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Eurofestival em Histórias - Nono Texto



Alexander Rybak foi o vencedor do Festival Eurovisão da Canção em 2009 e levou o festival para Oslo, na Noruega. Ele é actualmente o recordista de pontos, mas não foi só por isso que ele marcou o festival.
É comum ver-se cumplicidade entre os participantes do certame. Eles tiram fotos, postam nas redes sociais, mostram como são todos amigos. Em 2010, a relação que com certeza mais chamou a atenção foi a de Alexander Rybak e Lena Meyer-Landrut. Ele era o vencedor da edição anterior, ela era participante nesse ano e futura vencedora dessa edição. Eles eram muitas vezes visto juntos, em brincadeiras e a implicar um com o outro. Mas claro que por muito que os fãs até gostassem de os ver juntos, não havia nada que pudesse prever algo mais que cumplicidade.
Lena Meyer-Landrut sagrou-se vencedora da 55ª edição do festival e, como já é costume, o vencedor do ano anterior entregou o prémio. Lena segurou o seu troféu e Rybak, com todo o seu charme, e demonstrando mais uma vez essa cumplicidade, pediu à vencedora que lhe desse um beijo no rosto. No último momento, virou o rosto e beijou-a, ou pelo menos assim pareceu. Pode ter sido só uma brincadeira, mas o que é certo é que os fãs do ship enlouqueceram. Começaram a surgir vídeos, montagens, tudo para demonstrar como ansiavam esta relação. Se realmente houve relação ou não, nunca se soube. O beijo, pelo menos, pôde ser testemunhado por todos os espectadores.



Se há momento eurovisivo que nos faz rir, é com certeza este. A Espanha por si só já se vê muitas vezes aflita para fazer boa figura, e depois ainda tem o azar de ter pessoas como o Jimmy Jump a invadir as suas actuações. Tudo isto aconteceu em 2010. Daniel Diges foi o segundo a pisar o palco, com a sua música “Algo pequeñito”. O cenário direccionava para algo infantil, com os quatro bailarinos imitando brinquedos, no vestuário e nos seus movimentos. A actuação decorria na normalidade até que de repente as pessoas abrem os olhos e não estão lá quatro bailarinos, e sim cinco. De onde veio aquela pessoa vestida à civil? Aquele, caros leitores, era o Jimmy Jump. O seu verdadeiro nome é Jaume Marquet i Cot, é espanhol e é conhecido por invadir grandes eventos de entretenimento para aumentar a consciência para a desigualdade racial. Com esta brincadeira, Jimmy Jump foi escoltado pela segurança para fora do palco e levado para o posto da polícia, onde foi preso e multado em 15 mil coroas norueguesas, o que equivale a aproximadamente 2000€.
Se ele é o maior fã da Eurovisão ou não, não sei, o que é certo é que foi o único que conseguiu atravessar a segurança e invadir o palco. Devido a este incidente, Daniel Diges ganhou o direito de se apresentar novamente no final das outras actuações, desta vez com Jimmy Jump bem longe do palco.



Chegamos a 2011, ano em que se verificou mais confusão entre delegações, neste caso entre Suécia e Rússia. Eric Saade representou a Suécia com a música "Popular" e a performance parecia conquistar sobretudo graças ao espectáculo de dança com que o cantor e bailarinos presenteavam os espectadores. Alexey Vorobyov era o representante russo, com a música “Get You”, e a sua apresentação primava pelos três bailarinos que, juntamente com o cantor, mostraram aos espectadores que sabiam dançar. Até aqui tudo bem, não fosse o facto de a certo ponto eles terem formado uma rivalidade.
Tudo começou quando Alexey acusou Eric de ter roubado a ideia da gaiola de vidro, usada na interpretação do sueco, já que ele já tinha usado a ideia nos MTV Music Awards russos, em 2007. Mas não ficou por aí, já que Vorobyov disse mais tarde a um jornal que a situação era escandalosa, já que entre as duas coreografias havia sequências de passos muito semelhantes. “Não podia o participante sueco ter contratado um coreógrafo e ter feito a sua própria dança?”, perguntava Alexey. Durante todo o concurso as delegações andaram nesta guerra, que culminou com Eric Saade a desafiar Alexey para uma espécie de concurso de dança entre os dois, para ver afinal qual dos dois sabia dançar.
Danças à parte, com coreografia ou não, com plágios e cópias ou não, o que é certo é que a Suécia conseguiu o 3º lugar, o melhor lugar desde a última vitória do país em 1999, e a Rússia ficou em 16º, um dos piores resultados de sempre do país.



A França é aquele país que quando se sabe que já escolheram a sua música, até trememos das pernas. Nos últimos anos, os franceses conseguiram enviar músicas que fizeram os portugueses ter orgulho na música que enviaram, mesmo que nem sempre ela agradasse a todos. No entanto, isso não aconteceu em 2011. Primeiro, porque era impossível ter orgulho na música portuguesa de 2011. E depois, porque a França não brincou naquele ano.
Amaury Vassili foi a escolha interna de França para 2011, com a sua música “Sognu”, cantada em corso. Esta foi a segunda música cantada em corso pela França. No entanto, não foi a língua que fez furor em Dusseldorf, mas sim o facto de se tratar de uma ópera. Amaury é um cantor de ópera, mais precisamente tenor, e o seu poder vocal transformou-o num dos favoritos à vitória em 2011. Esta foi a primeira vez que uma ópera foi favorita à vitória.
Apesar de Amaury ter mostrado todo o seu potencial em palco e realmente a França ter surpreendido, nesse ano, a música não passou de um 15º lugar, com um total de 82 pontos. Ainda assim, este foi o ano em que a Europa abriu os ouvidos para uma ópera promissora, que se tornou numa das melhores músicas enviadas pela França nos últimos anos.



Em 2012 assistimos ao Festival Eurovisão da Canção directamente de Baku, no Azerbaijão. Houve, nesse ano, uma participante que, mais que preocupar-se com a competição, preocupou-se em saber mais sobre o país em que estava. Essa participante foi Loreen, representante sueca. Ela foi a única candidata a ouvir os activistas locais acerca dos direitos humanos que não eram respeitados no país. A cantora afirmou publicamente que “os direitos humanos são violados no Azerbaijão a cada dia. Uma pessoa não deve ficar em silêncio sobre essas coisas”. Um porta-voz do governo do Azerbaijão respondeu criticamente, afirmando que o concurso não devia ser politizado e solicitou que a EBU impedisse tais encontros com os activistas. Os diplomatas suecos responderam que Loreen não agiu contra as regras, o que deve ter causado alguma azia aos governantes azéries. Este concurso tem também como intuito promover o turismo no país, mas Loreen conseguiu inverter a tendência no Azerbaijão, mostrando aquilo que vai de mal no país. Ela pode ser diva, pode ser uma boa cantora, mas com esta atitude mostrou que era sobretudo uma pessoa, e uma boa pessoa. E é por estas coisas que Loreen será sempre adorada pelos fãs.


26/11/2014
Imagens: Google/Vídeos: Youtube

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