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JESC D'Ouro - Terceiro texto


11. Quando a língua imaginária venceu

Em 2008, um trio de nome Bzikebi chegou e invadiu o palco do Festival Eurovisão da Canção Júnior. Apresentaram-se vestidos de abelhas, cantando sempre em “Bzz” tendo dado precisamente por essa razão, esse nome à canção. E de que país viriam? Da Geórgia, pois claro. No Festival Eurovisão da Canção lembramo-nos de uma nação que tem vindo a perder poder no festival, mas que (para quem não está a par) é o país com entradas mais extravagantes em termos de JESC. Quem não se lembra da Lady GaGa geórgia, Mariam Kakhelishvili com “Mari-Dari”, do “Candy Music” das Candy (a segunda vencedora deste país) ou da “Funky Lemonade” dos The FUNKids?

Bom, mas voltando à vencedora de 2008: para além de ainda ser a canção de língua imaginária mais bem sucedida no mundo eurovisivo, “Bzz” foi a primeira música verdadeiramente extravagante desta nação que se tinha apenas estreado no certame no ano anterior. Com umas indumentárias amarelas e pretas, as pequenas abelhas conquistaram o coração dos pupilos europeus pelas suas excelentes vozes, energia e originalidade.

Afinal, é verdade que se os adultos não compreendem as línguas das outras nações, as crianças muito menos mas as línguas imaginárias... bom, essas todos compreendemos na perfeição.


12. O medley dos vencedores

O que é que Dino Jelusic, María Isabel, Ksenia Sitnik, as Irmãs Tolmachevy, Alexey Zhigalkovich, os Bzikebi e Ralf têm em comum? Claro que já adivinharam: são todos vencedores do Festival Eurovisão da Canção Júnior. Em 2010, todos regressaram ao JESC para interpretar uma parte das canções com que venceram o certame – e com as quais se tornaram conhecidos nos seus países e na Europa.

Vimos um Dino Jelusic rockeiro (bonito e bastante mais crescido) que decidiu enveredar pelo Rock e uma María Isabel hoje desconhecida e quase irreconhecível a interpretar a canção mais famosa de JESC até hoje, “Antes muerta que sencilla”, com a mesma voz que tinha em 2004 (playback porque não regravou a canção ou terá sido uma falha da produção?).

Ouvimos “My Vmeste” regravado – uma versão muito mais actual com a menina dos totós já sem totós e as irmãs Tolmachevy morenas (que dariam um 7ºlugar à Rússia no ano de 2014) com o seu Jazz primaveril, apresentando-nos a mesma doce coreografia de 2006.

Relembrámos “S druz'yami”, a canção bielorrussa que venceu por um ponto apenas (denote-se que já em 2005 a canção bielorrussa também tinha chegado à vitória por três pontos apenas de diferença) e as nossas afinadas e encantadoras abelhinhas, os Bzikebi nas quais – por razões óbvias – não notámos grandes diferenças de crescimento tal como no mais recente vencedor Ralf, que cantou “Click Clack” para deleite da audiência.

Faça a experiência de visualizar as actuações originais e os artistas no medley... surprendente! 


13. O conquistador arménio 

Arménia. Aquele país que no Festival da Eurovisão Júnior tem umas músicas bem engraçadas nuns anos mas que noutros outras que simplesmente não nos dizem muito. Inconstância: palavra que no Festival Eurovisão Júnior não acontece.

Estrearam-se um ano após “Without your love” ter actuado em 2005 em Atenas e nunca ficaram abaixo do 8ºlugar. É verdade, a Arménia é um país poderoso quando se fala em Eurovisão Júnior e conquistou este poder em 2010. Vladimir Arzumanyan destacou-se claramente dos restantes concorrentes com a canção “Mama”, música Pop com sons tipicamente tradicionais. O resultado foi uma vitória por um ponto apenas que honestamente, se entende apenas pelo facto de o segundo lugar ter sido atribuído... à Rússia, aquele país que neste ano, não se destaca minimamente no meio de tantas canções mais bonitas, animadas, que ficam no ouvido e com mais qualidade.

