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A Eurovisão e o Festival da Canção na imprensa nacional - 1988 e 1989



1988: Veio com o “Voltarei” e, no final, disse “Não Voltarei”

      Após a apresentação despercebida do duo Nevada, a RTP quis voltar à Eurovisão, em 1988. No entanto, a escolha da canção foi totalmente diferente da dos outros anos: realizou-se a primeira seleção interna portuguesa para a Eurovisão. A apresentação das canções teve lugar no dia 7 de março nos estúdios da RTP, em Lisboa. No entanto, o resultado da votação só foi conhecido no dia 12. Todos os artistas presentes na eleição foram convidados diretamente pela RTP, menos um: no dia 5 de março, o Casino Peninsular da Figueira da Foz recebeu o Prémio Nacional de Música, que tinha como objetivo principal escolher uma outra canção para participar no festival da RTP.


      Os apresentadores foram Ana Paula Reis, Valentina Torres, António Sequeira (Selecção Interna) e Ana do Carmo (Prémio Nacional de Música).
      Esta aposta no Prémio Nacional de Música foi uma decisão pensada pela RTP, face às críticas que esta recebera nos últimos anos relativamente ao Festival da Canção. Este concurso recebeu 200 originais, mas apenas oito foram escolhidos para participar (a escolha das músicas prendeu-se mais com nível de espetáculo que elas poderiam oferecer e não com sua qualidade musical). A ideia desta competição surgiu graças a José Calvário e quem criou e montou o espetáculo foi o famoso arquiteto Tomás Taveira. Os três primeiros lugares poderiam ser lançados em LP’s. 


     Na lista de concorrentes do Festival da Figueira da Foz estavam nomes como Nucha, Dora, António Antunes (o futuro Tony Carreira), Tó Leal e Gabriela Schaaf. No grupo dos compositores surgiam os conhecidos Luís Jardim, Zé da Ponte, Guilherme Inês e Luís Oliveira. Este evento contou com a presença de Johnny Logan, o vencedor eurovisivo do ano anterior.


  A grande vencedora foi mesmo Dora, que defendeu o tema “Déja vù”. Não foi um triunfo surpreendente, segundo a imprensa. No que diz respeito a críticas, todas as publicações admitiram que o Prémio Nacional de Música teve muita qualidade e que “Déjà vu” esteve ao nível das outras músicas a concurso. A RTP enviou os seus melhores técnicos à Figueira da Foz e a comunicação social apoiou imenso o projeto. A Nova Gente disse mesmo que o festival teve “oito temas de excelente qualidade”. Nesse mesmo artigo lê-se ainda que a canção de António Antunes, “Uma Noite a Teu Lado”, foi considerada por muitos a mais forte a concurso.


     No entanto, Manuela Bravo sublinhou o facto de muita gente dar demasiada importância ao visual de Dora, e que isso não é tudo no meio musical. Carlos Mendes foi uma das vozes que criticaram imenso a utilização, novamente, do playback.


   Assim, “Déjà vu” juntou-se aos cinco temas encomendados pela RTP a Nuno Nazareth Fernandes, José Cid, Luís Pedro Fonseca, Pedro Osório e José Calvário. Contudo, Dora não ia competir só com esse tema. José Calvário pediu à cantora que gravasse a maquete da sua canção, “Voltarei”. A estação pública gostou bastante do casamento entre a música e a vocalista e acabou por entregar a Dora a canção. Esta, contudo, torcia mais por “Déjà vù”.


Canção nº 1 – “Até Perder a Voz” – Glória
Canção nº 2 – “Quando a Noite Se Faz Certa” – Luís Duarte
Canção nº 3 – “Encontro Imediato” – Tó Leal
Canção nº 4 – “Déjà Vu” – Dora
Canção nº 5 – “Cai Neve em Nova Iorque” – José Gonçalo
Canção nº 6 – “Voltarei” – Dora

     Foi nos gabinetes dos responsáveis pelo canal que se escolheu a canção representante do país na Eurovisão. A escolha acabou por recair em Dora, de facto, mas só que com o tema “Voltarei”.
    Dora já havia dito que não interpretaria outra canção na Eurovisão que não aquela com que ganhara o festival da Figueira da Foz. A decisão da RTP apanhou todos de surpresa e a cantora esteve em risco de não participar no certame europeu.


