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[Review] Quem diz que a perfeição não existe, não ouviu o álbum da Barbara Pravi

 

"On n'enferme pas les oiseaux" é o primeiro álbum de Barbara Pravi, segunda qualificada da Eurovisão deste ano. E que álbum! 

Não sei o que é que nós fizemos para merecer que a Barbara Pravi partilhasse connosco o seu talento, mas certamente terá sido algo tão grandioso quanto este álbum. "On n'eferme pas les oiseaux" é um álbum de música muito francesa, como a sua proposta eurovisiva, com um twist de modernidade que assenta na perfeição em cada canção e na voz da cantora. 


Canção 1: Voilà (10/10)

Não há nada que eu possa dizer sobre esta música que não se tenha dito já e, por isso mesmo, vou abster-me de grandes comentários. "Voilà" é uma obra prima da Barbara e do Igit, era a minha preferida deste ano e uma das minhas preferidas de sempre. Quem diz que não há perfeição na música, certamente nunca ouviu esta canção.

Canção 2: Le jour se lève (10/10)

A melodia desta canção é absolutamente extraordinária. A voz da Barbara e maneira como cresce e se enrola na música é de arrepiar. Aliás, estou a escrever isto enquanto oiço a música e a arrepiar-me. O segundo verso ligeiramente mais intenso e o crescendo para a explosão que nunca chega, mas ao invés se transforma em mais suavidade, são feitos de forma perfeita (sim, vou usar esta palavra muitas vezes).


Canção 3: interlude 

Tenho para mim que todos os álbuns deviam ter uma coisa assim: um instrumental só para nos dar conta daquilo que podemos esperar da generalidade do álbum. É difícil classificar algo assim, por isso, poupo-me a esse trabalho.


Canção 4: l’homme et l’oiseau (10/10)

Se o início desta música é das coisas mais bonitas que já ouvi na vida? Sim. E depois desse instrumental, temos uma chanson française com uma melodia de piano estonteante. O segundo verso é incrível e o seguimento do mesmo mostra-nos a garra da voz doce da Barbara. A construção musical é diferente do usual, que só torna a canção mais maravilhosa.

Canção 5: Saute (10/10)

Em repeat há tempo suficiente para esta ser oficialmente uma relação de dependência pouco saudável. É a música mais comercial e mexida do álbum, mas nem por isso perde a identidade da Barbara Pravi. Nem sempre fazer algo diferente resulta, mas estamos a falar de uma artista a sério e, portanto, nada é mal feito. 


Canção 6: je l’aime, je l’aime, je l’aime (9,5/10)

Eu percebo pouco de francês e, portanto, não consigo perceber o que é que a Barbara ama, mas sei perfeitamente que o que eu amo são compassos ternários aka valsas cantadas em francês. Outra coisa de que eu percebo pouco é de dançar, mas olhem que dançava agora uma valsa ao som desta música. Fica para dia 25 de abril, se já pudermos levantar-nos das cadeiras.

Canção 7: la vague (8,5/10)

Fortíssimo o início a conversar que nem um Pedro Abrunhosa. Se eu sei o que ela está a dizer? Não, mas sinto-me na mesma incrivelmente inspirada por estas palavras. E, para quem acha que realmente isto é falar, não tem a noção da dificuldade que é cantar esta música. 

Canção 8: la femme (9/10)

Uma canção com toques mais dark e com notas mais altas que mostram bem que a Barbara consegue cantar o que quiser, mas também escolhe o que quer porque pode. As sonoridades, estando no estilo, acabam por ser diferentes de todas as outras do álbum. É assim que se tem consistência sem nos aborrecer com 10 músicas iguais.

Canção 9: mes maladroits (9/10)

Num ritmo mais latino (mas do bom), perfeito para a condução em pleno verão, "mes maladroits" é uma música animada com aquele meio mais parado que ninguém esperava, mas que funciona tão bem como todo o resto do álbum. Consegue esta mulher fazer uma música má? Talvez, mas, se conseguir, não se encontra neste álbum. 

Canção 10: la ritournelle (de la vieille qui oublie) (9/10)

Se isto não vos leva diretamente para as ruas de paris com pessoas de boina e baguetes debaixo do braço, não sei o que leva. Eu nunca estive em Paris e nem preciso de fechar os olhos para ver o Louvre à minha frente. Louvre esse que é o lugar onde devia estar este álbum.

Canção 11: prière pour rester belle (8/10)

Se todas as orações fossem como esta, eu ia à missa todos os dias. Talvez seja, nas primeiras audições, a música que achei menos interessante do álbum (mas a fasquia está tão alta que mesmo a menos interessante é incrível). 


Avaliação final (0-10): 9,3

Foto/Vídeos: Barbara Pravi

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