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Contra o ódio eurovisivo - Quinto texto: Portugal fica sempre em último





       Não é muito difícil perceber o porquê de isto acontecer, pois não? Votos políticos, músicas más e aspetos desses fazem com que nunca tenhamos chegado ao tão desejado primeiro lugar.
       Mas analisemos a questão mais a fundo. Em toda a nossa história eurovisiva enviámos músicas que ficaram para a histórias, mas quantas delas tinham realmente conteúdo eurovisivo? Eram boas músicas mas há uma razão para terem terminado o festival nos últimos lugares. Lúcia Moniz não tinha uma canção tão boa como por exemplo Simone de Oliveira (das duas vezes que nos representou) e, mesmo assim, conseguiu um lugar no top 10 e o nosso melhor lugar de sempre. Apesar de nós recordarmos muitas das músicas que nos representaram com carinho isso não significa que elas fossem adequadas para o público eurovisivo. Na verdade, no nosso país, há uma terrível falta de compreensão daquilo que é o festival hoje em dia. Não sei porquê mas os produtores e compositores arranjados pela RTP pensam que vivemos ainda no século passado e, portanto, temos de enviar músicas relativas a esse mesmo século, o que acaba por ser ridículo e acabamos sempre nos últimos lugares.
      Apesar de a culpa ser, em grande parte, nossa, não podemos esquecer-nos dos nossos não-vizinhos que, se for preciso, acham que somos uma província espanhola. Hoje em dia já ninguém dá valor ao fator “cantar na língua materna” e muito menos aos “ritmos tradicionais”. Levar um fado ou um kizomba para os europeus é exatamente a mesma coisa. Mas por vezes até acertamos na música e eles continuam a desprezar-nos na altura de votar. Mas então porque é que isto acontecerá? Em 2008 (isto falando do exemplo mais recente) enviámos uma música potente com todos os ingredientes para vencer o Festival. Confesso que, até eu, que sou por natureza pessimista, acreditei que era desta. Acabámos no 13º, porquê? Não temos vizinhos! Nem vizinhos nem emigrantes em todos os países. Espanha, França e Suíça são os países que, por motivos óbvios, mais pontos nos dão e para conseguir um único ponto dos outros é preciso lutar como mais ninguém.
      O problema das pessoas é exatamente esta história do “temos de votar nos nossos vizinhos”. Então se eu não gosto da música espanhola tenho de votar neles só porque são os meus únicos vizinhos? Segundo as “leis” eurovisivas, sim, mas eu sou mais inteligente que isso e portanto voto nas músicas e não nos países. É preciso haver uma mudança de mentalidades do público votante, mas antes de tudo é preciso convencer o público a votar.

Para que a vitória circule por mais países temos que votar naquela música que nos causa arrepios, que nos faz levantar do sofá e cantar, que não nos sai da cabeça… Votar nos vizinhos fazia-se se não existisse livre arbítrio, como há, peço-vos: parem de olhar para as bandeiras!


03/07/2014
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  1. Portugal não fica sempre em ultimo, não exagerem.
    Portugal não tem bons lugares, é diferente. É um país com resultados menos bons devido a fatores obvios : só tem 1 vizinho ( Espanha) é pode contar com votos garantidos (Bélgica, Islândia, Holanda, França, Andorra e Suiça) dos emigrantes.
    Nós vamos sempre com esta coisa de esperar pelos votos destes países e não de conquistar a Europa. Mas também temos de ver outra coisa que contraria isto da vizinhança : Como é que a Austria ganhou e levou pontos dos países de leste? Ou Como é que países pequenos como San Marino ou Montenegro passaram a final este ano ? Ou Como é possivel nós não darmos pontos à nossa querida vizinha Espanha já que somos vizinhos ou a Espanha à França ( já que nao passamos à final) ?
    É obvio que ter vizinhos e emigrantes ajuda bastante mas não chega. Para uma canção ganhar tem de conquistar a Europa ( 37 países este ano). Nós portugueses temos este pensamento derrotista e assim não vamos a lado nenhum.Para conseguir bons resultados é preciso vontade, trabalho e investimento , coisa que Portugal nunca teve ou nunca quis ter. Vendo em retrospectiva , nenhuma canção de Portugal merecia vencer ou ficar no top 5 ( excepto a "Senhora do Mal").
    Eu ainda acredito numa vitória portuguesa no ESC. Temos de mudar a nossa atitude relativamente ao ESC e pensar em ter bons lugares.
    Já agora ainda não sei o porquê que somos dos ultimos países (senão o último) a confirmar presença no ESC? E porquê que fazemos sempre tudo na "ultima hora" ? Sinceramente há coisas que nunca irei perceber ... enfim .

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