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Tertúlias Eurovisivas 2 - Paulo de Carvalho!



A LIBERDADE MUSICAL APÓS 1974 E A PARTICIPAÇÃO DE PAULO DE CARVALHO NO FESTIVAL EUROVISÃO DA CANÇÃO

Tenham uma bela tarde! Eu sou o Diogo Canudo e ao meu lado tenho a mulher mais charmosa de Portugal, a divina, a mítica, a esplendorosa, a poderosa Andreia Fonseca! Andreia, minha querida, como vais?
Eu vou de carro ou, ocasionalmente, a pé (para manter a forma)… Mas isso não interessa nada! Boa tarde caros leitores! Preparados para mais uma tertúlia eurovisiva? Espero que sim. Diogo, de que vamos falar? É sobre uma capa, certo?





Andas com uma piada danada! Sim, é sobre uma capa, andaste a fazer o homework! Bem a capa desta semana, como já podem ter visto no cimo da publicação, é sobre Paulo de Carvalho, o artista português que representou Portugal em 1974 com o tema "E Depois do Adeus", um marco histórico sem dúvida alguma. Esta canção marcou o fim da ditadura e o início da segunda república, que se prolonga até aos dias de hoje, não é verdade, Andreia?



Corretíssimo. Esta música marcou os portugueses, não por motivos eurovisivos, com muita pena minha. Não vou entrar por discussões sobre a Ditadura e o 25 de Abril, mas felizmente que este tema marcou o fim de algo que assolava o nosso país – a falta de liberdade de expressão (embora pareça que em tempos ditos modernos essa realidade, supostamente tão distante, se repete). Esta música tem algo especial, funciona num crescendo, o que lhe confere muito power, e marca quem a ouve. Embora o resultado eurovisivo tenha ficado aquém do esperado, penso que se trata de um momento digno de ser recordado.


Acho que não devemos entrar no tema dos resultados. Tantas e tantas músicas boas ficaram com maus resultados, esta foi mais uma delas. Mas nem mesmo o medíocre resultado deixou que os portugueses se esquecem-se deste homem e deste grande tema. Uma coisa é certa, levámos um belo tema para impressionar os ABBA! Porém a década de 70 foi, em níveis políticos, de altos e baixos - a Guerra Fria continuava bem viva e não dava sinais de acabar; além disso os últimos países europeus, Portugal e Espanha, convergiram-se para a República, que já era dominante. Decerto que não foram tempos fáceis, nem para a reconstrução política dos países, nem para as pessoas e muito menos para a cultura, mas é impressionante ver que a música portuguesa continuou a marcar a população, pelas melhores razões! Os resultados lá fora podem meter medo ao susto, mas "E Depois do Adeus" é mais do que isso, um hino!

Mas podes ter a certeza que se este tema não tivesse sido utilizado como “sinal de guerrilha” não seria recordado pela população portuguesa! De outro modo, temas como os interpretados por Carlos Mendes também teriam outra consideração por parte dos portugueses – e, no final de contas, quantos se lembram de algum deles? “E depois do adeus” é um tema com direito a um espaço especial na nossa história por conta do golpe de estado, não pela Eurovisão em si, ou pelo seu próprio valor.


Concordo no ponto do tema ter sido tão acarinhado pelos portugueses devido ao 25 de Abril, mas toda a gente se recorda da participação de Paulo de Carvalho na Eurovisão e na esperança portuguesa em vencer o certame! Porém, e não concordando contigo, a música vai mais além que uma revolução (primeiramente era um golpe de estado mas depois, devido à adesão da população, tornou-se numa revolução). "E Depois do Adeus" é um tema com uma brilhante composição, uma poderosa letra e uma voz grandiosa, ou seja tinha todos os ingredientes para se tornar num sucesso como foi. Esta não é mais uma música para encher, esta é das melhores portuguesas feitas até agora.

Mas eu não estou a tirar mérito a esta música, muito pelo contrário! Caso não tivesse a concorrência dos ABBA, para mim o tema de Paulo de Carvalho deveria ter vencido o certame. Tenho pena que as pessoas tomem o tema como “aquele que marcou o início da dita revolução”, ao invés de o recordar pela sua qualidade, em todo o seu esplendor. A composição do tema foi brilhante e a sua interpretação não lhe ficou nada atrás. Tenho pena que os europeus não tenham dado o devido valor a esta música, e que apenas a tenham aplaudido por ser um símbolo do fim de uma longa e dolorosa ditadura. Tanto que os europeus nos massacraram por conta desse regime, tendo-nos ignorado na própria Eurovisão, que após o regressar da nossa democracia existia a esperança de uma vitória (tão desejada). Mas isso não aconteceu!

Os Europeus podem não ter aproveitado este verdadeiro talento, pois Paulo de Carvalho merecia, ainda mais, a internacionalização; e Portugal não o esqueceu, continua a sua carreira musical com imensos fãs nacionais, já vendeu milhares de discos, já deu imensos concertos e é um dos GRANDES artistas cá! Palavras para quê? Por vezes até me sinto felizardo em ter no meu país um artista como o Paulo!




Eu tenho muito orgulho em ter um excelente artista como Paulo de Carvalho que conta já com uma vasta carreira. Foram vários os sucessos, inúmeros os concertos e muitas as homenagens – e esta é a nossa humilde homenagem a esta grande intérprete português! 






Bem, já que encerrámos o tema, tenho uma pergunta para te fazer! Andreia, queres sair comigo hoje à noite? Vamos a um bar que eu conheço.







Oh meu deus! Que emoção… NÃO! Preferia assar frangos toda a noite! Agora que resolvi este assunto, aproveito para me despedir dos meus queridos leitores! Obrigada por nos acompanhar e não se esqueça de comentar e deixar a sua opinião.





Mas... (perplexo) porquê?









“Não és homem para mim, eu mereço muito mais… Não és homem para mim, eu mereço bem melhor!”








Adeus... meus caros leitores, não sei se volto para a semana. Não aguento mais!









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