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ESPAÇO FÃ - ENTREVISTA A DINIS LOPES!

 

        O "Espaço Fã" continua e já com a quarta publicação! Será lançada, novamente, outra entrevista, mas a outra pessoa: Dinis Lopes! Com um discurso totalmente diferente das outras entrevistas lançadas, Dinis Lopes é uma pessoa que dá muita importância a pormenores.


Crónicas de Eurofestivais: Qual a tua primeira recordação da Eurovisão? 
Dinis Lopes: "A primeira vez que me lembro vividamente foi em 2005, quando tinha 12 anos e estava a ouvir a “Amar”, outra das senhoras velhotas no palco e depois a dança muito gira da Polónia. Lembro-me que, no dia a seguir, comentei na escola com os meus amigos e ninguém sabia o que era a Eurovisão. Foi muito giro e ainda hoje me lembro como se fosse ontem."
 CE: Qual é, para ti, a actuação mais explosiva de sempre da Eurovisão?
DL: "Sem dúvida alguma, “Rändajad” da Estónia em 2009. Acho que tudo nessa atuação é uma delícia, o ambiente criado na arena, as cores, a postura da vocalista e das músicas, a língua, o ritmo misterioso, as cores a simular o universo… tudo! De longe das melhores canções de sempre."
 CE: Se te fosse possível, que mudarias no mundo eurovisivo?
DL: "Não sei bem, talvez obrigasse todos os países a votar em todas as Semifinais e Final, para tornar tudo mais justo. Muitos países acabam por ficar “esquecidos” por terem ficado na Semifinal x ou y. Claro que, possivelmente, viria a gerar mais diáspora, mas era mais interessante. Além disso, também aperfeiçoava os critérios de seleção do jurado de cada país, sem dúvida."
 CE: Que cantor, nacional ou internacional, gostarias de ver nos palcos eurovisivos?

DL: "Bem… há tantos! Amor Electro, Antti Tuisku, Chisu, Ellie Goulding, Jenni Vartiainen, Najoua Belyzel, Nolwenn Leroy, Olly Murs, Robyn, The Gift, entre tantos outros."
 CE: Qual a música eurovisiva que levas sempre contigo no teu leitor de mp4?
DL: "Tal como disse anteriormente, é a “Rändajad” das Urban Symphony. É simplesmente linda."
 CE: Se tivesses de escolher o pior momento da Eurovisão, qual seria e porquê?
DL: "Talvez em 2010, quando aquele homem entrou no palco durante a atuação do Daniel Diges, foi degradante para o país. Um homem que até era da mesma nacionalidade vem, de certo modo, “manchar” a atuação. O que valeu foi a EBU ter deixado o Daniel cantar de novo no fim. Foi um incidente foleiro e que realmente não teve interesse nenhum, se por acaso o tal homem tinha ideia de mostrar algo."
 
CE: Acreditas numa futura vitória portuguesa?
DL: "Por acaso acredito, basta-nos saber conjugar vários fatores e chegamos lá mais cedo do que muita gente possa crer. O problema principal é o facto da RTP ainda viver no passado e, consequentemente, não evoluir. Provámos forte e feio o que somos capazes com “Senhora do Mar” e podemos bem, decerto, fazê-lo de novo."
 CE: Qual para ti o melhor momento da Eurovisão?
DL: "Aquela longa e dolorosa espera em 2008, nas semifinais, até que Portugal foi anunciado como finalista, o último dos 20 finalistas. Confesso que estava em pulgas e depois eu e a minha família até demos pulos de alegria, porque nunca havia Portugal tido algo tão, mas tão bom. O facto de só se ouvir naquele momento “Portugaaaaaal, Portugaaaaaal” na arena em Belgrado foi tão acolhedor e tão bom, foi um dos momentos mais bonitos para Portugal em toda a Eurovisão."
CE: Para ti qual foi a melhor actuação portuguesa, até ao momento?
DL: "Por estranho que pareça, para mim apenas uma supera a Vânia Fernandes: “Silêncio e Tanta Gente” de Maria Guinot, em 1984, consegue ser algo de tão inocente, tão puro e tão … sublime que me deixa sem palavras sempre que ouço. A letra da canção é como que um espelho de e para mim próprio, coisa que eu adoro. Devia ser um hino em Portugal. “E troco a minha vida por um dia de ilusão…”
 CE: Apesar da Eurovisão nos dar desilusões a nível de resultados e de organização, o que te faz continuar a gostar da mesma?

