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ESPAÇO FÃ - ENTREVISTA A NUNO CARRILHO!


  

        O "Espaço Fã" continua e já com a quinta publicação! A moda das entrevistas prossegue e, desta vez, a ESCPortugal quis participar nesta iniciativa! É verdade, Nuno Carrilho, um dos grandes nomes da difusão da Eurovisão em Portugal e administrador da ESCPortugal, propôs-se a participar às entrevistas do "Espaço Fã"!


·          Crónicas de Eurofestivais: Qual a tua primeira recordação da Eurovisão?
       Nuno Carrilho: A primeira recordação que tenho da Eurovisão é de 2006. Lembro-me de, no meio de um zapping, ter parado acidentalmente na RTP, enquanto dava a atuação finlandesa. Chamou-me à atenção e, devido a uma aposta que surgiu nesse momento, acabei por ver o evento até ao fim e felizmente, ou infelizmente, ganhei porque adivinhei quem ganharia o certame.


·         CE: Qual é, para ti, a atuação mais explosiva de sempre da Eurovisão?


      NC: A atuação mais explosiva de sempre no palco eurovisivo, é complicado de definir, mas talvez a da música ucraniana de 2009 – “Be My Valentine” – da irreverente Svetlana Loboda!

·         CE: Se te fosse possível, o que mudarias no mundo eurovisivo?

      NC: Mudaria o voto político! Começa a irritar ver todos os anos a Turquia a dar os 12 ao Azerbaijão, o Chipre a dar os 12 aos gregos, os Balcãs a partilharem os votos entre si… Tudo o que é em demasia, enjoa!
 
·         CE: Que cantor, nacional ou internacional, gostarias de ver nos palcos eurovisivos?

      NC: Gostava de ver a Mariza no palco eurovisivo! Com a fama que ela ganhou na Europa ecomo se fala tanto no fado actualmente, porque não levar um fado para a Eurovisão? E verdade seja dita, que um dia ainda apanhamos um desgosto, quando um país (como a Bulgária, que tanto gosta de fado) levar o nosso tipo de canção para a Eurovisão!

·         CE: Qual a música eurovisiva que levas sempre contigo no teu leitor de mp4?

  NC: Uma música eurovisiva é difícil de dizer! Mas o “Moving On” do Melodifestivalen 2009, “En Una Vida” da Final Nacional Espanhola de 2010, “Invincible” e o “Everything” da Eurovisão 2006 são temas que andam sempre comigo no dia-a-dia e que, de certo modo, marcaram a minha vida!

·         CE: Se tivesses de escolher o pior momento da Eurovisão, qual seria e porquê?

   NC: O pior momento da Eurovisão é complicado de dizer! Mas vou abordar a “abolição” do júri em 2004! Sendo que a votação dos jurados em muitos países começou a desaparecer no final da década de 90, até 2003 alguns países votaram exclusivamente com júri, o que realmente era vantajoso para os temas com verdadeira qualidade! Felizmente, os dirigentes do certame em 2009 voltaram a inserir o júri e actualmente já o temos na final a valer 50%, apesar de ser muito influenciável pela política e geografia dos países.

·         CE: Acreditas numa futura vitória portuguesa?

   NC: Enquanto a RTP não quiser ganhar e não tomar medidas para vencermos a Eurovisão, e depois do que vi em 2008, quando tínhamos verdadeiramente um tema para vencer, não acredito numa futura vitória lusa.

·         CE: Qual para ti o melhor momento da Eurovisão?

   NC: O melhor momento da Eurovisão também é difícil de definir! Mas para mim o melhor momento foi mesmo a entrada de Portugal ahah! Mas fora de brincadeiras, é mesmo complicado de escolher um entre tantos: a vitória dos ABBA e da Céline Dion, o retorno do júri, as grandes prestações, os temas que fazem furor…

·         CE: Para ti qual foi a melhor atuação portuguesa, até ao momento?

   NC: A melhor atuação lusa no palco eurovisivo foi, sem margem para dúvidas, em Belgrado! A Vânia Fernandes deu tudo por tudo e conseguiu ressurgir o espírito eurovisivo em Portugal! A nossa canção tinha tudo para vencer, se não fossem as politiquices e o sistema de votação da época! Ainda me lembro de como fiquei estático a ver aquela interpretação! Sem dúvidas algumas, que foi das melhores actuações de sempre no Eurofestival!

·         CE: Apesar da Eurovisão nos dar desilusões a nível de resultados e de organização, o que te faz continuar a gostar da mesma?

   NC: «Quem corre por gosto não cansa». É o que acontece com todos os fãs, pois não ligamos tanto a resultados mas sim ao espírito que se começa a viver em pleno Verão com as primeiras notícias e fofocas referentes à próxima edição, que em Dezembro começa a aumentar com as escolhas e que tem o culminar no mês de Maio.

·         CE: Acreditas que o modelo de seleção nacional português deverá continuar como Festival da Canção ou selecção interna da RTP?

