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Ensaios ESC 2019: quem surpreendeu e quem desiludiu - 1ª semifinal


Os segundos ensaios para a Eurovisão 2019 já começaram!

No geral, persiste um problema comum a todas as atuações: a falta de energia, que não é da parte dos concorrentes, mas sim da parte da produção. Camera angles lentos e expostos estão a ser escolhidos quando apenas faria sentido camera angles rápidos. Com isto, canções como "Telemóveis" e "Replay" saem a perder e canções como "Sebi" e "Zero Gravity" são favorecidas. 

Chipre


Por mais que comparem “Replay” com “Fuego”, as canções são, fundamentalmente, distintas. Enquanto “Fuego” tinha nota máxima a nível de profissionalismo, “Replay” parece um tanto ou quanto amador. Uma boa canção e uma boa coreografia não fazem uma boa performance. 

A prestação vocal de Tamta deixa muito a desejar e a escolha do uso de boomerangs, embora, em teoria, faça completo sentido lógico, na prática, é apenas bizarro.

Será uma boa abertura para a Eurovisão e terá, provavelmente, um lugar na final, mas não me parece que esteja na corrida para sair vencedora da semifinal. Se o Chipre estivesse na 2ª semifinal, ainda corria o risco de ir para casa mais cedo.


Montenegro


“Heaven” é a encarnação musical de “o que importa é participar”. 

Não há muitas coisas boas para se dizer. As roupas de batizado evangélico e as diferentes intensidades dentro do dissonante sexteto tornam “Heaven” uma canção digna de um culto esquisito.

A coreografia e os camera angles tornam a canção, que é a mais fraca do ano, na performance mais fraca do ano.


Finlândia


“Look Away” não é uma canção propriamente interessante e acrescentar dança contemporânea, calças de ganga esquisitas e um DJ a fingir tocar teclado torna a proposta da Finlândia uma autêntica perda de tempo.

Mais valia meterem mais anúncios da MyHeritage durante esses 3 minutos.

Se a Finlândia passar à final será à custa duma performance merecedora. Não ponho de parte a possibilidade de isso acontecer.


Polónia


“Pali Się” distingue-se no meio de tantas canções pop e tinha o potencial de se tornar numa das performances mais icónicas de pop-rock do ano. No entanto, visualmente, a performance polaca é completamente disforme nos seus elementos. Os gráficos nos LEDs com as Tulia numa photoshoot elegante, as Tulia no palco sem atitude cativante e os camera angles constantemente afastados do palco… nada encaixa.

Acho que, pela canção apenas, a Polónia ainda pode sonhar em estar na final. Não deixa de me deixar desiludida a falta de consistência de conceito para uma canção tão única.


Eslovénia


Tudo sobre a performance de “Sebi” grita “Blackbird” (Finlândia 2017). 

É uma performance muito intima e a equipa de produção percebeu isso logo à partida: é preciso focar a câmera na Zala e no Gasper, dando a impressão que nós, a audiência, está a flutuar num espaço que é apenas deles, quase como uma intromissão numa conversa privada.

Os LEDs continuam perfeitos. 

O staging de “Blackbird” era perfeito, mas, tal como “Sebi”, necessitava que a audiência se quisesse envolver no ambiente que cria. Em 2017, não correu bem.

Acho que a Eslovénia devia ter lugar garantido na final. Uma performance destas, com tamanha alma, não aparece todos os anos. Espero que, pelo menos, o júri reconheça isso. 


República Checa



Admito que, de todas as canções, “Friend Of A Friend” é a canção em que eu não consigo perceber a razão de ser tão adorada. A mim, soa-me a mais uma canção pop hipster medíocre (e eu ouço muito pop hipster medíocre). 

Gosto da escolha de cores do palco. Esteticamente, é uma atuação impecável. 

Apesar de tudo, continuo pouco convencida que a República Checa vai estar na final. 


Hungria



“Az én apám” é uma das minhas canções favoritas do ano, tal como “Origo” era uma das minhas favoritas de 2017. Mais do que “Origo”, “Az én apám” acerta no visual. 

Numa canção sobre amor paternal, faz sentido ter o genérico símbolo de antepassados - uma arvore -, porém, os 30 segundos de atuação disponibilizados são enganadores. No segundo terço da canção, cabeças voadoras começam a aparecer nos LEDs. Para mim, estraga uma performance sublime (a nível vocal, de cores e temático).

A Hungria deveria ter lugar na final, nem que seja pela lealdade à sua identidade.


Bielorrússia



“Like It” não é uma canção muito agradável de se ouvir ao vivo. ZENA soa a uma criança a pedir para levar o chupa-chupa que está na caixa do Continente enquanto a mãe, já a desistir da vida, ignora os gritos de altas frequências.

