A segunda participação de Portugal no Festival Eurovisão da Canção ocorreu no dia 20 de Março de 1965 em Nápoles, Itália. O número de participantes foi 18 (mais dois que na edição anterior).
O Festival RTP da Canção, desse ano, foi ganho por Simone de Oliveira, que defendeu (e muito bem) a canção "Sol de Inverno", o que lhe permitiu representar o nosso país na Eurovisão.
A cantora, no que toca à imagem e pelo que vi (nas gravações que existem da época só mostram a cantora da cinta para cima), deve ter levado um vestido comprido, pois era "proibido" levar roupas que mostrassem o corpo do tornozelo para cima…
A letra da música, e tal como no ano anterior, fala de amor, de traição e de arrependimento: a cantora pergunta-se “de que serve ter coração e não ter o amor de ninguém?”. Ao mesmo tempo, afirma ter dado tudo na vida a troco de nada para no final ser “a data esquecida, a coisa perdida”; mas, apesar de para ela a vida ter perdido todo o sentido, confessa que sente saudades do seu verdadeiro amor.
A música, apesar de normal, no seu conjunto total (música + letra + cantora) era bastante boa. Desta vez (e ao contrário do ano anterior), as manifestações contra o regime que governava o nosso país pareceram não ter afectado a atribuição de pontos, pois Portugal já conseguiu recebeu pontos do júri (embora tivesse sido apenas 1), ficando no 13º lugar a 31 pontos do vencedor.
Simone mostrou à Europa toda a sua capacidade vocal que tinha (e que ainda tem). Apesar de a música não ser assim tão poderosa e marcante, a voz e apresentação da cantora chegaram para impressionar o público presente, conseguindo muitos aplausos no final da performance.
A 10ª edição do Festival Eurovisão da Canção foi ganha pelo Luxemburgo com a canção “Poupée de cire, Poupée de son” interpretada por France Gall, sendo a segunda vitória do país (a primeira alcançada em 1961) neste concurso com 32 pontos atribuídos pelo júri.
Por Armando Sousa, 20/04/2011
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