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[FIM] ESPAÇO FÃ - Entrevista a Rita Pereira!

        O "Espaço Fã" continua e já com a décima sexta publicação! A moda das entrevistas decidiu terminar com a iniciativa "Espaço Fã". A fã Rita Pereira foi a escolhida para terminar! Esperamos que tenha gostado desta iniciativa que ocupou mais de 2 meses o nosso espaço. Sim, nosso, porque o blogue não é só da equipa, é de todos vocês!

Crónicas de Eurofestivais: “Qual a tua primeira recordação da Eurovisão?
Rita Pereira: "Eu só comecei a ver o festival em 2005, mas a primeira recordação que tenho penso que seja o anúncio das músicas da Rita Guerra, nas quais o público tinha de votar para escolher a que nos iria representar no Festival Eurovisão da Canção. Nesse ano nem sequer vi o festival, mas é a minha memória mais antiga do mesmo."
CE: “Qual é, para ti, a atuação mais explosiva de sempre da Eurovisão?”
RP: "Destaco a Turquia, Bulgária e Geórgia em 2010 e claro, a grande Noruega em 2009, mas tenho a dizer – e sei que vai parecer estranho – que a atuação que mais me deixou boquiaberta foi a da Finlândia de 2011. Fiquei completamente surpreendida pelo quão bem a música resultou em palco e só por ter sido uma simples “lufada de ar fresco”, mereceu a minha estupefacção."
CE: “Se te fosse possível, que mudarias no mundo eurovisivo?"
RP: "Existem quatro aspetos que mudaria, mas apenas irei abordar dois.       Começando no conceito de Eurovisão: por mais que goste de ver os países do Médio-Oriente no festival penso que é totalmente injusto que Arménia, Azerbaijão, Geórgia e Israel participem, visto que não fazem parte da Europa. Se é a EUROvisão, nem esses nem os do Norte de África deveriam poder participar. Para que esses entrem, todos os outros também o deveriam poder fazer; pessoalmente penso que a União Internacional de Telecomunicações não deveria estar relacionada com os países que podem ou não participar na Eurovisão… é injusto para outras nações, a meu ver. Exemplo disso é a Austrália, que vê e apoia mais o festival do que os próprios países que fazem parte dos limites geográficos que são impostos e que também não pode participar.
      Outra coisa que mudaria seria as regras em relação à língua. No meu ver, é completamente injusto que, por exemplo, Portugal só possa participar com letras em português e que os outros países possam levar uma música nas línguas em que as suas televisões decidem. É que para mim, a Eurovisão não é só um concurso de música; é um também um encontro de culturas e a língua, como sabemos, é para muita gente o pilar da cultura de qualquer país. Assim sendo, considero que os responsáveis deveriam mudar as regras para que, ou todos os países cantem na sua língua original ou em mais que uma ou então que todos possam efetivamente cantar com a língua que queiram, sem restrições da televisão organizadora de cada país. Penso que só com uma destas regras é que poderá existir equidade entre todos e a promoção da cultura, porque como fã eurovisiva, fico bastante desiludida de ver que a maioria das canções a concurso são em inglês (em 2011, mais de 3/4s) e que muitas delas, muitas vezes com mais qualidade que outras, não chegam à Final porque não estão em inglês.
      Para além destas existe também o problema das votações – as “vizinhanças” e os júris, mas não me irei alargar mais.
CE: “Que cantor, nacional ou internacional, gostarias de ver nos palcos eurovisivos?”       
RP: "Essa pergunta é a mais fácil (e óbvia) de responder e quem me conhece sabe bem. Sem dúvida alguma, Pedro Madeira."
CE: “Qual a música eurovisiva que levas sempre contigo no teu leitor de mp4?”      
RP: "Eu não ouço mp4, mas as músicas que mais ouço e falando da Eurovisão, penso que serão o “Dinle” de 1997; o “Tom Pillibi” da Jacqueline Boyer, “Boom Bang-a-Bang” da Lulu, “Tu te reconnaîtras” da Anne-Marie David, “I Can” dos Blue, “Looking High High High” do Reino Unido… não consigo escolher apenas uma."
CE: “Se tivesses de escolher o pior momento da Eurovisão, qual seria e porquê?”      
RP: "Bom, as faltas de educação são sempre maus momentos e por isso, as ofensas da Sílvia Night à Carola em 2006, mesmo que "a brincar" são uma vergonha. Mesmo assim, considero que o pior momento eurovisivo terá sido - e aponto este porque não vi as eurovisões mais antigas ao vivo - Jimmy Jump a tentar a arruinar a apresentação espanhola. Eu até que achei piada na altura a música talvez até tenha saído favorecida por causa disso, mas foi um momento mau que podia ter arruinado a noite por completo".

