É por isto que lá devíamos estar - Segunda razão

EXPOSIÇÃO DO PAÍS

       

       Neste ano de 2013, e desde há uns tempos para cá, o nosso país atravessa uma grave crise financeira que está a deixar toda a população com problemas graves de auto-estima, sendo muito mais evidente o pessimismo, a desmotivação e o ato de muitas vezes “atirar a toalha para o chão” e desistir. Tomar a decisão de abandonar o país onde nascemos e crescemos. Todos, mas mesmo todos os dias, ao assistirmos às notícias na televisão, nos deparamos com uma história de vida semelhante a este cenário. Mas, para contrariar esta tendência, são também frequentes através de reportagens especiais, relatos de casos de sucesso em Portugal, como, por exemplo, pessoas que em situação de desemprego resolveram “pôr mãos à obra” e abrir um negócio atualmente bem-sucedido. 

        O que é que isto significa? Para mim é sinónimo de que existe talento no nosso país. É sinónimo de que, o facto de nos especializarmos numa determinada área, não significa que não sejamos competentes e talentosos noutra temática completamente diferente. Somos multifacetados e também conseguimos dedicarmos a várias coisas em simultâneo. Além disso, Portugal é um país de gente trabalhadora, que “não baixa os braços”. Sim, é certo que existe muito comodismo, mas a maior parte das pessoas vai à luta, tenta traçar objectivos e cumpri-los, e descobre talentos que, muitas vezes, nunca imaginou que os teria. 

       É esta personalidade forte e convicta dos portugueses que eu valorizo… e por isso devia ser demonstrada por este mundo fora. Uns emigram e fazem sucesso fora do país, e desta forma promovem o que Portugal tem de bom, o que aprenderam no seu país de origem, capaz de formar pessoas para atingirem o êxito profissional. Outros meios, como a Eurovisão, deveriam ser uma das formas de mostrar à Europa o nosso país. É urgente colmatar esta nossa imagem de “coitadinhos” que os estrangeiros têm. É urgente expor a nossa língua, a nossa cultura e o que de bom por cá se faz. Porque Portugal não é apenas um pequeno país situado ali no cantinho do mapa, e muitas vezes confundido com a nossa vizinha Espanha (em muitos locais do mundo, ainda nos vêm como um só país). Portugal não tem que passar despercebido, e a Eurovisão é um importante cartão-de-visita. Já foi provado que somos bons naquilo que fazemos: quantos cientistas já ganharam prémios no estrangeiro? Quantos músicos? Quantos profissionais de saúde? Quantos artistas plásticos? Quantos produtores? Quantos engenheiros? Quanto à música, a Eurovisão é uma grande oportunidade de vender Portugal em 3 minutos: mostrar a nossa sonoridade e as nossas origens étnicas. E mesmo que se faça algo diverso, e que nada tenha a ver connosco (porque muitos países o fazem, e levam canções que em nada se assemelham aos costumes nacionais), podemos demonstrar que somos capazes de inovar, de sermos criativos. Este ano, não se escutou uma única vez a palavra “Portugal” em Malmö, o que para nós, Portugueses, não nos trouxe qualquer vantagem, nem tão pouco para todos os espectadores da Eurovisão por todo o mundo: foi menos um país que contribuiu para o espectáculo e menos um momento de entretenimento e conhecimento.

       Seria muito importante que o nosso país estivesse sempre presente na Eurovisão, para se afirmar, para relembrar que cá estamos, que somos muito bons em muitas coisas, e que a Europa também precisa de nós!

Imagens: Google

22/06/2013