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"TERTÚLIAS EUROVISIVAS" - décima segunda capa


 


Andreia Fonseca: Senhoras e senhores, é com tristeza que inicio a última Tertúlia Eurovisiva! Estas semanas têm sido fantásticas, agradecendo, desde já, a vossa adesão à iniciativa. Sem vocês, caros leitores, o nosso trabalho não faria sentido.
Diogo Canudo: Nos bastidores afirmei que não iria chorar, hoje. Tudo tem um fim, mas desse fim vem muitos inícios. Eu, hoje, estou cheio de pensamentos positivos. Além do mais esta iniciativa foi uma grande honra, para mim e para a minha colega.
Andreia: É verdade! Hoje sinto-me um pouco melancólica… Mas nada que uma bela capa eurovisiva que não cure! Diogo, meu companheiro de tertúlias, de que vamos falar nesta última semana?
Diogo: Como, nestas últimas capas, temos feito homenagens (Lúcia Moniz e Marie Myriam) que tal acabarmos em grande com José Cid? A capa desta semana tem como título: “Bric-à-Brac, Dinah e José Cid são os mais votados”. Um ano esplêndido, no qual José Cid trouxe para cá a segunda melhor classificação de Portugal na Eurovisão, um 7ºlugar com 71 pontos.
Andreia: Aquela música arrasou com a concorrência nacional! O tema tem ritmo, uma letra que consegue conciliar várias línguas, tornando esta uma das nossas melhores participações portuguesas. Nesse ano e, apesar do título, as principais “rivais” do conhecido José Cid foram as Doce (que viriam, pouco tempo depois, a vencer o Festival da Canção). 
Diogo: Cada um teve o seu tempo, ninguém ficou de fora. Mas, sinceramente, era impossível alguém fazer frente ao Cid no Festival da Canção em 1980. Não me venham com coisas que haviam mais que um favorito, ele era O favorito! Uma música espantosa e um intérprete como há poucos, hoje em dia. Mas, mais uma vez, foi “posto de parte” na Eurovisão. Um 7ºlugar, apesar de um resultado mediano, foi tremendamente injusto para a canção e para o artista em causa. Lá está, mais uma vez, a tratarem Portugal como “lixo musical”. Mas acho que não vale a pena martelar sempre no mesmo assunto, não é, Andreia?
Andreia: De injustiças, estamos nós fartos! Mas esse tema foi mais do que debatido durante estas semanas, pelo que não irei falar mais do mesmo. Nesse ano éramos um dos favoritos à vitória eurovisiva, mas essa tão desejada conquista não foi conseguida muito por culpa da RTP. E digo isto porquê? Porque a RTP nunca fez um esforço (mesmo que monetário) para vencer.
Diogo: Sim, é verdade, Andreia. De tantas participações que Portugal teve, só José Cid e Lúcia Moniz foram considerados favoritos à vitória. Mas nem um top5 conseguiram trazer para casa. A verdade é que a culpa não foi deles, foi sim da RTP e do gasto monetário que tudo isso despende. No entanto acho que o Festival foi uma experiência positiva para José Cid e o resultado, apesar de ser bom, não lhe abalou. Depois do mesmo, continuou “em força” por Portugal fora.

Andreia: Não existe português que nunca tenha ouvido falar do Sr. Cid! Mas quem pensa que este cantor apenas agrada a espectadores de festas populares, está bem enganado! Este senhor costuma ser presença assídua de Queimas e afins por todo o Portugal, fazendo a noite de muitos estudantes universitários. Apesar de não ser um cantor com o qual me identifique, sei admitir que marcou (e ainda marca) a história da música portuguesa… Tendo lançado inúmeros êxitos de venda, desde músicas sobre babuínos até cabanas à beira mar. Criatividade não falta a este grande nome da música nacional.

