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"TERTÚLIAS EUROVISIVAS" - sétima capa

Crónicas de Eurofestivais

Andreia Fonseca: Boa tarde caros leitores, estamos de volta! Eu sei, é uma grande emoção, mas teremos uma nova tertúlia… A comandar a conversa… Andreia Fonseca e Diogo Canudo, dois cronistas ao vosso dispor.
Diogo Canudo: Olha quem é ela… Vou ter de levar com ela mais uma semana! Boa tarde, meus caríssimos excelentíssimos leitores! Tiveram saudades nossas?
Andreia: “Tivemos imensas, Diogo”. Estas conversas de café são muito bonitas, mas os leitores querem escândalos e má-língua. De que vamos falar hoje? Ou será que não sabes, novamente, qual o tema da tertúlia.
Diogo: OS LEITORES QUEREM SANGUE! Ohhhhh desculpa, não sei, outra vez! Sabes é que tive já a reservar mesa para os restaurantes que vamos explorar quando tivermos no Azerbaijão!
Andreia: Então temos um problema, porque eu tive um imprevisto e não preparei a lição desta semana.
 Diogo: Não há problema! Divagamos! Escolhe um tema entre os três seguintes: Ambiente – Política – Futebol.
Andreia: Podemos falar sobre os processos de fotossíntese e a sua importância para a manutenção da vida na Terra.
Diogo: Bahhhh, que seca de tema! Não tens um gosto melhorzinho.
Andreia: Não. Sou monótona…

Diogo: Calma, já sei, e que tal falarmos sobre a Lúcia Moniz?
Andreia: Quanto à Lúcia Moniz, já me parece algo bem mais apelativo! A detentora da melhor classificação portuguesa de sempre! Um honroso, prazeroso e saboroso sexto lugar! Quando estou triste, e sem nada para fazer, coloco o DVD de 1996 e assisto a parte da votação desse Eurofestival. Ahhhh como sabe bem ouvir o nome do nosso país associado a grandes pontuações.
Diogo: É verdade. A capa desta semana tem como título “ Uma música para a Europa?”. É interessante esta interrogação, porque ainda me lembro que os portugueses não gostavam nada desta música. E o que é certo é que foi esta música, “O Meu Coração Não Tem Cor”, de Lúcia Moniz que trouxe a melhor classificação portuguesa. E agora penso: “Os portugueses têm os gostos estragados?”. Depois de tantas más classificações com músicas que os portugueses amavam, vai uma música que nada agradou e que trouxe a melhor classificação. É bizarro, mas divertido. Na minha sincera opinião, e não é por ter tido a melhor classificação de sempre, esta foi a melhor música que Portugal levou e também a mais original. Apesar de ter toques portugueses na melodia, “O Meu Coração Não Tem Cor” é a música mais comercial de Portugal na Eurovisão. E foi por isso que tivemos um honroso 6º lugar. Mas ainda me lembro que muitos nos davam a vitória, como foi com José Cid. Mas a RTP não aproveitou a oportunidade…
Andreia: Confesso que não é dos meus temas preferidos. Tem o seu valor e a intérprete é muito boa, mas não me soa a nada transcendente. É interessante que tenhamos duvidado do sucesso deste tema na Europa, só prova a falta de “faro” que os portugueses têm para estas lides. Mas confesso que não compreendo o porquê desta tão boa pontuação. Afirmas que o tema é comercial, mas encaro-o como um tema étnico que muito apela às nossas origens e tradições. A própria sonoridade dos bombos e cavaquinhos lembra grupos de folclore e cantares tradicionais. Eu compreendo esta classificação como uma prova de que a nossa cultura, quando bem aplicada, é apreciada pela Europa. 
Diogo: Eu não disse que esta música não tinha as suas batidas étnicas, porque tem. Mas por ser diferente, original, bem feita e um fenómeno de worldmusic, tornou-a mais chamativa e, com isso, mais comercial. Eu adoro esta canção, eu adoro esta cantora, eu adoro esta interpretação! A melhor entrada de sempre!
Andreia: Nessa óptica o tema português de 1998 teria os ingredientes para se ter classificado no top10. O que faltava ao tema desse ano? As ditas “batidas” e sonoridades estavam lá. Eu penso que outro factor estava integrado na boa classificação de 1996… Convinha aos países que ficaram nos lugares cimeiros que Portugal ocupasse um lugar entre eles. Era uma forma de “queimar” pontos sem os atribuir a países rivais e que tivessem hipóteses reais de vencer. O mesmo aconteceu à Bélgica em 2010. Foi só um “empata” pontos, dado que todos sabiam que as suas hipóteses de vitória eram escassas.
Diogo: Comparar o tema da Lúcia Moniz ao da Alma Lusa é um atentado, digo-te já isso. Não compares a letra, a qualidade musical e os intérpretes. É outro estilo. Só me faltava agora comparares a Lúcia Moniz aos Flor-de-Lis… Não concordo com essa tua lógica. Se assim fosse, Portugal já tinha ficado muitas vezes nos lugares cimeiros e isso não aconteceu. O tema ficou com uma boa classificação porque é realmente uma boa música!
Andreia: Eu acho que é uma comparação tão digna como tantas outras. São temas alegres, que cantam a nossa cultura, sem a desrespeitar. Mas como gostos não se discutem, não me vou alongar nesta matéria. Uma coisa é certa, a interrogação que se coloca nesta capa é absurda! O tema de Lúcia Moniz era completamente adequado para a Europa daquela altura.
Diogo: Exactamente, o mercado musical também estava mais aberto, muito por culpa da quantidade de vitórias que a Irlanda teve na década 90. Foi uma grande impulsionadora musical. Todos os países queriam-na destronar, todos os países queriam dar o “ar da sua graça” levando a sua cultura. Outra vez me pergunto, os jornalistas, naquele tempo, eram assim tão ingénuos?
Andreia: A Irlanda tanto quis marcar a história eurovisiva que, por conta da sua gula e ganância, endividou-se até o pescoço. Ficou o belo recorde (sete títulos é de relevo) e foi-se o dinheiro necessário para manter um país. Interessante é que o tema escolhido para representar a Irlanda em 1996 tinha sido rejeitado no ano anterior porque “não tinha a qualidade necessária”. Eu penso que a qualidade não estava em causa, mas sim o timming para a vitória. Algo é certo… O nosso tema é muito melhor que o da Irlanda!
Diogo: Sem comparações, Andreia! O nosso tema é bem melhor que o irlandês. Mas lá está a nossa sina: podemos levar músicas melhores, as piores ganham…
Andreia: A nossa sina ou a nossa pobreza (em termos económicos)?
Diogo: A nossa sina… Como já foi dito em tertúlias anteriores, nós podemos levar músicas superiores mas nenhuma é recompensada… Isto também é muito por culpa da RTP e, consequentemente, do espaço periférico que Portugal ocupa!

