Diogo Canudo: Boa tarde, caros leitores! Aqui estamos, mais uma vez, a preencher o vosso Domingo! É verdade, pressinto que isto está acabar. Faltam poucas tertúlias! Vou ficar com saudades!
Andreia Fonseca: Boa tarde caros leitores. Bem-vindos a este nosso (e vosso) humilde espaço. É verdade Diogo! Já se sente uma fria aragem com sabor a fim. Mas calma, segurem as vossas lágrimas, porque ainda temos algumas tertúlias pela frente.
Diogo Canudo: Não vale a pena chorares, Andreia. Sabes que o teu cavaleiro andante (eu) sempre te irá proteger, ahah! Miúda, qual é o tema da semana?
Andreia Fonseca: Cavaleiro andante? Cresce e aparece! Ou melhor, só cresce, não precisas de aparecer! O tema desta semana vai centrar-se na seguinte frase “Não valho tão pouco como isso” e quem a disse? Adelaide Ferreira.
Diogo Canudo: É verdade, cara colega. Esta grande diva portuguesa tem razão, ela vale mesmo muito. Outra escolha que Portugal decidiu levar à Eurovisão, uma grande cantora, uma óptima música e… uma má classificação, como já é habitual.
Andreia Fonseca: Mais uma má classificação para o nosso historial… E mais uma injusta, para não variar! A Adelaide presenteou-nos com uma interpretação muito bem conseguida e merecia, definitivamente, uma melhor classificação. Daí concordar com a afirmação desta cantora… A Adelaide valia (e ainda vale) muito mais do que os míseros nove pontos que lhe foram atribuídos. Mas parece que, no que toca a Portugal, esta Eurovisão é muito injusta e não valoriza as pérolas com as quais o nosso país a presenteia.
Diogo Canudo: Sempre foi assim, não vejo qual é o espanto. A Adelaide Ferreira é das poucas divas portuguesas que ainda vendem, e isso orgulha-me imenso. Um talento desperdiçado na Eurovisão, mas aproveitado em Portugal. Ao menos os portugueses tiveram a dignidade de dar trabalho a esta senhora, após a má classificação. Só se nota que os portugueses têm “olho” para aproveitar os melhores.
Andreia Fonseca: Apesar de considerar que Portugal maltrata muito os seus artistas, neste caso fomos mais justos do que os nossos colegas europeus. A Adelaide, na altura, era a nossa grande revelação e foi pisada pelos nossos vizinhos. Onde está a valorização dos talentos? Não era suposto a Eurovisão ser a festa da música?
Diogo Canudo: E é a festa da música… para alguns artistas. Mas felizmente a Eurovisão não é o centro do mundo e, hoje em dia, quase nem lança carreiras. Por isso, até foi bom o país ter apostado nela. Mas já tantos nomes dignos foram desaproveitados na Eurovisão…
Andreia Fonseca: Festival Eurovisão da Injustiça. Não era um bom nome? Felizmente, a Adelaide tinha uma boa auto-estima e não desistiu, mesmo após esta má classificação. Mais do que lançar carreiras, a Eurovisão dá, até determinado ponto, projecção a nível internacional. Até porque é raro um nome desconhecido a nível nacional ir representar o seu país no grande palco europeu.
Diogo Canudo: Sempre teve e os GRANDES sobrevivem a tudo! Mesmo assim temos ainda de salientar que a Eurovisão ainda tem muito impacto, hoje em dia (aqui em Portugal não, mas na Europa Central e de Leste tem). A Eurovisão pode ser a base para se construir uma carreira ou… pode destrui-las.
Andreia Fonseca: Não considero que destrua uma carreira, mas que pode arrasar com a auto-estima de um cantor, lá isso é verdade. Imagina só… Um cantor no auge da sua carreira, cheio de sonhos e expectativas, vai realizar o seu sonho eurovisivo e volta com um saco na cabeça (por conta da vergonha e desilusão que sente). É precisa muita força para se continuar a lutar. Mas mesmo que lute, existe sempre um período de “luto” e de auto-reflexão. Claro que no final, os grandes artistas da música, chegam à conclusão de que o ESC é um palco de injustiças (principalmente com alvos portugueses) e que valem mais do que um lugar no fundo da tabela.
