Andreia Fonseca: Muito boa tarde caros leitores… Voltámos! Sei que esperam, ansiosamente, por este momento, por isso não me vou adiantar nas apresentações… Eu sou a Andreia Fonseca e vou comentar uma “nova” capa eurovisiva, mas não o vou fazer sozinha! Onde estás Diogo?!
Diogo Canudo: Já deste entrada à tertúlia? Nem me dás tempo para beber um café? És apressada, rapariga! Aguenta lá os cavalos!
Andreia: Os cavalos têm “sede” de tertúlia… Tu é que andas sempre atrasado. Toca a trabalhar… Introduz o tema, se faz favor!
Diogo: Olhem o que tenho de aturar! Por amor de Deus! Introduzo, sim mãezinha! A capa desta semana tem como título “Madrid viveu cantando”. Sim, é verdade, ainda se lembram de um ano muito especial na Eurovisão, no qual 4 países ganharam? É inédito!
Andreia: A nossa bela Eurovisão está repleta de “pequenas” maravilhas… Como é que, em tantos anos, os senhores administradores da Eurovisão nunca pensaram na possibilidade de empate? Se há pontos, a probabilidade de existirem países com proporções iguais é extremamente elevada… Contando com o sistema de pontuação da época... Enfim, saíram quatro países a sorrir, felizes com a sua vitória (de 18 pontos), com a nossa GRANDE Simone a ficar de fora deste rol de vencedores.
Diogo: Como já é habitual, certo, Andreia? Eu até ficaria admirado se a Simone estivesse na lista dos vencedores. Os países sortudos foram a Espanha (representada por Salomé), o Reino Unido (representado por Lulu), a Holanda (representada por Lenny Kuhr) e a França (representada por Frida Boccara). Qual destes 4 te chamou mais a atenção, Andreia?
Andreia: O que mais me chamou à atenção? O vestuário da Salomé… Ahhh, mas em termos de música, gosto da melodia holandesa. Simples, mas competente. A música francesa apenas vive do potencial vocal da intérprete e a interpretação inglesa não é das melhores (muito forçada e repetitiva). Mesmo contando com estes temas, o melhor desse ano era o português! Quem acompanha o meu trabalho sabe que a minha a alma não se deixa consumir pelo espírito patriota, mas sei reconhecer quando merecemos vencer pela qualidade que apresentamos! E tu Diogo, qual destes temas te “enche melhor” o ouvido? Deixa-me adivinhar… A loiraça inglesa, com os seus “boom bangs bangs”, conquistou-te o coração?
Diogo: Como acertaste, Andreia? Ahahahah! Essa loiraça tem muito que se lhe diga... Mas, tirando certos pormenores, interessantes de facto, a canção que mais me conquistou foi a espanhola. A música tem força e é divertida, como a Espanha já nos tem habituado. A Salomé é uma cantora genial e capta bastante o público! Mas, como fã assíduo, não desvalorizo nada a da Holanda. A do Reino Unido não me agradou mesmo nada, bem como a da França.
Andreia: Confessa lá que o que te encantou foram os passos de dança da Sra. Salomé?! Mas este ano é mesmo atípico, não vou entrar em pormenores (existe uma crónica dedicada para o efeito), mas nem medalhas existiram para os vencedoras… Como é óbvio, não era esperado ter de repartir o prémio por quatro países. Eu imagino a admiração que se deve ter instalado na plateia e, principalmente, na organização – “Como não nos lembramos desta possibilidade?”.
Diogo: Ainda bem que, após esse tremendo erro, a organização decidiu instaurar regras para o efeito! Olha se hoje houvesse mais que uma vitória? Era uma balbúrdia – Ucrânias, Rússias, Azerbaijões! Mas, do ano 1969, aquele país que aproveitou mesmo a vitória foi a nossa querida Holanda (até levou o Festival para casa)!
