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Contra o ódio eurovisivo - Sétimo texto: o festival é mais político do que musical





É verdade que os temas políticos têm cada vez mais influência na nossa sociedade, sobretudo porque atravessamos uma crise mundial - mas não me parece que seja de todo algo com mais influência do que a música no festival.
Há situações extremas em que realmente as relações entre certos países levam a questões importantes no ESC - mas são situações pontuais (por exemplo, quando a Arménia abdicou da sua participação em 2012 por o Festival ser no Azerbaijão). Todos nós sabemos que estes países não têm a relação mais simpática entre si, e isso afeta inevitavelmente os votos (e, neste caso, a própria participação), mas pelo lado positivo também ficamos mais cultos (vamos ser realistas: muitos de nós nem sabíamos onde eram estes países, muito menos que andavam em “guerra”).
Já tive a oportunidade de aqui falar dos votos nos vizinhos, e parece-me que mais uma vez só nós, eurofãs, podemos mudar o rumo das coisas. Talvez na situação previamente referida o poder da mudança não esteja nas nossas mãos, mas dou-vos um exemplo ainda mais recente. Este ano muito se falou da guerra da Crimeia e, por consequência, foram as gémeas russas que mais assobios receberam da plateia. Expliquem-me lá, vocês que são eurofãs, porque é que elas foram assobiadas? Por acaso são elas que “encomendaram” a guerra? Confesso que não estou a 100% dentro do assunto, mas podia jurar que o presidente da Rússia é um tal de Putin e, portanto, mesmo sendo eurofã, não percebi os assobios. Eu posso discordar de muita coisa que os políticos fazem, mas isso tem de se refletir nos meus gostos musicais? Com isto não quero dizer que “Shine” era uma boa música, pelo contrário, mas, se merecia todos aqueles assobios, os franceses deviam ter levado com tomates podres.
Eu sou daquelas pessoas de que gosta de acreditar que nós, e só nós, é que podemos mudar o que de mais importante há no festival (os resultados). Depende de nós tratar bem os artistas, depende de nós receber bem os fãs no nosso país (não no nosso, porque, por este andar, nunca vamos realizar nenhum ESC, mas penso que me fiz entender), e dependem de nós os resultados (acreditando num mundo de contos de fadas em que ninguém compra votos). Se temos estes poderes todos, porque é que gastamos o nosso tempo e a nossa energia em ódios completamente irrelevantes? A música é um fator de união até entre países que não têm relações.

Se fossemos a olhar à política: qualquer música que a Alemanha enviasse era o nosso ódio de estimação, graças à Merkel.  


17/07/2014

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