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[Crónica] ESC 2011: opinião sobre a Eurovisão 2011 (escrito por Diogo Canudo)!


Apesar de já terem passado alguns dias, ainda continuo chocado e frustrado! Eu ainda me pergunto qual a razão para continuar a amar a Eurovisão, se só me dá desilusões. E o certo é que as aparências são sempre diferentes dos factos reais, estou a falar naturalmente das classificações desastrosas. Num artigo afirmei que, este ano, se tinham esquecido das políticas; agora, ao ver os resultados das semi-finais e da final, contrario-me e digo-vos que 2011 foi o ano mais injusto para a qualidade musical.
          
Eu sempre soube que o Festival Eurovisão da Canção já não é o que era, mas nunca pensei que os júris fossem surdos e o público tão apático para algumas performances feitas.
          
 Mas antes de entrar nas desilusões das classificações, prefiro começar por outro campo: a organização. Tudo foi mal feito na Alemanha, principalmente na primeira semi-final com os problemas técnicos de som que, em alguns países, nem deixaram ouvir a canção polaca e norueguesa. Só esta anotação é que me faz solucionar o porquê destas duas canções terem ficado com um mísero resultado na semi-final.
          
 Outra coisa que me deixou triste foi o palco da Eurovisão. Muito bem, era bonito e original, mas era um espaço “morto” para os artistas. Por ser um palco enorme e complexo, nem metade dos artistas o aproveitaram, devido ao tempo escasso das actuações: apenas Israel, Bulgária, Chipre, Dinamarca, entre outros… Por isso, deixou tudo monótono e irrepreensível para a actuação dos artistas.
          
Faço outras falhas, tais como a dos vídeos horríveis feitos, antes de cada país actuar. Para mim, não me trazia nada de interessante… Podiam ter “roubado” a ideia óptima da Noruega, o ano passado, mas foram completamente “cegos” e “absurdos”. Que sono…
          
Eu já sabia que os alemães eram “agarrados ao dinheiro”, mas também nunca pensei que pusessem aquelas fracas prestações, no “suposto” intervalo da RTP. Coitada, a RTP deve andar pobre… Mas se fosse para o futebol, já tinha passado. Até começo a pensar se devo começar a ver o evento noutros canais…
          
 Mas nem tudo foi mau, sinceramente adorei os apresentadores. Já que a Eurovisão costuma ser uma bela gargalhada, em termos de classificação, nada mais que por estes apresentadores no degredo. Agora, fora de brincadeiras, adorei a interacção que dois (Anke Engelke e Stefan Raab) dos três tiveram um com o outro, o “soul” que fizeram juntos… Porém, nada disto é apenas uma miséria de humor; também deve haver alguma seriedade, proporcionada pela jornalista Judith Rakers.
         
Também o facto de implementarem os batimentos cardíacos, antes de cada actuação, foi perfeito. Isso só aproxima mais o festival do espectador, uma ideia original que não estava à espera.
          
Agora, em relação às catastróficas classificações, reafirmo que este ano foi aquele que a política mais influenciou. Ou os júris andam surdos e fracos de mentalidade, ou há muito dinheiro e suborno por de trás das câmaras, ou o público enfeitiça-se com muito pouco: homens com búzios nas cabeças, pinturas num concurso musical, um avô cantigas que bate palmas, pessoas que nem cantores são (até eu canto melhor que muitos), ou até mesmo um homem que fica sentado num piano e desafina até dizer CHEGA!
          
Para ser exacto, analisarei, primeiro, os resultados da primeira semi-final. Como é possível a Polónia e a Noruega terem ficado nos últimos lugares? A única solução que eu encontro é aquela já descrita em cima, pois muitos países nem ouviram estas músicas. Por isso, a EBU devia reembolsar, é uma pouca vergonha! Todos os outros resultados já eram esperados, excepto o da Malta. Continuo a sublinhar, o júri e o público andaram mesmo solidários; até iriam quase apurar a Malta à final… Mas quem é o maluquinho que dá pontuações altas a uma performance pobre, visualmente e vocalmente? Sim, vocalmente, a voz dele é irritante!
         
Já que a primeira semifinal foi medonha, a segunda foi aterrorizadora! Fiquei boquiaberto, principalmente, com três países: Chipre, Bélgica e Israel. Primeiro, Chipre teve uma das melhores actuações de 2011, como é que acaba em penúltimo? Digam-me, por favor! Ahhh… e o que aconteceu para a Bélgica quase passar à final? Onde é que “With Love Baby” é superior a “"San aggelos s'agapisa" ou a “Ding Dong”? Israel merecia ter ficado num lugar bem melhor, mas pareceu-me que a “transexualidade” da cantora não agradou nada ao júri, nem ao público.
          
Mas calma... não entrem já em stress! Isto só foi as semi-finais… Pior foi mesmo a final! Quando via as votações em directo, sinceramente só me apetecia saltar da ponte. Tudo foi muito pobrezinho, muito humilde, nada triunfante… Esta gente gosta de coisa pouca, contenta-se com pouco.
          