     Todo o país e a imprensa apoiavam “Déjà Vu”. Disse João Afonso, responsável pela editora CBS, à TV7Dias que “nunca houve uma canção tão forte e com efeitos tão positivos entre o público” como acontecia com esse tema. No caso de Dora se recusar mesmo a cantar “Voltarei”, a RTP teria quase certamente de selecionar outro intérprete para o fazer. Acabou por não ser necessário. A artista pôs fim à polémica e, depois de falar com a sua equipa, aceitou o tema.
   Mais tarde, em entrevista à TVGuia, Dora confessou que iria defender a canção com todo o profissionalismo e que gostava do facto de “Voltarei” lhe permitir mostrar um outro lado e outros dotes vocais.
    Visto por um total de 250 milhões de telespetadores, o Festival Eurovisão da Canção 1988 realizou-se no dia 30 de abril, no RDS Simmonscourt Pavilion, em Dublin, cidade que comemorava o milénio de existência. A Irlanda recebia o certame pela terceira vez, e entregou a apresentação do concurso à dupla Pat Kenny e Michelle Rocca. O único país que desistiu foi Chipre, porque a música que selecionaram já tinha sido apresentada em 1984. Entraram, então, 21 países. 


     Os jornais não deram muita importância à produção do festival, incidindo-se mais nos participantes e nos temas a concurso. Os jornais e revistas apontavam como favoritas a Alemanha, Holanda, França, Espanha, Turquia e Suíça. Foi esta última que acabou por vencer, ainda que só por um ponto de diferença em relação aos britânicos. Esta vitória, de acordo com o Diário Popular (DP), foi muito celebrada pelos irlandeses, que não queriam ver o Reino Unido a triunfar.

 

    Quem representou o país foi Céline Dion, uma das artistas que mais viriam a vender em todo o mundo, com o tema “Ne Partez Pas Sans Moi”. A sua vitória foi muito promovida pelos meios de comunicação nacionais – muitos deles fizeram perfis e biografias da cantora.


     Céline era canadiana e muito conhecida no Quebec e em França. Antes da Eurovisão, contou a Nova Gente, teve aulas de inglês e de canto e mudou o visual. A sua equipa resolveu concorrer à final nacional da Suíça, como forma de entrar finalmente nos mercados europeus, e ganhou. Apostaram forte para o certame europeu e Céline disse mesmo que ia para ganhar: “a aposta era demasiado forte e eu, custasse o que custasse, não queria perdê-la”.


      Dora contou com a presença de Guilherme Inês e Zé da Ponte, os autores da música sua amada, em Dublin, e afirmou que ia para ganhar. Os compositores da sua canção eurovisiva também estiveram presentes, sendo que José Calvário mereceu uma atenção especial por parte da Nova Gente por ter respondido aos jornalistas portugueses com alguma brusquidão e por ter dito que estes “levam isto a sério de mais”. Em Dublin esteve também Margarida Mercês de Melo, a locutora, e um grupo de cinco coristas que não eram portugueses.


     No entanto, “Voltarei”, que foi a 20ª a atuar, ficou em 18º lugar com uns modestos 5 pontos. Este foi um dos resultados mais chocantes dos últimos tempos, já que os jornais e as revistas, como a TVGuia, classificavam a nossa música como uma das favoritas à vitória. José Calvário não comentou este desaire, mas o letrista, José Niza, apontou o dedo às votações geográficas. Céline Dion, abordada pelo DP, elogiou a nossa canção, dizendo que era “muito bonita” e que Dora tinha “uma voz poderosa”.


    Dora teceu comentários negativos à RTP, em declarações ao mesmo jornal. Ela disse que o canal errou em não fazer o “acompanhamento, a promoção dos bastidores, como todas as outras televisões fizeram pelos seus intérpretes”. A única coisa feita foi um teledisco. Quando o jornalista lhe falou sobre a polémica com “Déjà Vu”, Dora recusou expressar a sua opinião. A cantora disse ainda que não regressaria mais à Eurovisão, pelo menos “enquanto a televisão não se decidir a ganhar o festival”.
    Apesar das críticas à emissora, Dora foi aplaudida por todos. A imprensa disse que ela dera o seu melhor e que cantara bem, ainda melhor que nos ensaios. Apesar de todos considerarem injusto o lugar obtido, não criticaram Dora e apostaram mais em artigos sobre Céline Dion, uma jovem que se preparava para lançar novos temas em inglês e entrar noutros mercados.