O staging deixa-me muito confusa. Seja pelas hard-cases (que eu pensei que não eram os adereços finais!), seja pela coreografia frenética dos dançarinos (que, na minha opinião, não deviam lá estar), seja pelas escolhas de outfits para as backing vocals. 

Não me admirava de ver a Bielorrússia na final pelo facto de se distinguir das performances da segunda metade da 1ª semifinal. Não deixa de ser uma canção que afeta o meu sistema nervoso.

Sérvia


A Nevena a ser engolida pelo palco não é um bom look para uma canção que, em si, já é demasiado gritante. 

Vocalmente, nunca há nada a apontar, mas todo o talento é ofuscado (literalmente!) por demasiados elementos no palco. Até as ventoinhas ficam em primeiro plano. 

Percebo que seja do agrado de muita gente, mas não acho que "Kruna" devesse ser suficiente para tornar a Sérvia no finalista surpresa pelo segundo ano consecutivo.

Bélgica



Onde está a Bélgica de 2015, 2016 e 2017? A Bélgica que sabia escolher canções de alto impacto. A Bélgica que não sabia compor um staging que não fosse eficaz.

“Wake Up” já é uma canção com um refrão ridiculamente fraco. Eliot já é um vocalista com agudos que metem pena. Ainda acrescentam uma coreografia nada orgânica, umas roupas feitas pela mãe do Eliot no backstage e uns tambores (que não fazem sentido nenhum na produção da canção)? Que receita para o desastre.

O pior é mesmo o quão perdido Eliot parece a todos os momentos da performance. Parece o bambi à procura da mãe (mas sem o impacto que Bambi teve no mundo porque “Wake Up” vai ser facilmente esquecido).


Geórgia


Uma canção que já é uma overdose de testosterona, agora com um palco em lava, faz todo o sentido. 

Oto ainda vai a tempo de se meter na banda sonora de Game Of Thrones.

“Keep On Going” resulta melhor com os visuais fortes, mas não me parece que a agressividade levará alguém a votar na Geórgia este ano.


Austrália


Se há um país com o historial limpo de deceções (nos meus olhos) é a Austrália. 

“Zero Gravity” é uma canção épica que merecia um staging épico, e assim Deus o fez. Quase profético. 

Os gráficos são perfeitos. A performance vocal é das melhores. O melhor uso de realidade aumentada no palco da Eurovisão? Provavelmente. 

A imagem do planeta nos pés da Kate Miller-Heidke dão proporcionalidades planetárias a um Top 5 para a Austrália. 

Islândia


Não sendo a maior fã de "Hatrið mun sigra", não posso deixar de notar que os Hatari pertencem a um palco da dimensão do palco da Eurovisão. 

Três minutos de entretenimento televisivo puro.

Visualmente, é uma atuação muito eficaz e parece-me que pode lutar pelo Top 3 da semifinal.


Estónia


Sempre vi a Estónia como o maior dark-horse do ano. Como estava errada! 

Não é demasiado tarde para dizerem ao Victor Crone para fazer playback durante a atuação, pois não? Ele não acerta uma.

Se fosse só a voz, o homem (que é um doce para os olhos) conseguia salvar a atuação. O que ele não vai conseguir salvar é mesmo os planos de câmara que parecem ter sido escolhidos pelo estagiário Christer Björkman.

Eu, que dava a Estónia como finalista certa, duvido agora que vejamos "Storm" duas vezes. 


Portugal


"Telemóveis" encaixa na Eurovisão como uma peça de canto do puzzle, mas...

Claramente, existem muitos elementos que não estão a funcionar. As roupas não são a escolha ideal. A falta de iluminação é um problema sério. Os planos de câmara sem energia? O maior dos problemas. 

Para mim, "Telemóveis" tem um valor intrínseco que vai além da perfeição estética. A performance é orgânica. Pode uma performance ser demasiado orgânica? O júri e o televoto vão revelar. 

Vejo as probabilidades de Portugal qualificar-se para a final a diminuirem com o movimento do ponteiro dos minutos, mas não seríamos portugueses se a nossa fé não andasse à velocidade do ponteiro dos segundos.



Grécia


Katerine Duska, para além de ter uma voz única, está tão segura vocalmente que eu consigo ouvir os jurados a babarem-se desde de Israel.

“Better Love” tinha de ter um look excêntrico e a Grécia não falhou dois anos seguidos. Nota-se o esforço pela consistência estética.

Apostaria que a Grécia vai conseguir um Top 3 da semifinal.


São Marino


São Marino apostou num staging muito eficaz, com cores berrantes a contrastar roupas brancas.

Sem som, a performance de São Marino é muito forte e consigo perceber porque foi o país escolhido para fechar as semifinais. No entanto, a voz de Serhat (ou a completa ausência dela) devia ser suficiente para não vermos “Say Na Na Na” na final, mas não meteria o meu dinheiro nisso.
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