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Ensaios ESC 2019: quem surpreendeu e quem desiludiu - 2.ª semifinal (1ª parte)


Os primeiros nove países da segunda semifinal também já realizaram os segundos ensaios!


Já foi dito no primeiro artigo de análise aos segundos ensaios da Eurovisão, mas será inevitável não ter de dizer o mesmo: estamos a enfrentar uma organização medíocre no que concerne à realização televisiva de praticamente todas as canções. Para mim, está já mesmo a roçar no ridículo que o YouTube esteja a ser inundado de comentários que criticam os trabalhos feitos por Israel. Quando todos se apercebem, porque é que custa assim tanto acordar? Com isto, vamos pelo menos deixar de lado as críticas a nós, para perceber que é um mal geral, okey?

Arménia


Uma certeza que eu já tinha há algum tempo pode estar mais perto de se cumprir do que eu imaginava: facilmente esta canção fica de fora da final da Eurovisão. Srbuk conseguiu inverter algumas das críticas que lhe apontaram sobre as suas (fracas) capacidades vocais. Um mau dia não faz um mau cantor, mas isto aqui apresentado não chega.

Posso também já começar aqui a 'mandar vir' com a produção, que está a fazer um mau trabalho de realização, pois estes camera shots não estão a encaixar bem com a pulsação que a música pedia. O uso pirotécnico assenta bem, mas não me parece ser suficiente para dar a energia que o videoclip nos transmitiu.

Por outro lado, esperava mais força por parte da artista. Certo que, com 3 minutos, a música pode até criar uma outra imagem. Não duvido da estratégia de a colocar na abertura da semifinal, mas com uma segunda metade mais forte, rapidamente esqueço isto.

Irlanda


A Irlanda tinha passado por um renascimento com a proposta do ano passado, mas parece que eles preferem o registo de "queremos é participar" (juro que não estou a copiar ideias).

A música é, efetivamente, agradável. Difícil de ser apreciada por todos, mas pode encontrar alguma concórdia. Mas está cheia de problemas. Primeiro, ficou claro, desde cedo, que a Sarah não é a melhor cantora da competição, nem vai conseguir melhorar nada daqui para a frente.

Depois, a ideia não cola, pelo menos num primeiro impacto. Traz muita cor, e ao menos safa-se na parte da iluminação, constantemente estragada pela organização. Mas não deixa de ser bizarra, até. E, finalmente, cancelem imediatamente o erro de filmar o público! Não sei de onde partiu a ideia, mas o desejo de deixar os telespectadores constrangidos com as reações que o público costuma fazer não me parece viável.

Moldávia


A intérprete é competente. A música, nem por isso. Hm, como vamos causar impacto. Claro, buscar uma ideia (não) original, ao menos somos comentados!

É aquele tipo de música que, por mais que aposte tudo numa cantora com grandes capacidades, não vai conseguir sobrepor-se a uma balada completamente datada.

Há planos de câmara muito mal executados, também, com transições bastante bruscas.


Suíça


Que planos de câmara são estes!! Tenho quase a certeza que isto não foi pedido pela Suíça, e que está, nesta altura, a barafustar com a organização israelita. Uma música que pede atenções voltadas para uma coreografia não pode ignorar isso!

O excerto que nos foi dado mostra bem como este pode ter sido um dos piores ensaios do dia, mas em grande parte da responsabilidade da organização, sobretudo! Aceito quando dizem que a parte vocal podia estar mais segura, ou que a escolha de figurinos podia ter sido mais feliz. 

Mas como é que é possível que não se perceba nada do que o cantor e restantes bailarinos estão a fazer em palco? Planos longos, que não correspondem ao movimento exigido pela canção, tudo demasiado escuro, uma soma a contribuir para um resultado visual muito mau. E não, recuso-me a culpar a delegação Suíça. Jamais iriam deitar uma oportunidade destas por terra.

Letónia


A música vai distinguir-se depois das anteriores propostas. Não no melhor sentido.

Mas decidiram piorar ainda mais as coisas (parte da culpa já sabemos de quem é). Colocar barras pretas na faixa de imagem resulta mal neste tipo de conteúdo, e acho que não foi uma aposta muito inteligente. 

Depois, ainda vão colocar planos longos e longínquos durante a atuação? Qual é a ideia no meio disto tudo, mesmo? Criar uma atuação mais intimista, focada na cantora e uma ou outra vez nos restantes músicos... essa devia ter sido a estratégia! E, por favor, esqueçam aquele chapéu.

Roménia


Continuo sem compreender a escolha visual desta proposta. E continuo a achar que "On a Sunday" é uma música muito barata e sem impacto.

Acho que podiam ter sido mais inteligentes na criação cénica, podiam dar mais pontos em favor da proposta. Pode ganhar algum destaque depois das duas atuações anteriores, mas estou ainda um pouco céptico em relação a isso.

E no fim, acaba por ser mais uma atuação que vai ser amplamente prejudicada pelos planos maravilhosos que a realização está a fazer. 

Dinamarca


Acho que esta é aquele tipo de música capaz de soar mais interessante para quem ouve ao vivo, e, por isso, mantenho as minhas dúvidas quanto às reações que possa provocar a quem vê pela TV.

A ideia não deixa de ser um pouco engraçada, mas porque é que não deixaram a Leonora sozinha naquela cadeira gigante?? Considerar que a cantora fica melhor se tiver mais quatro pessoas a seu lado é só contribuir para que o público se distraía no meio daquilo tudo.

Aplausos para os planos que vimos neste excerto! Semelhantes aos do DMGP (final nacional) e que, perante a atmosfera de todos os outros, acaba por ser uma escolha acertada!

Suécia


Okey, aqui as coisas encaixam de forma mais equilibrada, os nórdicos apertam o cerco à produção, estou a ver (porque será, cof cof).

Continuo a achar que esta interpretação me vai fazer alguma impressão, em especial por causa do palco, que é tão pequeno e prejudica a ideia que já vinha desde o Melodifestivalen. O espaço que havia entre o cantor e as suas backing vocals é agora praticamente inexistente, e acaba por dar azo a alguma confusão visual, mas que o país tentou solucionar da melhor forma.

Tudo o resto soa muito bem, no limiar do irrepreensível. Até os planos de câmaras estão em favor da Suécia, que começa a trilhar um caminho já esperado...

Áustria


Esta música e a criação de palco que pensaram para ela tinha tudo para resultar em grande na Eurovisão, e provar que era um dos principais dark horses deste ano. Apesar disso, nem tudo continua a resultar no melhor sentido.

Porquê planos longos aqui, uma vez mais? Que sentido faz ver uma 'ervilha' (azul) ao fundo de uma sala completamente às escuras? O brilho das restantes luzes causam impacto em planos mais próximos da cantora, não da forma como estão a ser trabalhados.

Algum descuido na voz da PAENDA, também, mas que acredito que possa ser facilmente controlado.

Não sei apostar um hipotético resultado, mas os júris vão estar do lado da Áustria.



Vídeos: Eurovision.tv

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