    Em relação ao espetáculo, o DP disse que foi um dos melhores de sempre, graças ao trabalho desenvolvido pela RTE. É importante referir que o LP com todas as canções deste Eurofestival registou, só nos países nórdicos, mais de 140 mil compras.

1989: Os Conquistadores que não conquistaram

     Depois da irreverência de Dora e de outro resultado para esquecer, a RTP seguiu em frente com a realização do XXV Festival da Canção, no dia 7 de março de 1989. Desta vez, o certame rumou a sul, mais concretamente ao Teatro Garcia de Resende, em Évora. Os apresentadores foram o maestro António Vitorino de Almeida e a atriz Manuela Carlos, que tiveram prestações distintas: ele encantou com o seu humor e ela atrapalhou-se bastante.


    Em relação ao ano anterior, foi-se buscar novamente o Festival da Canção, que custou à estação cerca de 50 mil contos. O Prémio Nacional da Música não esteve incluído no programa para selecionar a música portuguesa para o Eurofestival desse ano. Quanto ao número de concorrentes, este foi bem reduzido: só houve cinco músicas a concurso, um dos números mais baixos de sempre. A RTP encarregou cinco editoras de escolher compositores, autores e intérpretes, mantendo-se assim afastada no que diz respeito à produção das canções.

Canção nº 1 – “Partir de Mim” – Marina Mota
Canção nº 2 – “Assim Recordo-me de Ti” – Eccos
Canção nº 3 – “Canção de Roda e Fantasia” – Lenita Gentil
Canção nº 4 – “Palavras Cruzadas” – José Alberto Reis
Canção nº 5 – “Conquistador” – Da Vinci


    Ainda que tenha tido poucos temas, os artistas concorrentes são na sua generalidade bem conhecidos do público português na atualidade. Na altura, a TVGuia foi a única revista que os apresentou e entrevistou antes da gala. É importante referir que a canção de José Alberto Reis havia sido composta por Carlos Paião, falecido no ano anterior.


      A imprensa considerou que a vitória dos Da Vinci foi tirada a ferros, já que nenhuma das músicas a concurso era boa. O CM disse que o festival “não foi bom nem mau, foi o costume”.
      No entanto, “Conquistador” era a menos má – sendo que a sua única rival seria a música “Partir de Mim”, interpretada por Marina Mota (que, na opinião da imprensa, deveria ter ganhado o Prémio de Interpretação em vez dos Da Vinci). O trófeu para a melhor orquestração foi entregue a Armindo Neves, que ficou responsável pelas canções números 1 e 4. Com esse destaque, ganhou 100 mil escudos.


   Como atuações especiais, foram feitas homenagens a Ary dos Santos e a Florbela Espanca, assinalando também os 25 anos de festivais. Depois, ainda houve um bailado, coreografado e interpretado por José Arantes, seguindo-se atuações de José Cid (com um medley dos temas que levara até então ao Festival), Nicolau Breyner, do Coro dos Mineiros de Aljustrel e de Marie Myriam, a vencedora da Eurovisão em 1977. Também foram feitos sketches, assinados por Mário Zambujal e interpretados por José Viana e Octávio Matos. 
      A orquestra, com 40 elementos, foi dirigida por Correia Martins. O palco que recebeu os artistas e os músicos era móvel, o que permitia haver mais espaço e criar um fosso entre os artistas e a orquestra. Moniz Ribeiro foi o encenador deste espaço. 


    Como já vimos, este festival foi um marco importante porque comemorava um quarto de século. Esse facto foi bastante destacado pela imprensa, que recordou em várias páginas as representações mais importantes de Portugal na Eurovisão, como a de António Calvário, as de Simone de Oliveira e a de José Cid. A TVGuia, por exemplo, relembrou a história do Festival em quatro páginas inteiras (pode ver a primeira delas em cima). No entanto, ao mesmo tempo, referia-se que Portugal, mais tarde ou mais cedo, acabaria por não voltar ao concurso, já que em 25 anos nunca conseguiu ganhar.