Diogo: Elogios para definir o excelentíssimo José Cid não nos faltam! Até podíamos ficar aqui até amanha, Andreia. Este senhor já é uma marca na música portuguesa, talvez uma das principais figuras da mesma, e duvido que será difícil esquecê-lo nas próximas décadas. As lendas perduram para sempre, ele é a inspiração para os novos jovens cantores.
Andreia: O Festival da Canção já nos presenteou com bons cantores, compositores, letristas e até coreógrafos. O talento começa a escassear, mas ainda existem algumas excepções que nos alegram a noite. Muita música sem potencial representou as cores lusas, de igual modo, várias músicas com bastante potencial nunca chegaram a tocar no palco europeu. Mas penso que isso acontece em todos os países, apenas existe uma variante… Os outros ganham!
Diogo: Que fiquem eles com as vitórias, que nós ficamos com a qualidade musical. Apesar de muitos países pensarem que a música portuguesa é lixo, nós temos uma marca, que é o Fado, e isso ninguém nos pode tirar. 
Andreia: O nosso Fado faz as delícias de muitas pessoas por esse Mundo fora. Curioso que nunca levámos um Fado (no verdadeiro sentido da palavra) à Eurovisão. Podíamos ter sido tão felizes se tivéssemos levado a nossa Amália, ou a Mariza ou a Ana Moura. Não concordas comigo, Diogo? Não sabia bem agora um fadinho bem cantado?
Diogo: Sim, era mesmo isso que estava a pensar. Já que levámos tantas baladas à Eurovisão, começo a pensar como é que nunca foi um fado… E se o levássemos, traríamos uma boa classificação? Sinceramente, se fosse na altura dos grandes intérpretes, acredito que sim… Agora, o público europeu está mais dedicado a batidas up-tempo, que fazem deliciar muita gente pelo mundo fora.
Andreia: Isso também é verdade. Mas não podemos esquecer que nomes como Mariza têm também muito boa aceitação por parte dos ouvintes internacionais. Aliás a própria Ana Moura foi convidada por grandes bandas e intérpretes (estamos a falar dos Rolling Stones e do Prince) para cantar com eles. Se tal acontece, porque não apostar num Fado? Não necessariamente um do tipo clássico, mas um fado contemporâneo (arte em que Mariza é mestre!).
Diogo: Sinceramente, nós damos a imagem que apoiamos muito o Fado, mas eu nem vejo aqui, em Portugal, valorizado. Já para nem falar da gente mais nova, que não o suporta.
Andreia: Eu sou nova e gosto! Penso que o Fado rejuvenesceu com esta nova vaga de fadistas contemporâneos. Mas sabemos que não há como agradar a gregos e a troianos, mas penso que este tipo de música tem muito boa aceitação, facto que se verifica na sua presença constante em Top’s nacionais.
Diogo: Quando falei em gente jovem, referia-me à sua maioria, menina Andreia!
Andreia: Ok, a maioria não aprecia. Mas isso advém, em grande parte, do espírito juvenil que predispõe para noitadas (onde o Fado não é o tipo de música ideal para “abanar o capacete”). Penso que, com o decorrer dos anos, os gostos alteram-se e as necessidades musicais também podem mudar.
Diogo: É como o vinho do Porto e o bacalhau, não é?
Andreia: Ora aí está a nossa tradição. E é nela que temos de apostar e é a ela que temos de valorizar!
Diogo: E assim terminamos esta bonita e última tertúlia. Não vale a pena ficarmos tristes, porque esta iniciativa só nos trouxe boas memórias. Quero, da minha parte, agradecer a todos os comentários que fizeram no blogue e pessoalmente. É gratificante ver que o nosso trabalho é valorizado, e isso é o mais importante. Talvez até façamos umas “Tertúlias Eurovisivas 2”, quem sabe! Até sempre!
Andreia: E com esta possibilidade no ar, me despeço, desejando-vos tudo de bom e que continuem a seguir o nosso trabalho. Obrigada por todos os comentários, pelas vossas opiniões e por nos darem um pouco do vosso tempo. Cumprimentos eurovisivos e até à vista!

Tertúlia redigida por Andreia Fonseca e Diogo Canudo

P.s: Se quiser deixar mensagens de despedida à iniciativa pode e deve fazê-lo!

Fonte: Crónicas de Eurofestivais/ Imagens: Google
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  1. Parabéns pela iniciativa!! Adorei ler-vos :D
    Que venham mais tertúlias no futuro!

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