Novidades

latest

Abecedário Eurovisivo - J... de Júris



       A relação dos fãs da Eurovisão com os júris do concurso é, sem dúvida, de amor-ódio. O júri internacional sempre esteve presente no concurso – sendo que o televoto só se instalou em 1997. Desde 2009 que o sistema de voto consiste em 50/50, onde o painel de jurados significa metade nas votações finais. 


       Qual é a importância do júri afinal? Com o crescimento da Eurovisão a um vasto número de países, as votações tornam-se inegavelmente duvidosas devido ao cariz geopolítico desses mesmos votos. O voto no vizinho é uma constante no festival. O objetivo do júri é, de certa forma, dotar os resultados finais de justiça, para que os bons resultados não se restrinjam àquele que é o país com mais “amigos”. O júri serve então para impedir que países como a Rússia, Ucrânia ou Azerbaijão se classifiquem permanentemente nos lugares cimeiros quando a qualidade da atuação não o merece – apesar de, muitas vezes, isto ser inevitável. Presenciámos, nos últimos anos, algumas surpresas: a não qualificação para a final da Turquia e da Arménia em 2011, o arraso dos países balcânicos em 2013…

     
      À partida, apenas personalidades relacionadas com o mundo da música podem fazer parte deste painel. É pena que nem sempre isso se concretize. Não precisamos de ir muito longe para exemplificar este facto: basta olharmos para o nosso Festival da Canção. Mediadores de seguros, professores de história, e a lista é ainda muito longa. Pessoas que, efetivamente, nada percebem de qualidade musical nem tão pouco do que é realmente a Eurovisão. É óbvia a probabilidade de pessoas pouco dotadas se espalharem ao comprido na escolha dos representantes portugueses. É inevitável falar aqui de Catarina Pereira, a participante no Festival da Canção em 2010 que, segundo a maioria dos verdadeiros fãs da Eurovisão, tinha tudo para brilhar em Oslo. O mesmo se pode dizer para a polémica vitória do Azerbaijão e o resultado da música medíocre da Itália, no ano seguinte.


       É certo que também há casos onde o júri trabalha bem; contudo, não consegue combater o televoto. Foi o caso do Festival da Canção em 2011: nem sequer o terem atribuído apenas seis pontos aos Homens da Luta os privaram de ir a Düsseldorf.


      O júri muitas vezes pode parecer um entrave para as músicas que se dizem “mais festivaleiras”. Contudo, de um modo geral, contribuem para uma classificação global razoavelmente justa, como foi o caso da última edição do festival, salvo uma ou outra exceção. A votação do júri já fez jus a muito boas músicas que nunca alcançariam o sucesso que alcançaram só pelo televoto. É o caso da Roménia em 2010, a Estónia em 2011, a Espanha em 2012 e a Suécia em 2013.

Imagens: Google
05/07/2013
( Hide )
  1. Atenção! Eu sei que isto é um texto de opinião e, mais uma vez, estão de parabéns pela rubrica mas refir-se à Itália 2011 como " música medíocre da Itália" é uma total falta de noção do que é música. Podem não gostar (vamos partir do princípio que gostos não se discutem) mas daí a classifá-la de medíocre, tal como disse,é não ter noção alguma do que é qualidade musical (é a minha opinião).

    ResponderEliminar


Não é permitido:

. Publicar comentários de teor comercial ou enviar spam;

. Publicar ou divulgar conteúdo pornográfico;

. O uso de linguagem ofensiva ou racista, ou a publicação de conteúdo calunioso, abusivo, fraudulento ou que invada a privacidade de outrem;

. Desrespeitar o trabalho realizado pelos colaboradores do presente blogue ou os comentários de outros utilizadores do mesmo - por tal subentende-se, criticar destrutivamente ou satirizar as publicações;

. Divulgar informações sobre atividades ilegais ou que incitem o crime.

Reserva-se o direito de não serem publicados comentários que desrespeitem estas regras.

A não perder
© all rights reserved