A 41ª edição do Festival Eurovisão da Canção realizou-se a 18
de Maio de 1996 em Oslo, na Noruega. Os apresentadores do espectáculo foram
Morten Harket (vocalista da banda norueguesa A-ha) e Ingvild Bryn (jornalista).
Participaram 23 países no concurso. Houve uma pré-selecção, onde foram
eliminadas as canções de 7 países: Dinamarca, Alemanha, Hungria, Israel,
Rússia, Roménia e Macedónia. Houve ainda 5 regressos nesta edição: Holanda,
Suíça, Estónia, Eslováquia e Finlândia.
Para Portugal, este foi um ano de sorte! A cantora escolhida
para nos representar foi Lúcia Moniz (cantora, actriz e muitas outras coisas)
com o tema “O meu coração não tem cor”.
O tema era alegre e “mexido”. E para manter a tradição falava do nosso povo e
de algumas das nossas características (como por exemplo, sermos um povo
hospitaleiro). Como seria de esperar, a
cantora mostrou-se muito confiante durante toda a apresentação e não desafinou.
Estava perfeitamente segura de si e a alegria que demonstrou era contagiante.
Além disso, os nossos figurinos também estavam bastante bons. Utilizámos roupa
e instrumentos tradicionais do nosso país. A presença do cavaquinho em palco
deu outro ar à nossa prestação. A melodia era agradável de se ouvir, e aquela
parte em que se canta “E como é... e como é... e como é…) ficou bastante
engraçada, pois funcionou como chamativo para a música, ao mesmo tempo, que fazia
uma espécie de “convite” para que o espectador “participasse” na
actuação. Numa frase, tudo correu bem para o nosso país neste ano! No final da
noite, conseguimos alcançar o melhor resultado de sempre ao longo de 45 participações:
um nobre 6º lugar. Recebemos os 12 pontos do Chipre e da Noruega! Incrível! Fico
um pouco triste porque, depois da Lúcia, já enviámos algumas propostas bastante
boas, mas nenhuma delas conseguiu vingar como esta. De certa forma acho que
isso é injusto e frustrante. Mas de qualquer forma, foi uma escolha acertada e
que levantou um pouco a moral dos portugueses na Eurovisão e abriu também os
olhos dos europeus para a “nossa” música tradicional.
Quem acabou por conquistar o tão desejado 1º lugar foi a
Irlanda. Esta foi a 4ª vitória em cinco anos consecutivos, o que faz deste país
aquele que mais vitórias conseguiu no ESC (no total foram 7!). A sortuda foi
Eimear Quinn com a balada “The voice” que obteve 162 pontos. Se houve ano em
que a Irlanda mereceu de facto ganhar, este foi sem dúvida um desses anos. A
música é tipicamente irlandesa, com presença em palco de instrumentos do país e
uma atmosfera absolutamente extraordinária. A letra desta música fala sobre a
cantora se considerar “a Voz” (não é a da Casa dos Segredos…) que vê o mundo interior
e que está presente em todos os elementos da Natureza. A melodia também é muito
bonita e, de certa forma, faz-me lembrar a música vencedora da edição de 1995.
O estilo é parecido. A cantora também estava muito bonita naquele vestido
branco, dando a ideia de pureza. Um vitória justa e que, sem dúvida, ficou na
história do Festival. Posteriormente, o grupo Celtic Woman também gravou esta
música num dos seus álbuns e ficou um trabalho excelente.
Crónica redigida por Armando Sousa, 12/10/2011
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