Andreia: Mas um pouco de dinheiro não fazia nada mal. Se bem que era complicado viver com o peso de uma vitória comprada.
Diogo: Muitos países já tiveram esse peso e ainda se gabaram. Ucrânia, Grécia, Turquia, só para dar alguns exemplos…
Andreia: E olha o belo estado da Grécia… País de grandes classificações eurovisivas e em plena crise social e económica.
Diogo: Bem, caro leitor, esperamos que tenha gostado desta tertúlia. Se quiser prosseguir a tertúlia, pode e deve fazê-lo! Eu e Andreia, agora, vamos arrumar as malas! BAKU 2012, AQUI VAMOS NÓS!
Andreia: É verdade, caro leitor chegou ao final de mais uma tertúlia… Mas não chore, porque nós vamos voltar! Por agora, vou arrumar uns trapos para viajar com o meu colega de Crónicas (vou precisar de muita sorte!).

 Tertúlia redigida por Andreia Fonseca e Diogo Canudo
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  1. Esta é uma capa que transpira alegria,talvez uma alegria inesperada pois Lucia Moniz ficou tão surpreendida como todos nós quando viu a sua canção ganhar o Festival!!!foi até hoje a melhor classificação obtida por uma canção Portuguesa no Eurofestival,afinal a canção tinha lá tudo,era Portugal a cantar!!!a simplicidade e a alegria de Lucia Moniz fez com que todos nós tivesse-mos a alegria de ver Portugal subir mais alto nos palcos da Eurovisão e os nossos corações encheram-se de cor!!!

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