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Contra o ódio eurovisivo - Segundo texto: votos geopolíticos




        O facto de os vizinhos votarem uns nos outros é das coisas mais criticadas na Eurovisão e, guess what, eu sou a primeira a criticá-lo. Realmente é enervante estar a ver as pontuações portuguesas e saber que no final vamos ouvir “12 points goes to Spain” - mas, já sabemos que, se não o fizermos, acabamos “expulsos da União Europeia”. Os votos nos vizinhos chegam a ser mais tradicionais que a própria Eurovisão e se vemos que Portugal não dá pontos à Espanha ficamos de boca aberta até entrar uma mosca -  ou qualquer outro bichinho suficientemente pequeno para que fechemos a boca e não nos demos conta da sua presença. Podemos então concluir que: se por um lado ficamos chateados porque acabámos de ingerir uma refeição muito pouco apelativa, por outro percebemos que afinal ainda podemos ter esperança nos eurofãs e jurados.
        Este ano houve duas grandes surpresas, no meu ponto de vista, a nível dos votos eurovisivos, o que acabou por não ser suficiente para uma indigestão de mosquitos. Portugal não deu um único ponto a nuestros hermanos e São Marino não deu pontos à Itália. Será que se o Chipre tivesse participado não teria também dado pontos à Grécia? Deixo a pergunta no ar.
          Os países de leste costumam ter sérias vantagens na contagem dos votos. A Rússia está sempre na final porquê? Porque os Ex-URSS votam todos na Rússia - e, até com um cão a ladrar, o país acaba no top 10.  Depois existe a Sérvia que tem uns quantos vizinhos que desconfio só estarem na Eurovisão para lhe atribuir os 12 pontos. Além dos países de leste, temos os nossos queridos nórdicos. Finlândia, Suécia, Dinamarca, Islândia e Noruega compõem o outro grupo de “voto por afinidade” e, portanto, têm geralmente pontuações elevadas (por exemplo a Islândia conseguiu a este ano final com aquela música que todos nós vimos).
            Mas não se iludam! Ainda há partes em que o voto nos vizinhos não conta para nada. A Suécia por exemplo, ficou-se pela semifinal em 2010 da mesma forma que a Sérvia no ano passado. Portanto, se os países não se esforçarem, não são os vizinhos que os vão salvar (salvo raras exceções, claro). Resultados como os referidos anteriormente são aqueles que me fazem acreditar que, num futuro próximo, o voto nos vizinhos vai deixar de ser um argumento válido para os haters usarem contra nós, os fãs!
       Mais, cabe a nós, os fãs, mudar esta ideia que as pessoas têm do nosso festival preferido! Afinal quem vota nas canções somos nós (e um júri, mas vamos restringir-nos àquilo que podemos mudar) e só nós podemos parar de votar nos países e começar a votar nas músicas.

Eu posso odiar a Arménia e odiar que participe num festival europeu sendo um país asiático, mas não posso negar a qualidade de “Not Alone”. E porque não votar?! Se todos, pela Europa fora pensarmos assim, podemos fazer um festival sobre música e deixar as politiquices de lado!


12/06/2014
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  1. A Europa é constituída por uma enorme multiculturalidade e com idade milenar. Por isso ser tão difícil encontrar consensos.
    Não é possível desvincular-nos das nossas origens, assim como, das emoções que passam de pais para filhos. E por isso o nosso Amor/ódio por Espanha, tem séculos... há uma história forte, contundente, que mudou gerações. E por muito que saibamos que foi passado, há um momento ou outro, que vem ao de cima, as nossas raízes. É quase irracional...
    Por isso, vai ser sempre difícil não haver votos entre vizinhos, há ligações que vão muito além das cantigas.
    Agora... combater o mundo das influencias políticas, económicas ou oportunistas, isso são outros quinhentos! se era possível? sim... é! mas dá muito trabalho e exige coragem.

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  2. critiquem à vontade a música da Islândia mas a verdade, é que a música tinha uma excelenete mensagem e era super divertida, coisa que a EuroVisão seriamente precisa, não é cá com baladinhas e pimba que a EuroVisão vai ser levada a sério.

    Quanto à Arménia, wow, odiar um país em si é grave, nem eu que tenho mais que razões de queixa contra a Rússia, os odeio, longe disso, até têm uma excelente cultura e uma excelente língua, só é pena é que não cantem na sua língua, porque o inglês para eles fica super mal, de modo geral.


    E isso de ser asiático, oh meu deus, então e o Israel, também não é asiático? e o Azerbaijão? e Marrocos, que já participou? Também não é a mesma cena?

    Parece que o pessoal não entende, isto é um festival da EuroVision Broadcasting Union, não só da Europa, e sinceramente acho muito bem que países fora da Europa participem, ao menos temos muito mais possibilidade de termos variedade musical.

    Qunato a isto dos votos geopolíticos/diáspora, nunca deixará de haver isso, mas já se tem notado muitas mudanças nesse aspeto, de facto.

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