
É típico de um amante do festival, ainda que de uma geração mais jovem, conhecer, pelo menos, os vencedores do festival. Não basta uma boa música para vencer a Eurovisão. A atuação, o país que é, o quão marcante e diferente é a performance, são características essenciais. São, à partida, as músicas que mais guardamos na memória todos os anos, como é óbvio. Não pelas melhores razões, sendo que todos conhecemos aquele vencedor que guardamos no coração e aquele pelo qual ainda temos uma certa revolta.
Todos sabemos que a Rússia não precisa de fazer grande coisa para receber centenas de votos e ficar posicionada nos lugares cimeiros do concurso. Ou até mesmo ganhar. Mas por que razão é que isso aconteceu em 2008? A Rússia investiu "forte e feio" na sua ida a Belgrado. O resultado final não foi grande coisa, é verdade. Tudo muito sistematizado, aborrecido. Uma música enfadonha, uma má pronuncia do inglês e uma letra fatela, de bradar aos céus. Se preferimos as avózinhas de Buranovo? Sem qualquer dúvida de que sim.
Para surpresa de muitos, visto que nem se encontrava nas favoritas, a Estónia venceu a Eurovisão em 2001. O duo Tanel Padar e Dave Benton, com o auxílio dos 2XL, apresentou uma música divertida, sem alguma qualidade lírica e musical que, aparentemente, encantou o espectadores. Lê-se por diversos sítios que esta vitória foi o despoletar de uma onda de músicas de fraca qualidade que invadiu a Eurovisão – como se, até 2001, tudo tivesse sido indubitavelmente repleto de boa música. É certo que, na altura, não ligávamos muito ao concurso. Hoje, só nos ocorre um “como é que é possível?!” Die For You, dos Antique, música levada pela Grécia a concurso esse mesmo ano, é uma das melhores músicas de sempre do festival, a nosso ver, e terminou num revoltante terceiro lugar.
Aproveitamos a deixa para fazer um apontamento a Helena Paparizou. 2005 foi um excelente ano de festival, inegavelmente. Se “My Number One” era a melhor música, isso é discutível, sendo que o desenrolar de canções teve em si muitos potenciais vencedores. Roménia, Israel, Hungria... enfim, a lista é longa. A verdade é que “My Number One” teve tudo para vencer. Uma boa voz, nada de extraordinária. Uma melodia marcante, festivaleira, viva. Uma coreografia igualmente memorável. Conquistou-nos a todos e abriu as portas do mundo eurovisivo a muitos dos que são fãs nos dias que correm.
É certo que já referimos Loreen em tudo o que é iniciativa do CE, mas há aspectos que não podem ficar por dizer. Não propriamente tendo em conta uma adoração pela cantora da nossa parte - que não temos - mas sim factos que não são questionáveis. Consideramos "Euphoria" uma das melhores vencedoras de sempre, sim, por ter reacendido a chama da Eurovisão em milhares de pessoas. Ouve-se Loreen nas lojas de roupa, na rádio, nas discotecas. Qual foi o último vencedor a conseguir fazê-lo? Uma grande música, uma grande artista, que se tornou num símbolo impossível de esquecer por parte de todos os espectadores assíduos da Eurovisão.
Imagens: Google
16/08/2013
16/08/2013
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