Fã que é fã, na hora das atuações, não deixa ninguém falar. O momento é de reflexão, um ritual.
Totó: Olha-me este, eu falo quando quero e bem me apetece!
Diogo Canudo: Meus caros leitores, como é que vai a vida? E o amor? A vida sem amor é vazia, totalmente incompleta. O amor é algo mágico e, se for verdadeiro, é capaz de mudar uma pessoa.
(Triste inunda a sala com lágrimas)
Triste: Cala-te, Diogo. O amor só é bom enquanto dura. A minha palhaça acabou comigo, traiu-me com outro. Mas que palhaço! Se o visse à minha frente, ficaria com menos três dentes.
Friorento: Acalma-te, Triste. Tudo irá ficar bem...
DC: É verdade, acalma-se e desfrute desta bela tarde com os nossos fantásticos leitores. Nada melhor que isto para matar a dor na alma.
DC: Ah, é verdade, meus caros leitores, esta semana contratei (sim, porque eu sou muito chique e cheio de bago) duas super celebridades internacionais: o palhaço do Circo Chen, o Triste, e o boneco de neve feito por umas criancinhas na Serra da Estrela, o Friorento.
Triste: Que apresentação mais cliché. Não tens originalidade, Diogo. É como a palhaça que me trocou por um paspalho que não dá uma para a caixa e só sabe se rir! Eu sei fazer rir as crianças, eu valho mais alguma coisa!
Friorento: Diogo, dê-lhe um descontozinho, não vale a pena chatear-se com questões amorosas. Continue, continue, meu caro.
DC: Shiu! Vamos pôr em prática o tema da semana?
(O silêncio permaneceu na sala durante 5 minutos. Friorento já quase caía para o lado com sono)
Triste: Mas que porcaria é esta? Mas está toda a gente maluca? Preciso de desabafar, estou tão triste! Ninguém me dá consolo, sou a pessoa com mais azar no mundo.
DC: Estes cinco minutos de silêncio são representativos de como as pessoas se devem comportar no Festival Eurovisão da Canção, propriamente na altura das atuações. Para quê perder tempo a comentar algo que pode muito bem ser dito noutra altura? A Eurovisão só dá uma vez por ano e, por isso, deve ser desfrutada visualmente ao máximo.
Triste: Eu estou neste estado de horror e vens-me falar sobre a Eurovisão? Até que utilizo algumas músicas de lá nos meus shows, mas por favor...
Friorento: A minha mãezinha era uma viciadona disso. Obrigava-me a ver o festival e nem sequer podia falar sobre as atuações. Irritava-me imenso. Mas eu agora não posso falar? Não estou num país democrático?
Triste: Snif snif...
DC: Imaginem lá... Se falassem durante as atuações, perderiam falhas vocais que deixam uma pessoa de morrer a rir.
Triste: Acho que me vou vingar na mesma moeda com essa moça do segundo vídeo. Até é jeitosinha, só precisa de mais uns bons aninhos. Gosto delas maduras...
Friorento: Não sejas parvo!
DC: Porém, nem tudo o que passa na Eurovisão deixa uma pessoa a rir de tanta mediocridade... Há atuações que deixam qualquer um boquiaberto, por serem tão fortes e bem construídas em palco. Vejam o caso destas duas:
Triste: Quédate Conmigo, Palhaça, por favor. Sempre te dei o que quiseste, não percebo como foste capaz de me fazer isto...
Friorento: Ainda me lembro de ver a atuação do Mihai. Para a altura foi uma performance espectacular (aliás, hoje em dia ainda é).
DC: Silêncio no Festival Eurovisão da Canção é um ritual. Analisar, em pensamento, os apresentadores e as suas piadas, quase sempre, secas, a elaboração do design, as atuações extras, nos intervalos em que a nossa querida e perfeita RTP faz... Vejam este, onde se encontram os vencedores do certame a partir de 2007:
Triste: Mas ainda ninguém percebeu que eu não quero falar sobre o festival? Ninguém respeita os meus desejos? Sou um triste, um pobre triste.
Friorento: Quem está mal, muda-se, meu caro...
DC: Sinceramente, acho que dei imensas razões para ficarem com o bico calado. Agora, em 2013, façam como os fãs eurovisivos: silêncio que se vai cantar o Fado!
Triste: Fico com o bico calado, uma ova! Isso é que era doce!
DC: Só sabe essa expressão? Não tem originalidade?
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