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[Especial] Festas eurovisivas: o bom, o mau e o que só se pode amar

Faltam poucas semanas para que os artistas eurovisivos viajem para Kiev mas antes do grande espectáculo tivemos direito a inúmeras performances nas festas em Riga, Londres, Telavive, Amesterdão e Madrid. Como pessoas atentas que somos, não podemos deixar de nos deliciar com esses momentos e, claro, comenta-los!


ÁUSTRIA
Nathan Trent - "Running On Air"



Era impossível começar este especial sem começar pela maior surpresa do ano. Nathan Trent leva nas costas uma música que por si só não é memorável, mas que teve a sorte de ter o melhor intérprete possível. "Não há som? Está bem, vai sem som mesmo"... podia ser algo que Salvador Sobral faria, mas foi o adversário dele no que a simpatia diz respeito que nos brindou com a sua maravilhosa voz e com uma energia em palco que não deixa ninguém indiferente. Para além disso o cantor tem-nos oferecido uns quantos covers e inúmeros bons momentos que só nos fazem rir. "Running on Air" pode não merecer um lugar no final, mas Nathan fez com que todos a quisessemos ouvir e re-ouvir graças à sua energia e boa disposição que dá aquele toque especial à música que em estúdio lhe falta.

BULGÁRIA 
Kristian Kostov - "Beautiful Mess"



Havia uma grande curiosidade sobre como o mais novo da turma se ia safar em palco, já que "Beautiful Mess" exige bastante a nível vocal e a nível de performance. Mas Kristian provou que idade pouco ou nada significa quando o talento está lá. Impossível não nos sentirmos envolvidos quando o ouvimos nem entrar no ambiente que a música proporciona. Se isto já foi muito bom num palco com meia dúzia de metros quadrados, fico ansiosa para ver como vai funcionar no palco eurovisivo. Para além disso, Kristian juntou-se também à categoria dos mais simpáticos, mostrando constantemente como se tem divertido, feito novos amigos e se deixado abraçar pelo espírito eurovisivo. Boa música, bom cantor, boa interpretação e com os fãs a gostar da personalidade do moço... o estatuto de favorito à vitória é bem merecido!

ESPANHA
Manel Navarro - "Do It For Your Lover"



Lembram daquele menino que ganhou a final nacional espanhola, final essa que deu direito a porrada porque todos queriam a Mirela? Pois é, o menino que infelizmente tem uma música que não é grande coisa é na realidade dotado de um timbre muito bonito e de uma grande capacidade de interpretar, algo que ele provou ao cantar outras músicas que exigem bem mais do que a dele. Para além disso, é óbvio que o ódio que se criou em volta dele está a desvanecer-se e aos poucos as pessoas começam a aderir a "Do It For Your Lover. Independentemente do resultado de Espanha este ano acho impossível que no final os nuestros hermanos não achem que foram bem representados. Têm um representante simpático, carismático e que ao contrário do que se esperava bem musical. Ter um bom resultado é só um bónus, porque maus resultados eles já têm todos os anos.

ROMÉNIA
Ilinca feat. Alex Florea - "Yodel It"



"Yodel It" facilmente pode ser considerada como uma das músicas mais irritantes do ano mas a verdade é que a dupla melhorou imenso desde a final nacional. A mudança de outfit foi um ponto positivo e beneficiou especialmente Alex, que é um homem bem bonito e fica muito melhor sem as tranças no cabelo (Ilinca era linda e continua linda, nada a fazer em relação a isso). Felizmente a coreografia foi também mudada porque aquela coisa que alguém lhes ensinou 10 minutos antes de entrar no palco não estava com nada. Até a voz de Ilinca está muito mais segura e muito menos irritante. A energia passada para o público é notória e isso vai acontecer também em Kiev. Ilinca e Alex provam que celebrar a diversidade pode ser com uma coisa parola como o tirolês e vão de certeza reclamar um bom lugar na competição.

POLÓNIA
Kasia Mós - "Flashlight"



Por algum motivo a música polaca não tem sido propriamente cotada e a verdade é que na nossa opinião isso não é muito justificável. "Flahlight" tem um instrumental banal e que não traz algo de novo, mas vocês já ouviram Kasia Mós a cantar? A sério, já ouviram? Esta é provavelmente uma das melhores vozes femininas do ano que está a ser colocada de lado por defender uma música que sem ela não seria absolutamente nada. Ainda bem que o televoto costuma colocar a Polónia pelo menos na final porque convenhamos, o país já foi representado por bem pior e em anos bem mais forte do que este e conseguiu o seu lugar no final. Vamos apreciar esta maravilhosa voz e dar-lhe o devido crédito, sim?

AZERBAIJÃO
Dihaj - "Skeletons"



As propostas do Azerbaijão causam sempre medo por soarem tão bem em estúdio e em palco normalmente serem uma desilusão. Foram poucos os cantores que souberam defender a sua proposta sem recurso a um belo grupo de coristas e dada a dificuldade que "Skeletons" parece apresentar para ser cantada, toda a gente esperava que Dihaj se espalhasse ao comprido. No entanto, mesmo que com um início mais tímido, a cantora libertou-se e mostrou que a voz que tem em estúdio também consegue ter em palco. Podemos aceitar que o outfit horroroso tenha servido como manobra de distracção, mas se com estas condições de som e com a qualidade de vídeo que nos é apresentada Dihaj soa tão bem, dificilmente vai soar mal em Kiev.