    Após a vitória de “Conquistador”, o grupo afirmou que, provavelmente, não iria alterar a música. Além disso, estavam confiantes na sua qualidade e acreditavam que iriam representar bem o seu país, a quem dedicaram o triunfo. Apesar disto, a vocalista da banda, Iei Or, disse que fora a última pessoa a acreditar na vitória, mesmo quando nos bastidores do Teatro Garcia de Resende se atribuía o favoritismo à sua proposta. Quando um repórter perguntou como descrevia a vitória, Iei apenas disse: “altamente, meu. Altamente”.


    A canção foi bem recebida pela imprensa e pelos críticos, que afirmaram que o grupo poderia trazer a melhor classificação para Portugal, porque “Conquistador” era um tema moderno, leve, com uma batida forte e a apelar às conquistas passadas dos portugueses. Simone de Oliveira, Marie Mryiam e Tonicha faziam parte deste lote de pessoas otimistas. Marie, contudo, dizia que a canção, se fosse defendida em inglês, teria sérias chances de ganhar a Eurovisão.
     Pelo contrário, os outros quatro concorrentes ao Festival não pareceram ter ficado muito satisfeitos. Segundo o CM, nenhum deles felicitou os Da Vinci pela vitória depois de a gala ter acabado, mas a TVGuia conseguiu arrancar-lhes palavras e todos acharam justa a vitória da banda. José Alberto Reis disse mesmo que ganhara “uma canção objetiva em que foi aplicada uma fórmula para o festival”.


     Com a canção completamente pronta, os Da Vinci viajaram até à Suíça (foi um regresso ao “berço”, como disse o CM), mais concretamente à cidade de Lausanne, em cujo Palais de Beaulieu a Eurovisão desse ano se realizou. A gala decorreu a 6 de maio e foi vista por cerca de 500 milhões de telespetadores. A apresentação esteve a cargo de Jacques Deschenaux e de Lolita Morena.
  O CM sugeriu que as audiências do certame estavam a descer, visto que outras formas de entretenimento estavam a surgir, como era o caso dos jogos “King” ou “Trivial Pursuit”. Ainda assim, não deixou de promover o Festival.


   Para a montagem desta edição, foram gastos meio milhão de contos. A organização do concurso esteve a cargo da emissora de língua francesa da Suíça, a RTS. Nenhum país desistiu e o Chipre voltou, perfazendo um total de 22 participantes. A encenação ficou a cargo de Paul Waelti e a orquestra, composta por 35 pessoas, de Benoit Kaufmann. Vale a pena referir que na orquestra havia um pianista português, Rui Reis. O logotipo oficial, todo ele criado com as cores nacionais do país, pretendia representar o Matterhorn, a montanha mais conhecida dos Alpes.


    A imprensa nacional referia, no campo das favoritas, as propostas do Reino Unido, principalmente, e as de França, Espanha, Suécia e Itália. A Suíça mereceu destaque por ter levado um tema em romanche, língua falada por cerca de 1% da população do país.



      Este foi um Festival com uma intervenção policial intensa. De acordo com o chefe da polícia, havia muitos países concorrentes a passar por situações problemáticas (como o Reino Unido, onde pouco tempo antes tinham morrido pessoas durante um jogo de futebol) e por isso todo o cuidado era pouco. Além disso, as autoridades suíças estavam avisadas de uma ameaça de atentado no recinto do espetáculo, perpetrado por um grupo árabe.
      Os Da Vinci passaram por alguns problemas antes e durante a sua estada na cidade anfitriã. O guitarrista, o famoso Ricardo Landum, teve um gravíssimo acidente de viação, que ceifou a vida à sua namorada, e teve de ser substituído por outro músico em palco, Toni. Além disso, lei-Or tinha perdido a voz, devido a um vírus na garganta que se apanha devido a mudanças repentinas de temperatura. O problema foi logo resolvido por um médico especialista do Eurofestival, que lhe receitou sprays, gotas para o nariz e antibióticos. 


