
A Eurovisão dos últimos anos conta com vencedores mais do que previsíveis, o que faz, a muitos de nós, suspirar de aborrecimento quando nos deparamos com os resultados finais. Ainda que sejam as nossas favoritas, procuramos sempre alguma surpresa – a votação da Eurovisão 2012, por exemplo, aborreceu-nos.
Por outro lado, há aqueles favoritos desde o início e que, na Eurovisão, são um autêntico flop inesperado. Ora porque o género não é adequado ao festival, ora porque a atuação é uma desgraça, ora porque o cantor afinal canta mal, ora por causa deste e ora por causa daquele.
São muitos os casos de grandes nomes do panorama musical europeu que concorrem à Eurovisão, deixando as expectativas de todos em alta. Artistas como os Blue, Bonnie Tyler, Cascada e Kate Ryan, já tentaram a sua sorte no certame. O que acontece é que na Eurovisão não é suficiente ser um artista de renome para ganhar ou chegar lá perto. Kate Ryan foi à Eurovisão para ganhar. Uma música mediana com uma atuação, para muitos, digna de levar o troféu para casa. O que aconteceu foi que “Je T’Adore” nem à final chegou, ofertando à Bélgica e à própria Kate Ryan – que possui êxitos claramente superiores àquilo – uma autêntica humilhação.
Em 2007, as expectativas quanto ao vencedor do evento recaíam sobre a Sérvia e sobre a Suíça. A primeira, realmente, ganhou, e a segunda foi um fracasso. A música “Vampires Are Alive”, mal foi divulgada, galopou para o topo das polls entre os sites eurovisivos. Acontece que, mal começaram os ensaios, todos começaram a torcer o nariz. Havia muita coisa a acontecer em cima do palco. A coreografia era uma miséria, os figurinos eram maus (a imagem de vampiros nem chega perto ao que se viu na atuação de Dj BoBo e os seus vampirinhos), e as vozes não eram grande coisa. O 20º lugar na semifinal declarou a Suíça como o flop do ano.
2008 foi marcado pelo regresso da vencedora de 1999, Charlotte Perrelli. “Hero” prontamente entusiasmou todos os fãs da Eurovisão, sendo provável que Charlotte vencesse o festival pela segunda vez! Previa-se uma atuação memorável, típica das participações suecas, o que não aconteceu. Faltou brilho e empenho em criar uma atuação com impacto, o que fez com que “Hero” tivesse ficado em 18º lugar com apenas 47 pontos. Como se não bastasse, em 2012, Charlotte resolveu tentar a sua sorte de novo, com “The Girl”, que, surpreendentemente, nem à final do Melodifestivalen passou!
Soraya Arnelas, participante da Espanha em 2009, com o potente tema “La Noche Es Para Mi”, tinha tudo para tirar o país do fundo da tabela. Uma boa intérprete e uma excelente canção, que acabou posicionada em 24º lugar. É verdade que houve toda aquela questão de a TVE não ter transmitido a semifinal onde Espanha deveria votar, o que gerou o descontentamento por parte de Andorra e Portugal, mas a atuação ficou muito aquém das expetativas. Vocalmente podia ter sido muito melhor; a coreografia, apesar de original, com aquele momento “mágico” de desaparecer e aparecer, podia ter sido mais elaborada, tal como a indumentária. Ainda assim, isto não era atuação para o penúltimo lugar, e não temos dúvidas de que este resultado foi influenciado pela questão burocrática que acompanhou a Espanha durante este ano.
Por último, a minha maior desilusão dos últimos anos. É inegável a qualidade (em todos os aspectos) de "Sognu", interpretada por Amaury Vassili, representante da França em 2011. "Sognu" esteve no topo das apostas durante imenso tempo e era uma das favoritas à vitória pelos variados sítios eurovisivos na internet. Uma voz maravilhosa, um instrumental soberbo e um cenário deslumbrante. O que falhou? Para além de que, vocalmente, Amaury é bem melhor do que aquilo que vimos em Düsseldorf, isto não era uma música para a Eurovisão. Podia resultar por se destacar de todas as outras mas isso não aconteceu, o que faz com que os países participem neste evento “a jogar pelo seguro”, onde ninguém se atreve a arriscar em algo pouco usual.