CE: “Acreditas numa futura vitória portuguesa?”     
RP: "Claro que sim, não sejamos derrotistas! Mas só vejo hipóteses de isso acontecer com o Pedro, e embora seja demasiado suspeita para falar porque sou uma grande fã dele desde o momento em que o vi dia 29 de Setembro de 2006, penso que posso justificar minimamente o porquê da minha confiança e esperança numa vitória pela parte dele. No entanto, não é essa a pergunta, portanto não o vou fazer."
CE: “Qual para ti o melhor momento da Eurovisão?”     
RP: "Para mim, foi sem dúvida a vitória do Alexander Rybak que, felizmente, previ desde que o vi na final norueguesa. Foi o vencedor que mais me deu prazer ver e ouvir, e pessoalmente o momento eurovisivo mais marcante até agora."
CE: “Para ti qual foi a melhor atuação portuguesa, até ao momento?”      
RP: "Bom, pessoalmente, adoro a música do António Calvário, mas a melhor atuação terá de ser a "Desfolhada" de Simone de Oliveira. Acredito piamente que o fraco resultado se terá dado devido a razões políticas…      Contudo, também gosto imenso da de Dora em 1986, a inesquecível das Doce e as revolucionárias de Fernando Tordo em 1973 e a nossa “Luta é Alegria” dos Homens da Luta que penso ter sido das poucas fãs portuguesas que percebeu, muito infelizmente…"
CE: “Apesar da Eurovisão nos dar desilusões a nível de resultados e de organização, o que te faz continuar a gostar da mesma?      
RP: "Bom, a Eurovisão faz parte da minha vida há 7 anos e o que gosto nela é muito a diversidade de culturas. Aprendo imenso com o festival e tenho muita pena que ninguém tente fazer com que esta fique mais próxima dos fãs, mudando os vários aspectos de que não gostamos e aos quais, ano após ano, nos vamos opondo na Internet."
CE: “Acreditas que o modelo de seleção nacional português deverá continuar como Festival da Canção ou seleção interna da RTP?”      
RP: "Sinceramente, já não acredito muito no Festival da Canção. Mudar é bom, e acho bem que, pelo menos por um ano, se tente fazer uma seleção interna, nem que seja escolher bem um artista e colocar várias canções para o público e júris, autoridades na música, atenção, possam escolher. E sim, eu sei que já se fez isso com Rita Guerra e não ficámos bem classificados, mas a verdade é que fizemos isso uma vez e correu mal; já o Festival da Canção fazemos há décadas e nunca correu particularmente bem. Tentar durante uns aninhos, não custa assim tanto… se calhar, até se poupa dinheiro." 
CE: “Para ti qual o melhor ano eurovisivo de sempre? Explica o porquê.”      
RP: "1978 a 1983 penso ser os anos com mais qualidade e que simultaneamente mais agradam ao público em geral. Referir o melhor ano eurovisivo de sempre não é impossível, mas é bastante complicado. Para o escolher teria de rever todas as eurovisões e isso demora bastante tempo, como é normal. Todavia, em termos de música, retiraria por completo as eurovisões do século XXI e apostaria nas décadas de 50/60/70. Por aí deve andar o melhor ano. Já em relação à qualidade do espetáculo, sem dúvida a Rússia em 2009… pelo menos para mim como telespectadora, foi o melhor e curiosamente, o mais marcante."
CE: “Para ti, qual foi o momento mais exagerado de toda a história do Festival da Eurovisão da Canção?”      
RP: "Bom, não penso que exista nenhuma música a que se possa chamar de exagerada, mas as circunstâncias nas quais o “Congratulations” de Sílvia Night foi apresentado foram chocantes. Pelo menos o maior apupo de sempre foi-lhe “concedido” devido à arrogância e à falta de respeito pelos outros artistas e nações… É que uma coisa é fazer humor; outra coisa completamente distinta é ser mal-educado e nesse ano os limites foram ultrapassados."
CE: “Das canções e letras apresentadas em todos os festivais da Eurovisão, qual foi a que te tocou mais no coração e te emocionou?”      
RP: "Peço desculpa por ir ao JESC, mas lá terá de ser. A nossa representação em 2006 com o Pedro foi a que mais me tocou e ainda hoje é complicado ver até ao fim devido à injustiça na votação, mas pronto, há factores que explicam o que aconteceu, penso eu, e não é por isso que não devemos continuar a participar no mesmo. Em termos eurovisivos, os Homens da Luta este ano. Não me “tocaram no coração”, mas fiquei felicíssima por levarmos algo que representa o que o nosso povo sente e com o qual se identifica. A prova disso é que muita gente que não dava importância ao festival, o passou a ver com outros olhos. " 
