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Abecedário Eurovisivo - K... de Keychange





        Muitos de vocês podem não saber o significado desta palavra, mas ela é tão importante para a Eurovisão como toda a atuação. Keychange é quando uma música, que até um dado momento seguia num determinado ritmo ou melodia, sofre uma mudança notória, e muitas vezes isso acontece quer no instrumental quer na voz, ou mesmo em ambos. Os artistas podem elevar mais a voz ou diminuir de tom para marcar a diferença.


      Depois de percebermos aquilo que esta palavra significa, percebemos que a Eurovisão não era a mesma sem o seu keychange, que já é utilizado desde as suas edições mais antigas. O mais curioso, contudo, é que das dez últimas vencedoras do festival, apenas três músicas têm keychange. São elas “Molitva”, vencedora do ano de 2007; “Euphoria”, vencedora do ano passado; e “Only Teardrops”, vencedora deste ano. Pode-se concluir que as músicas para vencer parecem não precisar desta ferramenta.


       Há muitos exemplos de keychange, mas temos de enumerar alguns que nos vêm logo à cabeça. Começamos por “Hero”, de Charlotte Perreli, canção que era das favoritas à vitória no ano em que participou, mas que não foi além de um injustíssimo 18º lugar. A música tem um instrumental bem sueco, do início ao fim. Começa muito moderado, mas chegado o refrão ele acelera sempre um pouco. Na altura do keychange, a música pára durante meros segundos e logo a seguir o tom da melodia da música eleva-se bastante. Quando pensamos nesta música recordamo-nos logo dessa parte da canção, na qual os coristas fazem aqueles movimentos com a cabeça e com os braços, consoante o ritmo do instrumental. Se nesta música o keychange fica bem? Sim. Acho que dá uma maior harmonia à música e faz com que se torne totalmente marcante. Pelo menos na hora da votação é esta parte que se escolhe para o resumo.


  Outro dos exemplos é a grande música “Euphoria”, de Loreen, que arrebata com todas as outras músicas que possam ter esta mudança de tom. Não por ser um keychange muito marcante, mas sim por ser uma música simples e pouco complexa, sem precisar de uma atuação memorável. Sendo uma música dance muito ao estilo europeu, não precisou de um keychange que mudasse por completo a música; apenas precisou de baixar o tom, e depois voltar um pouco mais acima do mesmo.


  Ao contrário da música anterior, a “Crisalide (Vola)”, interpretada por Valentina Monetta, tem um dos maiores keychange que nós ja ouvimos na Eurovisão. A música começa num tom muito baixo e de uma maneira muito calma; até se pode dizer que começa como uma balada com força. Mas depois de chegar ao segundo refrão a música cresce, aumenta de tom, e o próprio estilo muda. O instrumental faz com que a canção passe de uma balada suave para uma música de estilo pop, quase um Schlager. Assim, o tema ganha força e euforia. Esta é das músicas que melhor exemplificam esta palavra.
  Para ajudar a marcar o keychange, as atuações nessa altura ganham alguns elementos especiais a acompanhar a canção, como pirotecnia, aqueles jogos de luz intensos que saltam aos olhos de qualquer pessoa, e os efeitos projectados nos LED’s.
  Parece que as músicas que contêm estas mudanças não são as favoritas da Europa. Por essa razão, se calhar é melhor começarem a pensar em não fazerem muitos keychanges, pois está visto que os europeus preferem uma música mais linear.


Imagens: Google
08/07/2013
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  1. Boa tarde, este texto, ao contrário dos anteriores, não é um texto de opinião, por isso aqui vai a minha crítica, ou dúvida.

    Vocês escreveram "Keychange é quando uma música, que até um dado momento seguia num determinado ritmo ou melodia, sofre uma mudança notória, e muitas vezes isso acontece quer no instrumental quer na voz, ou mesmo em ambos".
    Keychange é uma mudança de tom, não de ritmo. (Sinceramente, não percebo o que se entende por mudança de melodia, por isso nem comento).
    E depois escrevem " muitas vezes isso acontece quer no instrumental quer na voz, ou mesmo em ambos." Para já, a ideia está mal expressa. O que eu acho que queriam dizer era, muitas vezes isto acontece no instrumental, outras na voz ou mesmo em ambos.
    Esta ideia sim, está tecnicamente errada. A acontecer um um Keychange, este terá que acontecer SEMPRE na voz e na parte instrumental, caso contrário, o cantor ficaria fora de tom (o que muitas acontece, mas isto é outra história).
    Mais, não tenho a certeza se "Teardrops" muda de tom. Há uma nota longa e mais alta que faz a ponte para o último refrão, mas neste caso específico não há keychange. O último refrão permanece no mesmo tom dos primeiros. Oiçam o primeiro refrão e o último, o tom é o mesmo.

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    1. Caro Anónimo,

      Como está escrito no texto, a mudança pode ocorrer no instrumental e na voz.
      Em relação à canção referida, os autores consideraram que havia uma mudança no tom da música, mas entendo que isso possa ser discutível.

      Cumprimentos Eurovisivos!

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  2. A nível da Keychange acho que duas músicas que presenciam isso são: a Love Is Blind do Donny, pela Lituânia, o ano passado.
    Ou então, a Rona, onde começa acompanhada com um piano, e depois sobe de tom, principalmente na parte, onde ela grita e atinge aquelas notas super agudas.

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  3. Comentários nº2 e 3º, uma canção pode ter notas super baixas e depois notas super altas e permanecer sempre no mesmo tom, ou seja, não haver o tal keychange.
    Assim, de repente, músicas com o tal famoso keychange são, sem dúvida, a representação dinamarquesa 2010; Suécia 1999, 2002, 2003 e 2004; Grécia 2001.... e de facto muitas muitas outras. A nível de Portugal, por exemplo 1992, mas também há mais. Mas entenda-se por key change mudança de tom (e não o nível grave ou agudo das notas e nem sequer a mudança de ritmo).

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