A Eurovisão nunca foi nem nunca será justa no seu todo. Por mais que fiquemos desapontados, a Eurovisão precisa deste tipo de flops e de outras reviravoltas inesperadas para que continuemos a sentir aquele nervoso miudinho na divulgação de resultados.
São muitos os casos de grandes nomes do panorama musical europeu que concorrem à Eurovisão, deixando as expectativas de todos em alta. Artistas como os Blue, Bonnie Tyler, Cascada e Kate Ryan, já tentaram a sua sorte no certame. O que acontece é que na Eurovisão não é suficiente ser um artista de renome para ganhar ou chegar lá perto. Kate Ryan foi à Eurovisão para ganhar. Uma música mediana com uma atuação, para muitos, digna de levar o troféu para casa. O que aconteceu foi que “Je T’Adore” nem à final chegou, ofertando à Bélgica e à própria Kate Ryan – que possui êxitos claramente superiores àquilo – uma autêntica humilhação.
A Eurovisão nunca foi nem nunca será justa no seu todo. Por mais que fiquemos desapontados, a Eurovisão precisa deste tipo de flops e de outras reviravoltas inesperadas para que continuemos a sentir aquele nervoso miudinho na divulgação de resultados.
Imagens: Google
21/06/2013
21/06/2013
Eu nunca, mas NUNCA, engoli essa história de há "canções que não são para a Eurovisão". Isso é conversa fiada de gente que não gosta de inovações. Bélgica de 2010 e Albânia de 2012 também eram dessas ditas e vejam em que posições ficaram. Com o cantor de França, deve ter falhado a voz mas também outras coisas.
ResponderEliminarAlbânia 2012 até posso concordar, mas Bélgica 2010? Onde está a inovação?
EliminarContinuo com a minha posição, não quer dizer que não goste de inovações. Como disse, a França era a minha favorita em 2011. Foi uma inovação que não resultou bem, pronto.
Foi inovação, sim cara Catarina porque, por norma, poucos se atrevem a levar musicas daquele género à Eurovisão.
EliminarConcordo perfeitamente com o comentário de cima...
ResponderEliminarTenho que dar os parabens por este texto têm a informação toda e correta.
Como alguem(portugues que não me está a ocorrer) disse que ''a Eurovisão atual não tem um estilo Pop têm muitos estilos''. O que já foi apropriado já morreu mas mesmo assim um Pop bem construido ou mesmo uma balada conseguem bons resultados ou pelo menos jogam pelo o seguro, Em algo inovador depende do país que nos referimos.
Temos uma Filandia que ganhou derivado a um Idunmentária fora normal. Acho que até hoje foi a unica que ganhou por esse facto e a atuação estava surbeba.
Ass: ''Aspas'' ''Aspas''
A França 2011 falhou porque ao vivo foi um desastre! Não criou impacto, não criou emoção.... nada tem a ver com a versão de estúdio. Só o facto de terem mudado o tom da canção faz-me duvidar das reais capacidades técnicas de Amaury..... ACho que o flop da França 2011 explica-se por isto.
ResponderEliminarO flop da Suécia 2008 também parece-me fácil de explicar. AO contrário da França 2011, Charlotte esteve impecável, mas havia outras canções do género muito mais fortes, Ucrânica por exemplo. Até a indumentária não era muito diferente :) e, claro, a Ucrânia foi muito mais impactante.
Quanto aos restantes flops mencionados ou fotografados, penso que Bonnie Tyler e Cascada não mereciam os lugares que obtiveram. Mas lá está, isto é um concuro e nem todos podem ficar nos 10 primeiros.
Ps: também detesto a expressão "isto não é canção para a Eurovisão".... normalmente quem usa este tipo de expressão são os amantes do pop lixo, e fãs da Eurovisão a partir de Helena Paparizou ou depois.