A uma semana da grande final, todos os participantes da segunda semifinal do ESC 2014 ascenderam a palco, tendo sido disponibilizados vídeos das suas performances na íntegra. Os países comentados são: Malta, Israel, Noruega, Geórgia, Polónia, Áustria, Lituânia, Finlândia, Irlanda, Bielorrússia, Macedónia, Suíça, Grécia, Eslovénia e Roménia.
Não sou propriamente a melhor pessoa para avaliar esta prestação. As vozes são boas, mas a música, a mim, não me entra no ouvido. Gostei do cenário, com fotografias a preto e branco a aparecer e o jogo de cores parece-me adequado. Acho que posso estar enganado, e seja uma música para a final, mas aí não acredito que passe dos últimos lugares.
Esta prestação surpreendeu-me tanto, principalmente o facto de Mei Finegold se mexer bastante bem e do jogo de cores que acompanha o ritmo. Consegue-se ver mais sentimento quando Mei canta em hebraico. Há apenas uma coisa que não consegui entender: o porquê de ela começar a cantar de costas viradas para o público. A voz fica tão bem no meio deste instrumental soberbo. Acho que é dos que mais me cativa nesta semifinal. Quanto ao vestido, se ela levar este vestido, está na final, consegue salientar os movimentos que ela faz. É uma música que merece estar na final, e voltar a lugares que os israelitas já não sentem há bastantes anos: top 10.
Arrepio-me cada vez que oiço isto: a voz é muito muito boa, o cenário está muito bem pensado, a fazer lembrar o mar, e quando a música cresce na parte final, o cenário parece que se ilumina (será a tempestade?). Não se podia exigir ao Carl que se mexesse como a Tanja, mas a música merecia que ele desse mais sentimento ao que canta, mais linguagem corporal. Apreciei especialmente o aparecimento das violinistas e de um pianista a acompanhar do início ao fim. Passa à final e se o jogo de câmaras for bem feito, poderá conseguir um top 10. Uma balada soberba.
Acho que finalmente percebi porque é que eles foram escolhidos: caíram do céu de paraquedas. Nada faz sentido na música, nem o instrumental, nem os sons do baterista, nem... o paraquedista. Tive de rever duas vezes o vídeo do ensaio para entender o que se estava a passar em palco: o cenário muda muitas vezes, talvez para retratar uma viagem de três minutos para a Terra (?). É uma música condenada a ficar pela semifinal.
Decotes, decotes e mais decotes. Este ano a Polónia está a apostar na beleza feminina e na defesa das suas origens, mostrando que os eslavos são um povo muito característico. Saliento o regresso de elementos ligados à cozinha, desta vez, um utensílio para fazer manteiga... Enfim, se vai correr muita manteiga, não sei, mas que esta apresentação está muito bem pensada. O vermelho é a cor de destaque e a indumentária vai buscar muito o tradicional do povo polaco. Vai depender muito dos planos da câmara para decidir se esta música passa ou não à final, visto que os vocais não são perfeitos, mas na minha opinião devia se brindar a Polónia e o seu regresso com uma passagem à final.
O início da música está bem pensado em termos cénicos: é um foco que ilumina a silhueta da Conchita, deixando os mais distraídos a pensar que é uma mulher. O vestido é fantástico e a voz é cativante. A primeira impressão que tenho é que isto vai dar “uma treta maligna”. Por outras palavras: polémica vai se instalar, pois não é todos os dias uma drag-queen com barba a atuar. Eu confesso que sou um grande admirador dela, pela coragem que tem em demonstrar o que é, sem medos e com o objetivo de igualar o papel de homens e mulheres. Voltando ao ensaio: o foco revela a “realidade” quando ela diz “You wanna know me at all...” E aqui sim, “cai o Carmo e a Trindade”. Acho que pela coragem da Conchita, e pelos grandes planos cénicos que esta apresenta, ajudando também o seu instrumental, fazendo lembrar uma banda sonora do “double-oh seven”, e uma presença de palco que a mim me impressionou, merece passar à final e, talvez, teremos vencedora. Era uma coisa que me lisonjearia.
Grande desilusão, esperava mais desta cantora. A Vilija neste ensaio mostrou-se muito insegura, não estava tão à vontade aquando da vitória na seleção lituana. O “Attention” já chega a ser saturante, ela não se mexe tanto como se mexia. Não há nada a apontar ao inglês dela, mas podemos reparar que as notas foram alteradas (para pior). As backvocals também deixam muito a desejar, tal como o cenário, que me parece demasiado simples. Apontaria um bom lugar para esta música antes dos ensaios, mas depois de ver isto, deve ser uma a ficar-se pela semifinal.