ISRAEL
Imri - "Feel Alive"



IMRI traz aquela que na nossa opinião é a melhor música dance do ano, que facilmente se destaca pelos sons étnicos que o instrumental tem lá pelo meio. Para além disso IMRI é um dos cantores mais bonitos do ano, já provou o seu talento no Rising Star e está habituado aos palcos eurovisivos. É impossível isto dar errado, verdade? Não, não é verdade, infelizmente. Ao que parece, IMRI tem duas opções para Kiev: ou está quieto numa música que exige energia e dança e aí consegue cantar minimamente bem ou oferece uma performance digna mas esbardalha-se a cantar. Nenhuma das duas é aquilo que esta proposta merece. IMRI tem que melhorar bastante a nível vocal se quer arrancar um bom resultado em Kiev ou então arrisca-se a ir para casa mais cedo.

IRLANDA
Brendan Murray - "Dying to Try"



Brendan Murray era mais um dos que ainda não tinha sido visto e ouvido ao vivo e causava curiosidade aos fãs. Dono de um timbre bastante peculiar era impossível não querer saber o que é que o cantor tão cuidadosamente escolhido para representar a Irlanda tinha para nos oferecer. E bem... ela não ofereceu grande coisa. "Dying to Try" é uma música que por si só é quase sempre linear e a voz de Brendan ajuda a embalar para dormir um sono. Aí quando chega o momento que a música explode e se pode tornar interessante, Brendan arruína com tudo e faz-nos desistir dela. Com o timbre dele é normal a voz falhar mais facilmente quando os nervos afectam, então esperamos que esta pequena desgraça auditiva possa ser melhorada. Está na altura de a Irlanda deixar de jogar na liga dos últimos!

BÉLGICA
Blanche "City Lights"



A Bélgica afirmou-se desde o início como uma das favoritas à vitória este ano, apresentando um instrumental bem característico e moderno. No entanto, da mesma maneira que um bom cantor salva um instrumental banal, um cantor menos bom também estraga um instrumental moderno. Não que Blanche não cante bem, porque ela canta. Mas o problema aqui não está em cantar. Blanche limita-se a estar ali em cima do palco a debitar o seu poema (porque convenhamos, o cantar dela resume-se a debitar umas quantas palavras ao som do instrumental) e ela fica no seu mundinho, não cria qualquer ligação com o público e parece uma criança que foi atirada para o palco e fica ali toda encolhida com medo de errar. No final das contas a performance torna-se aborrecida. Acreditamos que "City Lights" irá mudar bastante no palco eurovisivo mas para já Blanche não surpreende.

ARMÉNIA
Artsvik "Fly With Me"



Muitas expectativas se criaram inicialmente à volta da música da Arménia, foi a que demorou mais tempo a ser revelada, tendo sido a última. As reações foram muitas, ou odiavam, ou adoravam. Mas pela primeira vez, em Israel, Artsvisk atuou a canção ao vivo e talvez não tenha sido o esperado. Apesar de isto serem apenas pequenas apresentações, ao contrário de outros artistas, "Fly With Me", não teve um grande impacto, a performance de Artsvik foi em geral fraca, não dando de si o melhor que podia, falhando até no que é, talvez, a parte mais importante da música: o seu final. De certeza, que na Eurovisão, o espetáculo irá ser algo estrondoso, mas por enquanto, as expectativas são bastante baixas.


Há vários cantores que não surpreenderam pelo facto de já serem surpreendentes desde o início e nestas festas apenas foram manter o seu nível de qualidade. O favorito Francesco Gabbani foi um desses casos, que mesmo apesar de ter-se enganado durante a sua apresentação em Londres foi artista para manter a sua performance e mesmo assim dar um dos melhores espectáculos da noite. Também Anja continuou irrepreensível vocalmente, mostrando que não é à toa que é uma das melhores vozes femininas do ano. Os SunStroke Project continuaram divertidos e bem dispostos e trouxeram às festas a animação que o público adora. Com a única proposta rock os O. Torvald mantiveram a sua energia em palco, bem fiéis ao seu estilo, e mostraram que não merecem o ódio que muitos fãs debitam neles. Bem mais intimistas, os Norma John mostraram a magia da sua performance e provaram mais uma vez porque são brilhantes e que merecem bem mais destaque do que aquele que têm tido. Também os Jowst trouxeram a sua energia para palco e a boa disposição para junto de todos os seus colegas de competição. Por fim, Robin Bengtsson mostrou, apesar de ter tido algumas dificuldades em Israel, que os backing vocals não fazem a sua canção e ele a consegue carregar bem nos seus ombros.


Apesar de todo o espectáculo que subiu aos palcos nos últimos dias, fora deles também se viu muitos espectáculos, com vários covers, muita diversão, alguns momentos embaraçosos, mas claramente com muitas amizades a surgirem. Os vídeos e as fotografias invadiram as nossas redes sociais e nós achamos que nem fazia sentido fazer este especial se não partilhassemos alguns convosco.










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