Andreia: Talvez porque foi a que mais mereceu. Repara bem nas vitórias… Espanha era a da “casa” e bem sabes que os países gostam de agradar quem os acolhe (para todas as regras existem excepções, claro!). E a França e Reino Unido eram duas “super-potências”, bem mais do que agora. Mas se existissem empates, na actualidade, era bem provável que tivéssemos grandiosas vitórias de Leste…
Diogo: Mas, para agradar a muitos países, outros revoltam-se. Foi o caso de Portugal, da Suécia, da Noruega e da Finlândia que decidiram boicotar o Festival Eurovisão da Canção em 1970, na Holanda. Nada disto me deixa admirado, pois sempre ouvi dizer: “quem colhe tempos, colhe tempestades”. Mas se estas vitórias poderiam ter sido evitadas? Podiam, sim. A Eurovisão, de agora, pode não ser perfeita, mas no ponto da organização e das regras é impecável. E nada mais posso acrescentar.
Andreia: Existem regras com as quais não concordo, mas admito que a Eurovisão, enquanto instituição, está muito bem regulamentada (regras não faltam!). Independentemente de tudo, é com os erros que se aprende e, neste caso, parece que isso ocorreu. Tanto que a GRANDE Carola venceu, mesmo após empate de pontos.
Diogo: É verdade, Andreia, com erros aprende-se. E, como se viu, em 1970 já uma nova regra sobre os empates estava implementada, no qual o júri decidiria qual a vencedora. Nem me fales dessa DIVA, extraordinária!
Andreia: Invencibleeeeeeee… Belos tempos! 1969 será, para sempre, um ano memorável e que marcou uma viragem na Eurovisão.
Diogo: Uma viragem… para melhor! Pior do que aquilo era impossível! Mas, sinceramente, como já referi, nunca me esqueço da canção da Salomé! Ainda, hoje em dia, me agrada! Por mim, o Festival 1970 poderia ter sido entregue, novamente, à Espanha.
Andreia: Por ti a Espanha ganhava todos os anos (fazia algo idêntico ao que aconteceu na primeira metade da década de 90 com as vitórias irlandesas) e os outros países nem precisavam de participar. Para mim a Holanda foi a justa vencedora e é esse tema que recordo, quando faço uma viagem pelos anos primórdios da Eurovisão.
Diogo: E, para ti, ganhava sempre as tuas suecadas, as tuas Divas, os teus Dancers! Ai ai, menina Andreia! Bem, caros leitores, quisemos fazer esta tertúlia para relatar e opinar sobre um marco importante da Eurovisão: o ano 1969. Podemos não ter comentado um tema próprio, mas achámos de bom agrado fazer esta “homenagem”. Agradecemos o facto de ter lido a tertúlia e, se quiser participar na mesma, comente! Todos os comentários, positivos ou negativos, são relevantes! Agora, eu e a Andreia, temos de ir fazer o check-in, porque… AZERBAIJÃO, AQUI VAMOS NÓS!
Andreia: Por mim ganhava sempre as minhas suecadas, e qual o mal? Nenhum, cada qual com os seus gostos… Liberdade sempre! Já ouço as turbinas do avião… Até breve caros leitores e não se esqueçam de partilhar as vossas opiniões!
Tertúlia redigida por Andreia Fonseca e Diogo Canudo
Fonte/Imagens: Crónicas de Eurofestivais e Google
Sem comentários
Enviar um comentário
Não é permitido:
. Publicar comentários de teor comercial ou enviar spam;
. Publicar ou divulgar conteúdo pornográfico;
. O uso de linguagem ofensiva ou racista, ou a publicação de conteúdo calunioso, abusivo, fraudulento ou que invada a privacidade de outrem;
. Desrespeitar o trabalho realizado pelos colaboradores do presente blogue ou os comentários de outros utilizadores do mesmo - por tal subentende-se, criticar destrutivamente ou satirizar as publicações;
. Divulgar informações sobre atividades ilegais ou que incitem o crime.
Reserva-se o direito de não serem publicados comentários que desrespeitem estas regras.