Uma surpresa para mim: o jogo de luzes é fantástico e só complementa a boa prestação dos Softengine. Não me encanta muito os seus falsetes, mas acho que ficam bem na música. Instrumental a fazer-me lembrar música comercial, que, neste caso, assenta-lhe que nem uma luva. Antes dos ensaios não apontava grande futuro a ela, mas agora acho que merecem passar, por mostrarem que gostam mesmo de estar ali. Aqui mostro todo o meu apoio à Finlândia.
País rei eurovisivo em palco. A ideia do tema, em termos de performance mantém-se, e a intérprete apresenta-se, na mesma, com um visual bastante pesado – gostava de a ver com um look mais descontraído. O cenário parece-me demasiado pobre e estático, o que não encaixa bem no ritmo do tema. O guarda-roupa dos restantes elementos de palco, nomeadamente, as vestes dos bailarinos é bem pensada, uma vez que reflete a tradição irlandesa (uma boa fusão do moderno e clássico, tal como ocorre no instrumental). As restantes presenças em palco também se apresentam, quanto a mim, demasiado formais – quase como se fossem para uma gala. Ok, a Eurovisão é algo magnânimo, mas não é necessária tanta cerimónia. Quanto à prestação vocal, apresenta-se competente, dando ao tema o que este necessita.
Tanta testosterona e falta de bom gosto em palco! Nunca fui fã deste tema, e não foi com este ensaio que me convenceu. O cenário é bastante básico, até demasiado sóbrio para um tema, um tanto ou quanto, paródico. A coreografia, embora venha colocar alguma ordem na atuação, é bastante amadora. Um toque de classe (o único neste caso) cinge-se ao guarda-roupa. A prestação vocal é segura, mas digamos que o tema é pouco desafiante nesta vertente. Tema pobre, performance pobre, resultado (espera-se) pobre.
“Uh Uh Uh Uh Uh… Olha para mim estática com um tema dance” – este deve ser o pensamento predominante na mente da intérprete. O Robocop chegou ao palco do ESC 2014. Mais ainda, parece que a Tijana roubou a roupa (e a ideia para o penteado) à apresentadora americana Ellen. Ok, ok, admito que vocalmente esta até se apresenta decente (exceto em alguns agudos mais arriscados), mas em termos visuais este tema está muito fraquinho. De certo modo até sinto empatia pelo bailarino que, sozinho, tenta impingir no tema alguma dinâmica – tarefa ingrata, eu sei. Um tema cheio de boas intenções, mas que não deverá chegar ao céu.
O ensaio começa com um assobio bem afinado, numa postura descontraída que, de resto, impera no tema. Tenho pena que a pronúncia do intérprete não esteja à altura da afinação do seu assobio. A indumentária é o que se espera, descontraída, mas com classe, sobressaindo o contraste entre o preto e o branco. Quanto ao cenário, este está bem conseguido, dando a sensação de “queda” de fogo (à semelhança do que aconteceu no tema dinamarquês do ano passado). Visualmente interessante, mas não sei se conseguirá sobressair.
Disco time! A ideia do trampolim é muito interessante, colocar um vestido no intérprete é que nem tanto. Ok, podem dizer que é uma camisa “in” da moda, mas para mim continua a parecer um vestido. Eu nem sou dada a essas convenções sociais, mas fica horrível. Portanto já se consegue depreender que o guarda-roupa não é propriamente o mais interessante. O cenário está bem enquadrado no tema, com uma espécie de tetris de fundo a seguir o ritmo do instrumental. A prestação vocal é bem conseguida Acredito que a arena irá ao rubro ao som deste tema.
O vestido da intérprete é demasiado pesado (e feio, verdade seja dita). A performance em palco é muito fraca, bem pior do que a da final nacional. A intérprete parece estar a um quilómetro de distância das backing vocals, e como tem aquele trambolho vestido nem se pode chegar perto delas. Gostava imenso deste tema, mas desiludiu-me em termos de performance. O cenário até que tem pormenores interessantes, mas o excesso de espaço em palco prejudica o tema – esperemos que os planos de câmara consigam ajudar, e confiram alguma dinâmica à música.
Este tema tem um cenário muito bem planeado, um dos melhores do certame - sem falar da inclusão do piano personalizado (este instrumento não podia faltar), que lhe confere alguma interação. Guarda-roupa bem escolhido – finalmente uma intérprete com um vestido simples, leve, mas elegante. Esta dupla percebe muito de Eurovisão, e isso nota-se na performance que apresenta. Não precisam de bailarinos, nem de tambores gigantes, basta a própria capacidade vocal e interpretativa – uma boa lição para muitos países que eu cá conheço.
Melhor ensaio do dia: Israel/Roménia
Pior ensaio do dia: Geórgia
03/05/2014
Vídeos: eurovision.tv e escdaily
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