Diogo Canudo: Eu penso sempre que os melhores ultrapassam tudo. Se seguiram a vocação artística têm de se sujeitar a certas situações que podem ser constrangedoras. É só aguentar e não dar importância a provocações. Pareço um psicólogo a falar!
Andreia Fonseca: Quem quer, tem talento e luta, acaba por conseguir. Uma carreira é feita de altos e baixos, e penso que o importante é saber ultrapassá-los. Não se deixarem “cegar” pelo sucesso nem afundar com o fracasso. A própria Adelaide teve os seus “baixos” (para além da má classificação eurovisiva), mas mesmo assim continua a ser um nome cravado no nosso panorama musical. Não estando presente, de forma significativa, nos Tops, continua a ser um ícone musical, com temas que marcaram e ainda marcam os portugueses.
Diogo Canudo: Mesmo assim já destruiu muitos cantores. Por exemplo, este ano, os Blue (aliás, eles já estavam destruídos), mas duvido que a música deles venda, depois da má classificação. Eles perderam muita credibilidade. Kate Ryan, por exemplo, também vindo a ser destruída após a Eurovisão, mesmo assim ainda se encontra de pé. Mas nem tudo é mau, a Eurovisão já assentou carreiras como, recentemente, a Soraya Arnelas, que vende pela Europa fora os seus singles, juntou-se a um prestigiado DJ e têm uma data de concertos!
Andreia Fonseca: Eu considero que cada caso é um caso. Depende de muitos factores, não sendo apenas determinado pelo (in)sucesso eurovisivo. Acredito, também, que alguns nomes que conquistaram más classificações, mesmo não tendo sucesso internacional, podem ser muito bem-sucedidos nos seus países de origem (ou onde residem). Não consigo precisar esta informação, uma vez que não acompanho todas as carreiras em pormenor, mas existem casos em Portugal. A própria Luciana Abreu, sofreu uma grande desilusão com o ESC e, com muita persistência, continua nas luzes da ribalta (goste-se ou não!).
Diogo Canudo: Concluindo, a Eurovisão é uma competição e, em cada competição, há riscos. Os cantores, antes de se candidatarem, têm de estar mentalizados que a Eurovisão não é um mar de rosas. Há também consequências que podem prejudicar a vida profissional de um músico, ou destronar a imagem do país. Se vão lá a pensar que é tudo uma maravilha, só costumam destroçar tudo e todos.
Andreia Fonseca: Mas atendendo aos participantes do nosso Festival da Canção, os cantores mais conceituados entendem bem esse risco. Se por um lado compreendo esta decisão, penso que se perde muito com este “receio”. Admiro nomes como Adelaide Ferreira ou a própria Rita Guerra que, após uma grande injustiça, ergueram a cabeça e foram à luta. E assim se fazem os grandes nomes da nossa música portuguesa.
Diogo Canudo: Bem, sem mais nenhum assunto pendente, aqui me despeço. Espero que tenham gostado da tertúlia, simples até, mas verdadeira e bem construída. Podem continuar a seguir-nos, nos próximos Domingos! Não percam! Eu, agora, vou comprar vestimentas para a viagem a Azerbaijão! Vens comigo, Andreia? Vou-te pôr toda sedutora! Ahah
Andreia Fonseca: Vou Diogo… Manda fazer T-Shirts personalizadas para nós… Temos de marcar pela diferença (alguém de Portugal que o faça na Eurovisão!). Caro leitor, obrigado por continuar a ler as nossas tertúlias… E não se esqueça que a sua opinião é muito importante para nós! Até para a semana… E quanto a ti, Diogo, vamos lá tratar dos nossos trajes sensuais…
Tertúlia realizada por Andreia Fonseca e Diogo Canudo
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