Segundo tema:
E SE A FAMÍLIA CARREIRA FOSSE AO ESC?
Muitas vezes nos questionamos: por que é que Portugal nunca é representado pelas personalidades musicais mais famosas do país? Sejamos sinceros, quem vai ao Festival da Canção é, na maior parte das vezes, quem não tem grande sucesso no ramo ou quem já foi esquecido no panorama musical português e quer tentar fazer com que a sua carreira renasça das cinzas. Isto por todas aquelas razões que sabemos: o Festival da Canção já não é o que era e já muito poucos interessam-se por ele.
Simplesmente não somos daqueles países em que o respetivo representante é alguém adorado por todos, com uma legião de fãs estabelecida, e que mesmo assim está disposto a ir à Eurovisão pelo seu país. Mas e se fossemos? A família Carreira é inegavelmente a família mais bem-sucedida musicalmente em Portugal. E se fossem eles os nossos representantes? Tony, Mickael e David. Unidos a erguer a nossa bandeira.
Em primeiro lugar, colocando gostos pessoais à parte – coisa que deve acontecer em qualquer análise de canções eurovisivas -, não há dúvidas de que o povo português iria voltar a ter interesse em assistir, pelo menos, à Eurovisão. Estes três cantores abrangem um público muito geral, que percorre todas as faixas etárias. Se esta participação não servisse para alcançarmos o tão ansiado bom resultado no festival, pelo menos iria servir para o maior interesse de outros artistas a quererem participar nos anos seguintes.
Quando ao género musical que adotariam, é interessante pensar sobre isto, visto que os três são cantores de géneros musicais substancialmente distintos. Tony Carreira distingue-se pelo seu romantismo, Mickael dá a sua habilidade à música latina e David expande-se na dance music. De todos, e comparando com os gostos europeus e americanos, o melhor enquadrado, o mais moderno e o mais atual seria mesmo o David Carreira – aliás, até alguns fãs estrangeiros consideram que ele é mesmo uma boa aposta na Eurovisão.
No entanto, este não é o ponto principal. O objetivo era juntar mesmo toda a família Carreira no festival. De facto, seria raro ver pai e filhos a cantar juntos no grande palco eurovisivo (o que aí despertaria logo a atenção dos media). Além disso, todos eles fazem imensos concertos no estrangeiro e facilmente conseguiriam apelar ao voto às grandes massas de emigrantes, e não só. Apenas bastaria uma grande canção em que eles pudessem mostrar o seu melhor.
Apesar de os mesmos receberem críticas por não terem vozes potentes, todos eles conhecem muito bem o ramo musical e não se meteriam em algo para depois acabarem mal. Por mais que falem, a família Carreira só tem sucessos e não se habilitaria a ter, pela primeira vez, um acontecimento negro no seu percurso.
No entanto, em toda a história eurovisiva, já foi comprovado bastantes vezes que não basta ter um nome implementado na indústria para se ter sucesso no concurso. Na Eurovisão, por mais ou menos conhecidos que sejam, estão ali a competir de igual para igual, e os artistas não se podem agarrar simplesmente ao seu nome e pensar que o trabalho já está feito. Acima de tudo, têm de ter consciência onde se estão a meter, pensar em várias táticas para cativar o televoto, fazer uma boa campanha pré-ESC, ser adorado pelos fãs… Ou seja, basicamente têm de viver para a Eurovisão, até ao fim da finalíssima.
27/09/2014
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