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Abecedário Eurovisivo - Z... de Zzzz




       Existe uma lista infindável de músicas que muitos definem como “festivaleiras” ou “eurovisivas”. Quando assistimos a um pop balcânico ou sueco, tendemos muitas vezes a dizer “uau, isto é mesmo música de Eurovisão”.  Quando nos deparamos com uma música com um ritmo lento, uma balada sem força, entendemos aqueles temas como uma altura em que aproveitamos a transmissão da atuação canção para a pausa para ir aqui e ali. Melodias que não crescem no seu decorrer. Que chegam ao fim e nem conseguimos gerar opinião acerca dela. É das músicas lentas, pouco marcantes ou até mesmo, a nosso ver, mal construídas dos últimos anos, de que falaremos hoje, como último tema.


       Está escrito algures que Lost And Forgotten, tema da Rússia em 2010, era uma música de paródia. Bem… é difícil perceber a piada nisto. Uma música que nos faz sentir à beira da morte, em estado terminal. Um inglês horrível, uma música sem pés nem cabeça, uma voz de sofrimento. É certo que a Rússia tem muitas músicas péssimas, mas esta… 3 minutos de autêntico martírio.


       Nesse mesmo ano, a surpresa das surpresas aconteceu, desta vez por parte da Suécia. Um Melodifestivalen relativamente forte – Timoteij e Eric Saade, ambos com grandes músicas – e a representante do país foi mesmo Anna Bergendahl, com “This Is My Life”, a primeira balada a vencer desde 2008. É certo que a música não era má, mas era uma autêntica seca. Não foi memorável, a atuação esteve muito aquém para um país como a Suécia, que nos foi habituando a uma constante de boas músicas. A verdade é que o país viu a final de longe nesse ano. Resultado? A Suécia não passou à final, sendo que foi a primeira vez, desde 1976, em que não esteve numa final da Eurovisão. Merecido? Completamente.


       Em 2011, a Bélgica teve a brilhante ideia de levar à Eurovisão uma canção feita apenas de vocalizações. Ok, ideia muito boa. Diferente, fora do comum, inovadora. Mas será só isso que importa? À partida, uma música sem qualquer tipo de sintetizador ou algum outro instrumento, muito pouca força terá. Os Witloof Bay cumpriram o que tinham para cumprir, sim. Mas o produto final não deixou mossa em ninguém. Esquecível e aborrecida ao extremo, ficou a um ponto da final.


      Façamos uma referência a 2013. “Kedvesem” foi o tema escolhido pela Hungria, interpretado pelo ByeAlex. A música escolhida para a Eurovisão é um remix. Sem ele, é um sofrimento. Três minutos parecem 10. A mesma coisa, repetidamente até à exaustão. Continuamos sem saber o que viram nesta música para ter ido à final.
       Uma música marcante não tem de ser um pop digno de melodia de carrinhos de choque, até porque muitas dessas também ficam esquecidas nas semifinais. Uma música lenta pode, sim, alcançar sucesso na Eurovisão – sendo que é crucial fazer entender que a Eurovisão não é apenas o desfile da música pimba de cada país. A construção de baladas eurovisivas precisa de ter em atenção neste aspecto. Uma balada no festival precisa de ser marcante, de uma atuação elaborada ou de um keychange meticuloso. E é isso que os eurofãs procuram, não por temas que incentivem o suicídio em massa. 

Imagens: Google
30/08/2013
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  1. Tudo o que aqui diz é relativo e não devia estar presente numa rubrica que se diz como um "abecedário", ou seja, algo universal. Nem todos pensam o mesmo :)

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    1. Caro Anónimo,

      Esta é uma rubrica onde os autores são livres para exprimir o seu pensamento como entenderem, usando os exemplos que lhes parecerem mais adequados. Temos, no entanto, a noção de que outros pensarão de outra forma.

      Obrigado pela preferência.
      Cumprimentos eurovisivos!

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