      Sobre o resto da equipa, em jeito de curiosidade, é importante referir que as duas coristas que acompanharam a banda, Dora e Sandra Fidalgo, eram filhas de Yaúca, antigo jogador do Belenenses e Benfica. Ana Zanatti estava em Lausanne a comentar o Festival, e queixou-se ao DP de estar cansada, porque tinha de fazer as legendas para as imagens que apareciam nos postais dos países, representando lugares da Suíça.
       José  Hermano Saraiva foi outra figura que esteve envolvida com o Festival deste ano. Foi um dos seus programas, “A Grande Aventura”, que deu o mote para a composição de “Conquistador”, e por isso o historiador escreveu um pequeno documento que circulou em Lausanne a explicar aos jornalistas o que foi, então, a epopeia dos descobrimentos portugueses.
     Nos ensaios, os representantes nacionais passaram por problemas de som e de realização. Mas também houve passeio: o grupo viajou por algumas zonas da Suíça para gravarem o seu vídeo postal. Além disso, foram recebidos efusivamente pelos portugueses que faziam parte da Associação Democrática dos Trabalhadores Emigrantes. Nesse encontro, não faltou bacalhau, couves e batatas, além do icónico “Grândola, Vila Morena”. 


     Apesar de não serem considerados favoritos (ainda que tenham tido até uma boa receção na chegada à cidade sede do evento, especialmente devido à versão inglesa), os Da Vinci estavam confiantes de que iam deixar os portugueses orgulhosos. No que diz respeito a resultados, admitiam não ter medo de perder, mas antes de ganhar: “se isso acontecesse, ia ser muito complicado para nós”, disse Iei-Or, relativamente à agenda que, em caso de vitória, ficaria completamente cheia.


    No entanto, após perceberem que haviam ficado em 16º lugar, com 39 pontos, foram logo transmitidas as primeiras impressões dos Da Vinci: “Isto é um desrespeito para com Portugal”, disse Iei-Or. “A nossa canção merecia muito mais!”, opinou Pedro Luís, o letrista, corista e marido da vocalista. Além disso, o grupo fez críticas à música vencedora e ao júri: “venceu a facilidade”.


      Quem venceu o certame foi mesmo a Jugoslávia, com Riva e o tema “Rock Me”, que conquistou 137 pontos. Este tema não fazia parte dos grandes favoritos, e a sua vitória foi considerada uma surpresa. A própria vocalista, Emilia, dizia emocionada: “é um sonho, é um sonho”. Não muito mais se ficou a saber dos artistas, visto que na conferência de imprensa de consagração do vencedor a banda esteve acompanhada por uma produtora da televisão jugoslava, que lhes traduzia as questões omitindo ou distorcendo alguns aspetos. Nesse mesmo encontro com os jornalistas se ficou a saber que a edição de 1990 iria acontecer em Zagreb, na república da Croácia.



     A TVGuia comentou que “Rock Me” era uma canção sem fronteiras, por apresentar a música e a cultura pop de uma maneira diferente. O CM descreve-a como “alegre e com um animado ritmo de rock”, reforçando a surpresa que foi a sua vitória. Em relação aos portugueses, é dito que interpretaram com garra e energia e não deixaram Portugal mal visto.


  A TV7Dias elogiou o cenário, achando-o “deslumbrante”. A Nova Gente considerou os apresentadores amadores e criticou a falta de nível das receções oficiais: “mais queijinhos aos quadrados, um vinho branco, bolos embrulhados em papel, e pronto já está”.
      O DP foi o único jornal que dedicou espaço na capa e páginas inteiras sobre a Eurovisão. Num dos seus artigos elogiou a qualidade do serviço prestado pela organização, sobretudo no bom ambiente de trabalho oferecido aos cerca de 1300 jornalistas presentes na cidade. Os quartos de hotel estavam equipados com frigoríficos, televisores e serviço de videoclube, com várias cassetes de vídeo (entre as quais havia muitas de filmes pornográficos). Além disso, os convidados do certame tinham entrada gratuita em vários espaços culturais, como cinemas, museus e até piscinas. Ficava claro que organizar este certame não era para qualquer país e eram poucos os que tinham condições. Citando a TVGuia, a Eurovisão era “um espetáculo ameaçado pela sua própria grandeza”.

16/11/2013

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  1. Ta mal.a primeira seleção interna foi mais de 20 anos antes

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  2. Caríssimos uma gralha a Gabriela Schaaf esteve presente no Festival de 86 e não em 88. Talvez quisessem falar da Midus?

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