A vitória arménia fica na História do país não só por ser a sua primeira conquista nesta nação mas essencialmente por ter sido ela que deu origem à prioridade de sediação do certame pelo país que venceu a última edição do JESC (um direito que conhecemos há vários anos do Festival Eurovisão da Canção).


14. O céu ucraniano que apaixonou os Europeus 

Em 2012 ainda estávamos meio abananados com a vitória sueca. Não era Mäns o nosso herói da altura mas a nossa estimada Loreen.

Loreen conquistou os fãs europeus não só com a canção mas com a cuidada apresentação em palco que nos deixou, realmente, eufóricos: as luzes e a coreografia aliada à música electrónica com uma letra sobre amor foi – e continua a ser - diferente de tudo o que já tínhamos visto no Festival Eurovisão da Canção.  Especial é o adjectivo indicado.

Pois em 2012 ainda não estávamos nós recuperados deste momento, eis que a Ucrânia, no Festival Eurovisão da Canção Júnior, nos dá uma prenda. A pequena Anastasiya Petryk trouxe-nos “Nebo”, uma canção com uma força fora do normal. Arrisco-me mesmo a dizer que esta é uma canção electrónica como nunca tínhamos visto  no JESC – e não falo apenas do dubstep: os planos de câmara, o fumo e a indumentária remete-nos facilmente para o imaginário da Antiguidade Clássica, nomeadamente para os tecidos que envolviam as deusas gregas.

O “céu” ucraniano deu-lhes a sua primeira vitória que mesmo que seja a última, nunca mais será esquecida. A força que Anastasiya levou a Amesterdão passou para quem estava na sala, para os que estavam em casa a ver em directo e passa ainda hoje, 3 anos mais tarde, para quem visualize o vídeo na Internet. Sejamos sinceros: dos vencedores de JESC que conhece, de quantos se lembra? E de quantos realmente gosta? Admita: esta é uma das canções que claramente não lhe passou despercebida.

Esta é uma daquelas actuações que prova a qualquer pessoa que no JESC há muito talento e que as canções do próprio Festival Júnior podem não ser apenas para consumo dos mais pequenos, mas também poderão perfeitamente ser do deleite dos mais graúdos. Esta é a actuação que dá origem a um lote de três vencedores consecutivos que marcaram o JESC por duas razões: por darem a primeira vitória à sua nação pela grande qualidade musical e também pelo grande talento demonstrado na sua performance na noite do ano mais esperada pelos jovens europeus.


15. Uma atuação à antiga

Gaia Cauchi é uma promessa musical em Malta. E como tantas promessas que passam pelo Festival Eurovisão da Canção Júnior poderia facilmente ter desiludido... mas felizmente isso não aconteceu.

Pois é, há dois anos Malta venceu o seu primeiro JESC com a canção “The Start” com uma actuação desprovida de quaisquer adereços, efeitos ou LEDs. Foi o ano em que ganhou uma actuação à antiga.

A maltesa foi a antepenúltima a actuar mas não foi por isso que perdeu alguma coisa. Aliás, mesmo que fosse a primeira venceria facilmente dada a magia da sua performance. Gaia actua e esquecemo-nos do resto... uma pequena princesinha soltou a sua voz com uma canção e todos nós nos calámos. É impossível não adorar e não achar que aquela – aquela canção merecia. Malta mereceu e arrasou os concorrentes (ainda que a diferença do segundo lugar da canção ucraniana, tenha sido de apenas 9 pontos).

Se pensarmos bem, esta foi a primeira canção inglesa a ganhar um Festival Eurovisão da Canção Júnior. Terá sido este factor decisivo na vitória maltesa? Não. De facto, a canção foi escrita em inglês porque (para os mais distraídos) o inglês é uma das línguas oficiais de Malta. Se “The Start” fosse noutra língua teria o mesmo poder e votação? Acredito que sim. Neste caso, a língua não tem assim tanta importância. Veja a actuação e veja se concorda comigo!


Vídeos: junioreurovision.tv, Junior Song Contest e Jsongfestival Fan
18/11/2015

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