DL: "Tudo, a partilha de bons momentos com toda a Europa, o intercâmbio cultural, a diversão, a boa música, o espírito patriótico (com limites!) de cada um… são todos excelentes ingredientes para o concurso mais divertido de toda a Europa."
 CE: Acreditas que o modelo de selecção nacional português deverá continuar como Festival da Canção ou selecção interna da RTP?
DL: "Acho que se deve manter como está atualmente, pois uma seleção interna seria ainda mais catastrófica. Apenas deviam rever a estrutura actual, principalmente o júri escolhido, que tem sido sempre muito fraco."
    CE: Para ti qual o melhor ano eurovisivo de sempre? Explica o porquê. 
DL: "Acho que foi o ano de 2011 em todos os termos possíveis: nível musical, organização, localização… tudo mesmo."
CE: Para ti, qual foi o momento mais exagerado de toda a história do Festival da Eurovisão da Canção? 
DL: "Não sei ao certo, não me vem assim nada de especial à cabeça… talvez o exagero mediático com o regresso de Dana International, que rapidamente se viu que foi um flop."
 CE: Das canções e letras apresentadas em todos os festivais da Eurovisão, qual foi a que te tocou mais no coração e te emocionou? 
DL: "Acho que a “Me And My Guitar” de Tom Dice tem das letras mais bonitas que já ouvi na Eurovisão: consegue ter, ao mesmo tempo, uma simplicidade adorável e uma doçura que é completamente calmante."
CE: Que género musical deveria ser escolhido para representar as cores portuguesas no Festival da Eurovisão da Canção? Explica o porquê. 
DL: "Creio que algo no registo dos Amor Electro e dos Hoje, uma canção atual mas com muita influência melancólica (e do Fado), criando uma espécie de bomba “actual-passada”, agradando assim a Gregos e Troianos por toda a Europa."
CE: Qual o melhor vencedor de sempre da Eurovisão?
DL: "De sempre, só mesmo “Nocturne” dos Secret Garden. Isso sim, é uma obra-prima Eurovisiva."
CE: Serias a favor do regresso da orquestra aos eventos eurovisivos? 
DL: "Não o considero como uma prioridade, mas sim seria uma coisa positiva, traria mais charme e mais personalidade às canções apresentadas, assim como maior espaço de manobra."
CE: Na Eurovisão 2011, a quem atribuirias 12 pontos e 0 pontos? Explica o porquê. 
DL: "Os meus 12 pontos iriam para a Grécia, por tudo o que representa. Inserida no contexto económico atual (tanto Grego como Português), trata-se de uma canção de protesto, de “ainda estamos aqui, estamos vivos e estamos prontos a lutar”, é muito bonito vindo do país que é; além disso, a canção é simplesmente fantástica e extremamente potente. Os meus 0 pontos recairiam na Arménia, a canção é simplesmente inútil e sem interesse algum."
CE: Concordarias com a expansão deste evento para um nível mundial, com a inclusão de países como Estados Unidos da América? 
DL: "Não, não concordaria com isso, trata-se da EUROvisão, da partilha das culturas individuais Europeias e da Eurásia. Trazendo, por exemplo, os Estados Unidos da América iria quebrar esse padrão e completamente destruir o conceito do concurso."
CE: Se pudesses “apagar" uma participação portuguesa, qual seria? 
DL: "Infelizmente, seria a de 2011. Simplesmente se trata do maior erro cometido (de tantos) pela RTP."

Entrevista feita a Paulo Azevedo e realizada por Crónicas de Eurofestivais

Fonte: Crónicas de Eurofestivais, Paulo Azevedo/ Imagens: Crónicas de Eurofestivais

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