  NC: Nisto sou muito directo! Não me venham com histórias que o Festival da Canção está fora de moda e que quem escolhe por selecções internas tem maiores chances de ganhar no ESC! Olhem o exemplo da Suécia, sempre escolheu por selecção aberta e tem uma série de top’s 5! A diferença é apenas a vontade (ou falta dela) de ter bons resultados.

·         CE: Para ti qual o melhor ano eurovisivo de sempre? Explica o porquê.

   NC:  Para mim o melhor ano eurovisivo de sempre foi o ano de 2008. Sem ter em conta que foi a primeira Eurovisão que acompanhei à séria, foi um dos anos em que a qualidade dos temas foi muito elevada. Apesar de ter ganho uma com menos qualidade, foi sem dúvida um dos melhores anos de sempre.

·         CE: Para ti, qual foi o momento mais exagerado de toda a história do Festival da Eurovisão da Canção?

   NC: Todo o sucesso vem aliado à polémica e a Eurovisão não é excepção. Dos momentos mais exagerados da história do certame, é sem dúvida a «peixeirada» que a cantora Silvia Night armou quando ficou fora da final do ESC2006. Além das birras, insultou outros concorrentes, como a cantora sueca Carola, e ainda gritou e ofendeu os jornalistas, quando ela própria devia primeiro olhar para a figura que fez em palco.

·         CE: Em todas as canções e letras apresentadas nos festivais da Eurovisão, qual foi a que te tocou mais no coração e te emocionou?

    NC: De todas as canções e letras que já participaram nos festivais da Eurovisão, sem dúvida, que foram dois temas espanhóis aqueles que mais me tocaram e me emocionaram: “Nacida para Amar” na voz da Nina no ano de 1989 e “Bailar Pegados” na voz de Sergio Dalma no ano de 1991.

·         CE: Que género musical deveria ser escolhido para representar as cores portuguesas no Festival da Eurovisão da Canção? Explica o porquê.

  NC: Na minha opinião, deveria ser escolhido (finalmente) um fado para nos representar no palco eurovisivo. Além de demonstrar a nossa cultura e ser um símbolo nacional, actualmente com o reconhecimento da UNESCO, o fado derrubou ainda mais barreiras e tornou-se mais internacional do que já era. Por mim, apostava-se em levar um fado a Baku, até porque não me admiro nada de um dia ver a Bulgária ou a Espanha, como já disse anteriormente, serem representados pela “nossa canção”, o que seria (e talvez será) um enorme «balde de água fria» para todos os portugueses.

 ·         CE: Qual o melhor vencedor de sempre da Eurovisão?

  NC: Sem margem para dúvidas, que o maior vencedor da Eurovisão foram os ABBA. Porém, acerca do melhor vencedor do certame não me consigo decidir, entre os ABBA, a Céline Dion e a Dana International. Ambos marcaram o certame de uma forma incontornável e, sem essas vitórias, hoje talvez já nem existisse o concurso
 
·         CE: Serias a favor do regresso da orquestra aos eventos eurovisivos?

  NC: Sou a favor em certo ponto... Por um lado, sendo a Eurovisão um concurso musical deveria de existir música ao vivo e não instrumentais gravados e super «plastificados». Ou até bastava autorizarem que se possa tocar instrumentos ao vivo durante uma prestação. Por outro lado, o retorno da orquestra poderá marcar um recuo na tentativa que o ESC tem vindo a trabalhar, que é puxar as atenções do público mais jovem.
 
·         NE: Na Eurovisão 2011, a quem atribuirias 12 pontos e 0 pontos? Explica o porquê.

  NC: Outra daquelas perguntas complicadas de responder! Os meus 12 pontos iriam, sem dúvida, para a representação eslovena. Além de uma grande voz e de um fabuloso tema, teve uma prestação memorável e cheia de garra, o que fez com que lhe atribuísse os meus ditos “12 pontos” em detrimento das outras minhas escolhas, Ucrânia, França, Israel e Alemanha. Os 0 pontos são ainda mais complicados de atribuir… As quatro prestações que menos gostei nesta edição foi a holandesa, a macedónia, a portuguesa e a turca, mas os meus 0 pontos iriam mesmo para a holandesa. Apesar de gostar do tema, achei a prestação muito apagada, o que resultou na medíocre posição que obteve.

·         CE: Concordarias com a expansão deste evento para um nível mundial, com a inclusão de países como Estados Unidos da América?

   NC: Não! E acho um absurdo pensar-se nisso! A Eurovisão deve manter-se como um concurso dito europeu e não dar origem a um evento a nível global. E, além disso, se a nível europeu o nosso melhor resultado é um 6º, nem quero pensar a nível mundial…

·         CE: Se pudesses “apagar" uma participação portuguesa, qual seria?

      NC: Infelizmente, seria mesmo a participação de 2011!


Entrevista feita a Nuno Carrilho e realizada por Crónicas de Eurofestivais

Fonte: Crónicas de Eurofestivais, Nuno Carrilho/ Imagens: Crónicas de Eurofestivais


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