Mas vou explicar, mais especificamente… Apesar de muitas actuações, já se previa os últimos lugares, na final, para os seguintes países: Lituânia (um estilo de música que já não vai aos lugares cimeiros), Suíça (música muito humilde, estilo pobre), Roménia (até pode ser simpática, mas já se previa. Não é musica que vá muito além de um 17º lugar) e, por fim, a Islândia (muito simpática, mas nada apelativa ao voto).
          
Nestas músicas até não houve grande surpresa, mas já outras foram os grandes titanics, deste ano. É o caso da Áustria (uma música que podia ir mais além do que um mísero 18º), da Finlândia (mas quem é o maluquinho que deixa a letra mais original a concurso em 21º? Ao menos este traz mensagens, há outros que espalham o circo pelo palco – Moldávia -, ou apenas se excitam com as suas mulheres – Rússia), da Hungria (sinceramente este resultado não me chocou, Kati Wolf foi uma das mais fracas em palco e o historial do país não é nada famoso, mas continuo a amar a minha LOBA!), da Estónia (anda, pela Europa fora, muita gente surda… Fiquei completamente chocado com o lugar conquistado, 24º. Getter Janni proporcionou ao espectador diversão, uma das melhores performances em palco, cheia de magia e de animação. Ah, mas pois claro, as pessoas preferem ver desenhos de areia do que apreciar a música. Se “Rockefeller Street” ganhasse, a Estónia oferecia uma das vitórias mais justas e, de certeza, marcantes da história da Eurovisão), da Rússia (todas as minhas convicções foram por água a baixo. Este país é o que mais beneficia de políticas, mas este ano estas viraram-se contra a Rússia. Sejamos sinceros, a música russa de 2010 era horrível e acabou em 11º, este ano “Get You” era minimamente acessível com uma performance excelente, e acabou em 16º? A do ano passado é superior a esta? OMG!), da França (esta gente é muito azeiteira para deixar Amaury Vassili num 15º. Esta música é a perfeição, super marcante e merecia a vitória. Mas, já se percebeu, que a ópera nunca leva a lado algum: aconteceu com “La Voix”, com “My Heart Is Yours” e agora com “Sognu”. Só a camada mais jovem é que não aprecia muito este estilo musical, por isso já se vê a quantidade de jovens, em toda a Europa, que vêem este evento. Apesar de verem, são pessoas fracas de espírito, totalmente… Ahhhh, pois preferem o histerismo da Geórgia, desculpem lá), do Reino Unido (é muito bem feita, a actuação em palco foi horrível e este grupo acha-se o melhor do mundo. Coitados, primeiro tem de afinar a voz, segundo tem de ter boa presença em palco e terceiro tem de cativar o voto. A actuação foi nojenta!), da Eslovénia (Maja Keuc foi a “PODEROSA” deste festival. QUE PRESENÇA EM PALCO! Mas lá está preferem “monstrinhos” aos pulos do que a garra em pessoa), e, por fim, da Espanha (esta actuação merecia mais do que um terrível 23º. A performance foi mágica, bem estruturada e uma das melhores! GRANDE LUCIA!).
          
 Os lugares mais justos (foram poucos…) couberam mesmo à Grécia, à Dinamarca, à Sérvia, à Suécia e à Alemanha. Apesar de considerar as actuações, grega e alemã, superiores à dinamarquesa e à serva, todas elas deram o ar da sua graça, com performances excelentes e cantores afinados, que deram muito ambiente musical. Parabéns! Mesmo assim não perdoo a Grécia por não ter levado a talentosa Nikki Ponte!
          
 Agora vem as barbaridades deste festival: Bósnia&Herzegovina (é maravilhoso ver um 6º lugar a uma música sem potencial algum para estar nos lugares cimeiros. Não considero também Dino Merlin um excelente profissional, demasiado foleiro, muito “avó cantigas”, que nem uma palavra em inglês consegue dizer na actuação), Irlanda (pronto, muito bem, arrasaram no palco. Mas eu não chamo àquilo arte, chamo sim parvoíce. A música só fica apresentável em estúdio, pois ao vivo é medonha. Não critico os gémeos, Jedward, pois foi a sua excentricidade que trouxeram um 8º lugar para a Irlanda, culpo sim a música, que nada tem de liderança), Moldávia (o circo instaurou-se no palco. Bem, eu já sabia que a Eurovisão era uma palhaçada, em termos políticos, mas tornou-se ainda mais bárbaro ao dar um 12º a este país. Onde é que isto é melhor do que “Sognu” ou “Rockefeller Street”? Aliás, qualquer música que marcou presença na final era bem melhor que “So Lucky”. Estou chocado!), Ucrânia (já vão lá os tempos que os ucranianos nos ofereciam as mulheres sensuais e boazonas, agora só trazem boas vozes que enfeitiçam o público com “plástico”. Este ano, foi os pozinhos de magia (upps, de areia…) que fizeram com que conseguisse um 4º lugar. Esta gente europeia surpreende-se com pouco… Aposto se não houvesse estes “desenhos”, não sairia do top 15, a performance foi horrível), Itália (uma das melhores músicas, em termos de qualidade. Só considero a Itália uma das barbaridades deste ano, porque o cantor falhou muitas notas vocais e, por vezes, nem as aguentava. Também acrescento a isto, a “graxa” óbvia que a EBU deu à Itália, para continuar a concurso… Que desespero! Até parece que morrem só por os italianos não participarem… Demência a mais…) e Geórgia (a música pode ser muito apelativa ao voto, a vocalista pode ter uma das melhores vozes a concurso, mas nunca a considerei para um top10; aliás é ridículo ficar à frente de músicas bem superiores).
          