CE: “Que género musical deveria ser escolhido para representar as cores portuguesas no Festival da Eurovisão da Canção? Explica o porquê.”      
RP: "A Pop a que estamos habituados a ver no ESC, está provado que não ganha absolutamente nada sem ter um pingo de originalidade – coisa que em Portugal não se faz ou pelo menos não se dá a conhecer e leva à Eurovisão. Género musical é um pouco relativo, mas músicas como as de que é feito o Melodifestivalen na Suécia simplesmente não encaixam, pelo menos com Portugal. Portanto, para um resultado bom, apostaria no Fado puro e duro e já em 2012 (acho que é uma arma que temos de usar). No entanto, tenho a certeza de que quando chegar à altura certa, o Pedro Madeira nos vai surpreender e levar uma música vencedora. Aliada à vontade, patriotismo e talento e o conhecimento básico que penso que tem da metodologia do festival, arrisco que conseguirá surpreender a maioria dos fãs eurovisivos que para minha infelicidade, simplesmente não acreditam nele." 
CE : “Qual o melhor vencedor de sempre da Eurovisão?”    
RP: "Diria, mais uma vez, que o melhor vencedor da Eurovisão se encontrará nas décadas de 50/60/70… Não penso ter o conhecimento suficiente para poder afirmar qual a melhor canção em termos musicais, mas pessoalmente, gosto bastante de “Fairytale”, “Tom Pillibi” e “Tu te Reconnaîtras”."
CE: “Serias a favor do regresso da orquestra aos eventos eurovisivos?”      
RP: "Com toda a certeza. Contudo acho que os fãs se esquecem que, hoje em dia,a maior parte das músicas não requer orquestra e, por essa razão, não será um bom investimento. Mas claro que apoiaria."
CE: “Na Eurovisão 2011, a quem atribuirias 12 pontos e 0 pontos? Explica o porquê.”      
RP: "Ora os 12 pontos poderiam ser dados à Sérvia, pelo esforço e qualidade da música, bem acima de muitas outras que ficaram em lugares cimeiros; a Portugal por não ser, de todo, das piores músicas do festival (ao contrário do que muitos dizem…) e por ter conseguido transmitir uma mensagem com a sua música; à Bósnia & Herzegovina pela qualidade da música e apresentação em palco cuidada; à Áustria, pelo esforço, voz e boa escolha do público austríaco; à Bulgária por ter levado uma artista fabulosa em todos os níveis e à Itália, por ser a melhor música do concurso. 0 pontos não atribuiria a ninguém. Como diz a minha querida avó, todas as músicas merecem nem 1 ponto que seja."
CE: “Concordarias com a expansão deste evento para um nível mundial, com a inclusão de países como Estados Unidos da América?”  
RP: "Como referi anteriormente, o conceito de Eurovisão tem de ser repensado. Quando isso acontecer, teremos uma Eurovisão com um limite de países da Europa e formatos iguais mas para outros continentes ou áreas geográficas convenientemente delimitadas. Não penso que se consiga expandir a Eurovisão propriamente dita; são demasiadas nações e não vejo vantagem em ter um festival que dure vários dias ou semanas… perder-se-ia a magia. Já temos a Eurovision Week que é suficiente."
CE: “Se pudesses “apagar" uma participação portuguesa, qual seria?”      
RP: "Nunca apagaria nenhuma participação portuguesa. Isso é como nos questionarmos se se deveria apagar algo da História de uma nação: não se pode nem se deve fazer. A História e o passado servem para olharmos para o futuro de uma forma diferente e, neste caso, se algo correu mal na nossa História eurovisiva, devemos agir de maneira diferente tentando melhorar o que correu mal: é esta a fórmula secreta para conseguir um bom lugar na Eurovisão."

Fonte: Rita Pereira/ Imagens: Google


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  1. Interessante a entrevista e até concordo com alguns aspetos, mas acho que o Pedro Madeira não seria a melhor escolha para nos representar, acho que é preciso garra, dança e alegria (o que nos tem faltado nos últimos anos)porque boas vozes temos levado (menos em 2011, mas isto é só uma opinião :p).

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    1. Ainda que não seja a mesma que a minha, muito obrigada pela opinião! :D

      Beijinhos,
      Rita Pereira

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