários mais bonitos e bem conseguidos! A cantora é muito doce, mas, por vezes, compromete na parte vocal. Mais ainda, esta terá de interagir mais durante a atuação e melhorar a sua postura em palco. O cenário embora bem projetado deixa a impressão de que falta algo - talvez pela desconexão inerente aos elementos em palco, nomeadamente a intérprete e as backing vocals. Mesmo sendo uma música agradável, não apresenta nada de relevante, pelo que deverá ser facilmente esquecível.



Há muito tempo que não ouvia uma proposta tão aceitável por parte da Finlândia. Para além de ter um instrumental interessante, o ambiente cénico é muito bonito. Continuo reticente quanto à capacidade vocal da intérprete. O cenário é lindo e mágico, combinando na perfeição com o tema e com a indumentária da intérprete. Um vestido verde com uma longa cauda que esvoaça ao ritmo das máquinas de vento. A parte superior do vestido é ainda uma incógnita, uma vez que estava tapado por um casaco, durante o ensaio. Ponto negativo pela retirada da dançarina que estava presente durante a final nacional finlandesa. Embora não fosse um ponto-chave da atuação, embelezava-a. O violoncelista continua em palco, mas, embora faça companhia à intérprete, não detém de muito relevo – talvez se tenham inspirado na atuação islandesa de 2009. A inclusão de um coro poderia encher mais o tema.


E o primeiro dia de ensaios terminou! Muitas mais surpresas virão com o decorrer dos dias, até porque estamos em contagem decrescente para os grandes dias eurovisivos! Destaco deste dia de ensaios os intérpretes islandeses (que prometem lutar por um lugar cimeiro) e, como habitual, a prestação grega que, mesmo já tendo conhecido melhores anos, continua a não desiludir. Quanto aos piores, destaque absoluto para o intérprete montenegrino.
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