Em relação ao Azerbaijão, só tenho uma palavra para descrever o acontecido: MISERÁVEL! Esta “gentinha” anda muito apática (e o júri ainda pior)… Como é que é possível atribuírem um prémio à actuação mais fraca, que o Azerbaijão nos ofereceu, e a uma das piores vozes deste ano? Não estou a falar de Ell, estou sim de Nigar. Que horror, poucas notas acertou, não as aguentava e desafinava até dizer CHEGA! Olhem, ficam já saber que eu vou participar no próximo Festival da Canção 2011 e irei ganhar a Eurovisão! Se eu parto vidros a cantar, tal como a Nigar, porque é que não posso ganhar a Eurovisão? A Nigar estoira nas desafinações e conseguiu-o! O que ela tem a mais do que eu, vocalmente? RIGOROSAMENTE NADA! De certeza que não é das vitórias mais bem conseguidas da EBU, aliás nem marcante o é. Daqui a uns 3 anos já ninguém se lembra deles, de tão maus que são… Mesmo assim aprecio o investimento que o Azerbaijão tem feito para levar o festival para Baku; mas se a EBU quisesse atribuir a vitória, deveria tê-lo feito em 2009 ou em 2010, com músicas mais apelativas ao voto e vozes um pouco melhores. Um dos senãos desta vitória é mesmo o caso da Arménia, um país que oferece muito à Europa em termos musicais… Com a organização no Azerbaijão, a Arménia não deverá participar no festival (devido aos problemas que os países têm tido, um com o outro). Tenho pena, pois terminaram, este ano, com uma não-qualificação à final, e só voltam em 2013!
          
O que é bom, nisto tudo, é que, durante 3 anos, os países do Leste não receberam mais vitórias eurovisivas. Tudo isto por causa duma estatística que andei a estudar. O sistema das vitórias, nestes últimos anos, tem sido o seguinte: país do norte (Finlândia em 2006), país do centro ou do sul (Sérvia em 2007), país do leste (Rússia em 2008), e volta tudo ao mesmo: país do norte (Noruega em 2009), país do centro ou do sul (Alemanha em 2010) e país do leste (Azerbaijão em 2011). Como a Finlândia e a Noruega ganharam há muito pouco tempo, aposto que, em 2012, a vitória será entregue à Suécia ou à Dinamarca; por isso, estes países que se preparem para 2012 (a Suécia, se levar o Danny Saucedo, ganha!). Ahah, isto tudo é uma brincadeira; mas que tem lógica, tem..
          
Em relação à participação de Portugal, já não há mais nada a dizer. Foi ridículo, fomos lá fazer figura de “ursos”, uma autêntica miséria. E não me venham dizer que a culpa é da RTP, é sim também dos Homens da Luta. Eles não sabiam ao que estavam a concorrer, pois se o soubessem não ficavam impressionados com a dimensão da Eurovisão na Europa. Se eles tivessem decência, nem concorriam ao Festival da Canção 2012 (mesmo que concorram não ganham, de certeza…), pois só querem ir à Eurovisão para se promoverem e encherem os bolsos de dinheiros! E A CRISE, PÁ? Ohhhhh, a crise já não existe…
          
Tenho de dar os meus parabéns à RTP pelo esforço de tentarem inovar o festival e de o terem promovido tanto, este ano… Mas ainda há um longo caminho a percorrer: apostem em novos artistas com qualidade e contratem júris sérios que percebam de música, realmente, e do mundo da Eurovisão (por exemplo, a equipa do blog Crónicas de Eurofestivais, nós, os autores haha).
          
Por fim, concluo o meu artigo com os músicos que mais marcaram o festival: Eric Saade, em termos de performance; Getter Jaani, de carisma; Jedward, de excentricidade; Stella Mwangi e Emmy, de simpatia; Paradise  Oskar, de simplicidade; Dana International, de glamour; Blue, de fama e popularidade; e Amaury Vassili, por mostrar à Europa a verdadeira natureza da música.

BYE GERMANY, GO AZERBAIJAN!

            Por Diogo Canudo, 18/05/2011

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