QUARTO FRACASSO:
CHARLOTTE PERRELLI
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No último texto acabei com uma
afirmação que acaba por se aplicar também a este texto: “Ainda está para chegar
o dia em que a justiça reine na Eurovisão!”. Pois é, a Suécia é um país do qual
já esperamos grandes atuações e grandes músicas. Os lugares é que nem sempre
são os expectáveis.
Em 2008 a Suécia apostou em grande e
voltou a enviar uma cantora que já havia vencido a Eurovisão em 1999 com “Take Me To Your Heaven”. Charlotte Perrelli fez correr rios de tinta a seu respeito
quando foi escolhida novamente para representar o seu país com o tema “Hero”. A
cantora sueca parecia ser das poucas capazes a fazer frente à nossa Vânia (se
duvida, uma das grandes favoritas à vitória final). Tudo parecia perfeito: a
voz, a qualidade musical, a performance.
Ao que tudo indicava, Charlotte podia fazer história no mundo eurovisivo
vencendo duas vezes o festival com quase 10 anos de intervalo. Mas, por vezes, a Eurovisão surpreende-nos e prova-nos que o “nome” e a fama não importam!
Chegada a semi-final e a hora de
anunciar os países que passaram, cedo se percebeu que a Suécia era um dos
finalistas (já nós tivemos de sofrer); mas depois de serem reveladas as
posições das semi-finais, vimos que a Suécia se ficou por um mísero décimo segundo lugar que não
daria acesso à final caso os júris não interviessem. Sendo assim, enquanto nós,
um país sem qualquer importância no mundo eurovisivo passámos com um honroso
segundo lugar, a vencedora de 1999 acabou por nem fazer parte das escolhas do
público; não querendo ofender ninguém, eu diria que foi humilhante!
O resultado final foi o que se viu:
um décimo oitavo lugar com 47 pontos, sendo que metade deles (23) vieram dos
seus vizinhos nórdicos! Mas então o que é que correu mal? O que correu mal foi
simplesmente o facto das pessoas criarem grandes expetativas à volta da
intérprete e depois ficarem desiludidas com a simplicidade da atuação. A voz
esteve “no ponto” mas não se investiu na atuação. Afinal é da Suécia que
estamos a falar, um país que muitas das vezes põe a performance à frente da
voz/música, mas neste caso o que se viu foi muito pobre. Charlotte no palco, primeiro, sozinha e a partir da segunda parte acompanhada por duas mulheres e
dois homens que fazem os coros e dão, juntamente com a cantora, uns passos para
um lado e para o outro e mexem os braços coordenadamente. Notou-se claramente
uma maior preocupação com o vestido da cantora do que com a performance em si. Mas se a preocupação
com a roupa foi notória, os maquilhadores deviam estar bêbados porque, afinal, puseram mais maquilhagem à volta dos olhos da mulher do que no resto da cara
toda. Ainda hoje, a primeira memória que tenho desta música são os olhos dela!
São, naturalmente, inevitáveis as
comparações com a sua primeira música eurovisiva: “Take me to your heaven”, que
acabou no primeiro lugar. Ora, na minha humilde opinião, Charlotte devia ter-se
contentado com uma vitória que é coisa que muitos merecem e não têm. “Take
me to your heaven” é muito
superior a “Hero”, a nível
melódico. Além disso foi uma performance
simples mas eficaz, um refrão que fica na memória e a voz de Charlotte estava
bem mais bonita na altura. Uma música vencedora precisa de ter algo que nos
lembre dela passados 10 ou 20 anos. Daqui a uns anos quem não se vai lembrar da
mágica “Fly on the wings of love”, de “My number one”, de “Hard Rock
Hallelluijah”, de “Molitva” ou de “Euphoria”? Mas quantos é que se vão lembrar
de uma tentativa heroica falhada?
Todo o material, desde do texto às imagens e às suas aplicações, foi feito pelo autor.
Vídeos: Youtube/Imagem: Google
26/07/2012
26/07/2012
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